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Fandom:
Relationship:
Characters:
Language:
Português brasileiro
Stats:
Published:
2022-11-03
Updated:
2025-01-09
Words:
26,796
Chapters:
13/49
Comments:
25
Kudos:
14
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1
Hits:
560

Tan dulce y tan fatal: Miel con limón y sal ✖ Alvitz

Summary:

Itziar é uma fotografa brasileira apaixonada por um ator espanhol, Álvaro Morte. Quando ela viaja para Espanha de férias, eles acabam se encontrando sem querer, e a química entre eles ocorre mais rápido do que imaginavam.

UNIVERSO ALTERNATIVO

Notes:

Bem vindos a mais uma fic, essa fanfic que substitui a Rosas Que Duelen. Conforme votação no twitter (@unafenixfanfics) vocês escolheram com 36,8% essa história para ser publicada com o shipp Alvitz.

Irei publicar ela concomitante com RQD hoje e no próximo dia 10.

Carinhosamente chamada de TDTF (até porque o título já é quase um capítulo kkK) é uma fic escrita originalmente para AyA (RBD), e que vai ser adaptada e com alguns capítulos totalmente reescritos. Então pode ter sim algumas coisas diferentes da história original que foi escrita lá em 2016 (gente eu to ficando velha já hahaha). Como ela é uma história antiga, o formato dos capítulos dela é pequeno, então capítulos podem ter 1k de palavras ou menos, dificilmente chegando a 2k de palavras, espero que compreendam.

Confesso que não é uma das minhas histórias favoritas (oh o marketing negativo tá aí), mas ela é uma das queridinhas da maioria das minhas leitoras que me acompanham desde essa época. Espero que seja a queridinha de vocês e que vocês gostem da história.

Desfrutem ♥

Chapter 1

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

Estava sentada em seu escritório. Com certeza a cadeira estufada e forrada com tecido parecido com couro era confortável, os apoios de braços, e principalmente quando recostava a cadeira no encosto. A frente seu notebook, uma série especial com uma das placas de vídeo mais modernas que tinha, o modelo nem era fabricado no Brasil, havia comprado em uma de suas viagens de negocio para os Estados Unidos. Apesar de todos falarem muito bem dos computadores Apple para edição de imagem, seu ex–marido havia lhe conduzido para o caminho dos softwares livres, por isso o Linux era sua principal ferramenta de trabalho, e também conseguia assim desviar dos vírus que antigamente colocava em seu computador por dar cliques sem pensar ou entrar em páginas de fofocas. E de plano de fundo da sua área de trabalho era de um lindo homem de olhos castanhos, barba cerrada e agora com cabelos compridos: Álvaro Morte. 

Deveria ter vergonha de ser fã de alguém em plenos vinte e poucos anos. Não tinha. Era fascinada por este homem e por seu trabalho. Analisava a foto daquele homem em sua tela. O seu corpo, os seus músculos.

Não, não era sempre que tinha músculos, na realidade era assim que se definia se estava trabalhando ou de férias. Provavelmente quando tirava férias, também tirava férias da academia, e seu corpo másculo de homem, não deixava de ser bonito, mas perdia tais formas sem dificuldade.

Uma fã deveria reparar tanto? Deveria pensar nesses detalhes? Na verdade não, em sua cabeça passava um pouco dos limites. Principalmente depois de sair seu último trabalho: “ Sensations ”. O que havia sido aquilo?

Sensations era uma série que havia sido lançada há poucos meses na Netflix, o primeiro papel que Álvaro como homosexual, mas principalmente era seu primeiro papel com cenas mais quentes, com partes do corpo a mostra. Não podia negar. Excesso de testosterona e muita sensualidade. Mesmo passivo era um homem completamente excitante. Pare de pensar nisso Itziar. Se disse muitas vezes, não parava de pensar, mas se obrigou a parar com tudo, quando começou a tocar–se após ver alguma de suas fotos recentes por conta de seu último trabalho, seminu, completamente em forma, completamente sexy. Não podia admitir que sentia mais prazer ao tocar–se a si mesma depois de tais fotos, do que se relacionando com seu ex–namorado.

Isso deve ser normal, todas as fãs já devem ter se tocado alguma vez pensando em Morte. Itziar não tinha tanta certeza de seus pensamentos. E voltou a pensar na vida real. Porém pensar na vida real era algo completamente chato, e quando fazia pesos e medidas, parecia que ao parar de pensar em seu ídolo via sua despencar mil pontos na escala da vida, sentia–se abaixo do chão.

Tudo havia sido uma grande merda ultimamente. E pensar nele era algo muito melhor que viver sua própria realidade nos últimos tempos.

Depois de separar–se de Axel, nunca mais encontrou alguém que lhe despertasse interesse. Nem sequer Axel lhe despertava algum interesse. Ele era um grande amigo, talvez o melhor amigo que tivesse. Casaram–se apenas com dezoito anos, e ele já era dono de uma grande fortuna, porém não tinha nada de interesse, Itziar pelo contrário não queria nada que fosse dele. O relacionamento apenas acabou por acabar, eram imaturos e se casaram por impulso, se gostavam, mas não o bastante para construírem um grande relacionamento e viverem como um casal pelo resto de suas vidas. Pouco mais de dois anos depois quando perceberam que haviam confundido as coisas, optaram pelo divórcio. Itziar não queria nada, porém Axel a deixou relativamente bem de vida, e daí ela pode continuar sozinha, e hoje com investimentos certos e seu trabalho fazia sua própria fortuna.

Relacionou–se com outros homens, mas nada lhe parecia certo. Doug, não durou nem dois meses, logo ele se enrabichou com outra e separou–se de Itziar, era um verdadeiro mulherengo. Pior que ele somente Igor, havia escondido de Itziar que gostava dos dois tipos, e um belo dia quando chegou mais cedo que o previsto, presenciou uma cena nada agradável na cama de Igor, pelo menos não havia sido na sua. E Roberto. Bem, Roberto não fizera nada demais, quem decidiu pela separação foi Itziar. Roberto era ciumento, carinhoso demais, e requeria mais atenção que Itziar podia e queria dar a ele. E chamar o namorado pelo nome de seu ídolo na cama não fez com que Roberto se sentisse muito confortável em continuar o relacionamento.

Ela aceitava a mea culpa .

Dentre as demais coisas que ocorriam de ruim em sua vida, tinha a morte de Puppy. Era seu cão, havia vivido com ela desde criança, sabia que essa hora chegaria. Puppy já era um velho cão com problemas causados exatamente pela idade avançada, mas isso fez com que seu coração abalasse muito. 

E ainda que estivesse triste pela sua vida amorosa e pela perda recente, ainda havia algo pior, muito pior. Poderia estar grávida. Grávida de Roberto. Não, isso não poderia estar acontecendo com Itziar, estava no auge de sua vida, e um filho de um homem que não ama lhe seria péssimo. Imagina ter que conviver com Roberto pelo resto de minha vida por conta de uma criança? Itziar odiava até pensar na ideia.

Não que ter um filho fosse algo extremamente ruim, se viesse o cuidaria e acolheria, com certeza o amaria. Mas aquele definitivamente não era o momento mais adequado para ter uma criança, e nem o homem adequado para ser o pai do seu filho. Que Deus me ouça, disse isso sem muita fé, já que não acreditava tanto assim em algo que não via.

– E então Morte as meninas começaram a largar do teu pé? – Disse Miguel caminhando até ele e dando um belo tapinha amigável nas costas.

– Como? – Álvaro sobressaltou, estava distraído, e o fitou com um ar divertido.

– Depois de nossas cenas mais quentes. – Miguel piscou, debochando. Ele sempre havia dito a Álvaro que depois de tais cenas, suas fãs não iriam mais o querer. – Suas fãs devem ter dado uma trégua.

– Fala das brasileiras? – Álvaro começou a gargalhar. – De verdade, eu realmente achei também que iria diminuir, mas elas ficaram ainda mais excitadas depois de minhas fotos mais quentes. – Piscou para o amigo. – Porém agora também ganhei alguns fãs do publico masculino se é que me entende.

– Isto eu entendo. Sabe o que não entendo senhor Morte? – Miguel o chamava de senhor Morte pelo simples fato de incomodá-lo, uma vez disse que já eram muito íntimos para ainda chamá-lo de “Álvaro”.

– O que senhor Fuentes? – Álvaro também o incomodava.

– Que nunca tenha dado uma chance a uma brasileirinha. São tão bonitas, formosas…

– E gostosas. – Álvaro complementou fazendo um biquinho. Levando suas mãos até seu peitoral e as deixando como em formato seios amplos. 

Era o tipo de besteira que só falaria na frente de amigos próximos, já que para os demais ele passava uma imagem mais séria e profissional.

– Exatamente. Muitas devem ter se jogado para cima de você, não consigo conceber por que nunca ficou com nenhuma. – Disse fingindo indignação.

– Você não consegue conceber por que não é mulher, mesmo que tenha feito papel de gay, ainda não trocou de sexo. – Álvaro piscou devolvendo o deboche com um riso aberto.

– Nossa que piada medíocre, até pra você. – Ele disse gargalhando.

– Se riu é porque funciona. – Constatou.

– Estou falando sério. – Disse voltando ao  assunto. – Na verdade ouvi falar que não esteve com nenhuma mulher desde que seu relacionamento com Blanca terminou.

– Seguro, suas fontes estão muito boas. Nunca mais estivesse sério com ninguém e nem quero.  E as brasileiras não são tão fáceis assim, as fãs que fariam isso, são exatamente isso: Fãs. Além de não misturo trabalho com minha vida pessoal, se ficasse com uma fã, isso estaria no outro dia em todas as redes sociais, tablóides, televisão, jornais e revistas. Não consigo nem pensar nas possibilidades. Nunca daria certo.

– Te entendo cara. – Miguel levou a mão à testa. – Na verdade não entendo nada, com aquele mulheril do Brasil vale apena qualquer risco. – Ele então voltou a rir.  – Mas me conte se não quer ninguém é por que trocou de ramo? Já te aviso que não estou disponível. – Piscou.

– Está me estranhando Fuentes? – Álvaro disse “Fuentes” em um tom irônico. – Eu sei muito bem do que gosto. Sou um ator profissional. Mas não adianta se apaixonar por mim depois de me ver seminu, por que o passivo teria de ser você. – Álvaro voltou a rir.

– Muito engraçado. – Miguel falou cínico.  – Porém falo sério, ainda sentirá falta de ter com quem dormir a noite, Scott não será sempre seu travesseiro.

– Agora mete até o pobre Scott nisso? – Álvaro começou a rir. – Ele por enquanto está de ótimo tamanho para mim. Dividimos a cama, a comida dele se encontra pronta em qualquer prateleira de supermercado, a única coisa que ele fala é au–au, e o maior compromisso que tenho é de levar ele para passear duas vezes ao dia. Não reclama se chego tarde, cedo ou bêbado. – Álvaro piscou.

– Blanca foi algo tão traumatizante assim, para preferir um cão?

– Não. Porém não quero mais nenhuma mulher dentro do meu apartamento, por sei lá, os próximos vinte anos? 

– Acha que sua beleza durará para sempre meu querido Morte.  – Miguel ironizou.

– Mais que a sua com certeza meu querido Fuentes. – Álvaro lhe mostrou o dedo médio, e após continuou a caminhar rindo ainda da conversa que tivera agora com Miguel.

Miguel não estava de todo errado. Estava na hora de se aquietar e construir uma família. Pretendia ter filhos que o chamassem de pai e não de avô. Porém nada acontecia. Nunca lhe aparecia uma mulher ideal, e mesmo quando o ocorria, não conseguia segurar-se. Havia traído uma dezena de mulheres, magoado tantas que nem podia contar em seus dedos. Não queria fazê-las sofrer, e por isto decidiu em não estar seriamente com mais ninguém.

Por que fazia isto? Nem ele sabia. Talvez por que nunca tenha me apaixonado verdadeiramente. Este era o pensamento que predominava na cabeça de Álvaro Morte. Mal sabia ele que isto estava prestes a mudar.

Notes:

E então o que acharam do primeiro capítulo? Espero que estejam gostando.

Pra não esquecer, calendário de postagens:
Segunda - La casa de papel Parte 6 e 7
Terça - Disfraz
Quinta - Rosas que Duelen (últimos capítulos) / TDTF (estreando)

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Até semana que vem!

Chapter 2

Notes:

Olá pessoinhas, bem vindos ao segundo capítulo de TDTF! Ainda não teremos uma cena Alvitz, mas prometo que será em breve. Por enquanto, vamos conhecendo um pouco melhor a personalidade da Itziar e do Álvaro.

Espero que gostem.

Desfrutem ♥

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

– Itziar Ituño, na minha sala por gentileza. – Itziar viu seu chefe chamá-la enquanto passava apressadamente em frente a sua porta. 

O que teria acontecido? Nunca havia o visto sério ao passar em sua sala. Na realidade ela e seu chefe eram bons amigos e tinham uma comunicação muito aberta. Será que as fotos haviam ficado tão ruins assim? Itziar era fotografa profissional e vivia muito bem com o salario que ganhava na atual empresa. Ela poderia ganhar dinheiro tralhando por conta, já havia sido chamada para fazer muitos trabalhos autônomos, mas gostava da estabilidade, de ter um escritório e a empresa lhe abriria grandes portas. Fora que nunca deixou de lhe passar pela cabeça que um dia poderiam contratar essa empresa para fazer fotos de Álvaro Morte no Brasil. Se um dia isso acontecesse – ainda que atualmente fosse uma idéia remota – provavelmente sua empresa quem seria chamada, afinal era referência em fotografias no Brasil. De certa forma, era até motivo de orgulho estar em uma empresa como aquela trabalhando na área que atuava.

Não demorou muito para se apresentar na sala do seu chefe.

Ao sentar-se do outro lado da mesa de seu chefe e ao vê-lo tão sério, nunca havia ficado tão nervosa. Muitas coisas passavam pela cabeça dela. Ela e o senhor Aguirre sempre haviam tido uma ótima relação. Entretanto hoje sua expressão não era nada amigável.

– Itziar. – Ele disse sério.

– Senhor Aguirre, se é por conta das fotos, eu refaço. Acredito que não tenham ficado tão boas, ou pelo menos você esperava um pouco mais. Podemos testar com outros ângulos outras luzes, e… – Quando ficava nervosa ela se colocava a falar sem pensar e sem deixar que outros falassem.

– Itziar. – Chamou sua atenção a interrompendo. – As fotos ficaram ótimas. – Finalmente esboçou um sorriso. – Não foi por isto que te chamei. Não gostou das fotos?

– Na verdade eu até gostei, – Itziar então tomou fôlego, ainda sim não entendia qual era o motivo de ser chamada de um modo tão sério. – mas tinha medo de não ter entendido a alma da campanha.

– Você só não entendeu como esboçou perfeitamente em cada foto que tirou. Você tem um dom senhorita Ituño. – Itziar então pode voltar a respirar.

– Então não entendi por que está me chamou aqui com tanta seriedade. Se eu tenho tralhado direito, me esforçado tanto, e… – Ela voltou a falar desenfreadamente.

– É este mesmo o problema Itziar. – Novamente ele foi obrigado a interrompê-la. – Você não tira férias faz, pelo menos, quatro anos, e o sindicato está pegando no nosso pé. Terá de ficar pelo menos um mês afastada.

– Como? – Itziar o fitou como se não estivesse acreditando. Não poderia parar de trabalhar. Isso era quase pior do que ser demitida, chegaria ao fundo do poço. Não teria absolutamente nada a fazer. Sua vida atualmente era basicamente seu trabalho. – Não pode? Não tem como?

– Itziar. – Ele disse tentando segurar o riso. – É a primeira pessoa que conheço que fica triste ao tirar férias. Não estou tirando sua câmera. Você terá apenas de assinar um papel, ficar um mês fora, e voltar descansada e pronta para trabalhar. E dessa vez não vai dar para burlar o sistema, se te pegarem fazer freela aqui novamente durante as férias, a empresa vai se incomodar.

– Mas...

– Mas nada! – Ele não a deixou argumentar. – Também não estou feliz, é minha melhor funcionária, mas até você merece viver um pouco.

– Isso. – Ela apontou as fotografias. – É a minha vida.

– Eu não posso fazer nada mais Itzi, sinto muito. – Ele suspirou. – Te prometo que se quiserem fazer qualquer campanha com o Morte vou fazê-los esperar um mês pela nossa melhor fotógrafa. – Então ele começou a rir tentando aliviar a tensão do ambiente.

Todos realmente sabiam o que Itziar sentia em relação ao Álvaro Morte. Inclusive seu chefe o senhor Aguirre. Ela pode corar neste momento, e soltar um sorriso. Entretanto, isso não queria dizer que estava satisfeita com essas férias forçadas.

– É assim que gosto de te ver Itziar. Sorrindo. – Ele piscou. – Quero que assine os papéis de suas férias hoje e comece a descansar na segunda feira mesmo. 

De certa forma agora ele estava aliviado. Sempre que ia falar sobre férias com Itziar era algo complicado. Ele sabia que ela precisava de férias, mas emocionalmente Itziar também precisava muito estar no ambiente de trabalho. Ela vivia mais tempo dentro daquela empresa do que na própria casa.

– Posso incluir os fins de semana em minhas férias pelo menos para que sejam um pouco mais curtas? – Barganhou.

– Melhor que não. Estamos nos incomodando com o sindicado por sua causa mocinha. Faça as coisas do modo certo.  – Ele sorriu de canto.

– Certo! – Itziar disse sem muito animo saindo da sala.

Como poderia ficar um mês sem trabalhar? O que iria fazer com trinta dias livres. Oh céus. Deveria ligar para Julie, ela saberia lhe dizer algo. Julie havia sido sua grande amiga até se casar com Nicolas, um homem altamente intragável, que lhe odiava até o fundo da alma. Itziar nunca entendeu por que, mas Nicolas mal lhe olhava na cara, e quando estava perto de Julie, ele se afastava. E tentava manter Julie afastada dela também. O momento mais feliz de Nicolas sem dúvida foi quando conseguiu levar Julie para a Espanha afastando-a de Itziar.

...

Julie limpava a casa, o fuso horário da Espanha e Brasil raramente atrapalhavam as conversas dela com Itziar, sua melhor amiga. O telefone tocou, e Julie desligou a musica.

¡Hola! – Disse ela assim que atendeu o telefone.

– Hey Jul. – Disse Itziar ligando ainda do escritório, não tinha ido para casa. “Jul” era uma apelido carinhoso que tinha com sua amiga.

– Oi Itzi! Que saudades. – Julie parecia muito feliz do outro lado da linha, fazia um tempo que não conversava com a amiga que andava sempre muito ocupada.

– Por que está tão feliz? – Itziar estranhou sua reação.

– Eu estava doida para te contar!

– O que? – Perguntou curiosa pela fofoca.

– Finalmente me separei do traste do Nicolas! – Sua voz parecia irradiada de felicidade.

– Isto eu sei, alías, eu imaginava pelas nossas últimas conversas. Mas achei que estaria aos prantos pelos cantos chorando ou de luto por isto! – Itziar parecia um pouco surpresa com a reação da amiga.

– Isso foi semana passada Itziar! Agora estou em uma nova onda, é frequência diferente sabe? Nada podia ter me ocorrido tão bem.

– Se você diz. – A voz de Itziar não era tão empolgada quanto a de Julie.

– Ei Itzi, não está bem, o que houve? Por que me ligou?

– É algo terrível. – Disse com voz baixa. – Estou de férias Julie! O que eu faço? Eu tô ficando louca! O que eu vou fazer a partir de segunda?

– Descansar sua louca! – Disse em sobressalto. – É obvio! Como pode estar tão chateada por estar de férias? Sabe quantas pessoas morreriam por um mês de férias, dez dias que fosse? Qual o medo que tu tem de parar um pouco de trabalhar?

– Exato. Trabalho ocupa todo meu tempo. Ele ficará ocioso, e não terei nada o que fazer, meus dias serão altamente entediantes, e depois que tu foi morar na Espanha eu não tenho nem com quem sair, pois sabe né? Minha vida amorosa tem sido um lixo.

– Fica meio difícil manter uma vida amorosa se você fica chamando seus namorados de Álvaro. Pelo menos tinha que achar um namorado chamado Álvaro, isso facilitaria sua vida. – Ela disse acusadora entre risos. – Está certo que tenha um amor de fã por ele, mas sentir excitação ao vê-lo? Alias se imaginar com ele enquanto transa com outro? É meio complicado, alias muito complicado. Já tinha te falado isso. Tá precisando se tratar por que isso já nem é mais ser fã, é quase uma obsessão. – Ela deu uma pausa no sermão. – Mas tenho uma ideia. Por que não vem pra cá e fica comigo? Desde a separação também não tenho muitas pessoas para conversar, ir a festas, entre outras coisas. Se divertir, sabe?

Notes:

Gente, perguntinha básica. Álvaro é espanhol e Itziar brasileira. Vocês gostariam que eu colocasse as falas dele em espanhol ou mantenho em português e vocês subentendem que está em espanhol? Só pra saber a preferência de vocês. Se vocês preferirem as falas dele em espanhol, eu vou modificar o capítulo anterior.

Pra não esquecer, calendário de postagens:
Segunda - La casa de papel Parte 6 e 7
Terça - Disfraz
Quinta - TDTF

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Até semana que vem!

Chapter 3

Notes:

Oi, olha quem apareceu por aqui. Sentiram saudades? Espero que não tenham me esquecido. Eu estou de volta e pretendo voltar agora com capítulos quinzenais.

Eu fiz um teste colocando as frases do Álvaro em espanhol (já que ele é da espanha) e da Itzi em português (já que na fic ela é brasileira). Espero que gostem da mudança, caso contrário, volto para o jeito anterior.

Desfrutem ♥

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

O que estava fazendo ali? Se perguntou repetidamente por horas, pensando em sair daquele avião. Estava mesmo indo para a Europa. Até quarenta e oito horas atrás nem se imaginava cruzando o oceano. E agora, estava ali. Muitas pessoas gostariam de estar no lugar dela, mas a realidade, é que ela não gostava de viajar e só fazia isso a trabalho.

“Itziar, você só pode estar louca”, pensou por várias vezes. Julie havia sido tão convincente que acabou comprando as passagens no outro dia, e como não ficaria muito tempo, não era necessário aguardar um visto como quando ia para os Estados Unidos a trabalho. O avião acabara de decolar, e no ar Itziar pode pensar nas várias tentativas de Julie para convencer Itziar de ir para a Espanha.

“Poderemos ir a baladas juntas, posso lhe mostrar a cidade, você nunca veio de verdade para a Europa. Só pra trabalhar, e isso não conta. E o melhor de tudo? Álvaro Morte está trabalhando em um filme aqui em Madrid. Eu sei que você ainda é super fã dele, não é? Enfim, levo você até ao estúdio de gravação se quiser, e poderá tirar mil fotos e conversar com ele. Fora que você fala espanhol melhor que eu, e estou me sentindo tão sozinha quanto você.” – Itziar estava convencida desde quando ela falou Álvaro Morte, a chance de poder vê-lo pessoalmente novamente, e talvez com mais tempo que da primeira vez a agradava muito. 

Por hora nada podia fazer, havia longas horas de viagem, uma escala em São Paulo e sabe-se lá mais onde aquele avião pararia até chegar ao destino final. Acomodou-se na poltrona e dormiu.

Itziar acordou por várias vezes, a Espanha ainda não estava em baixo de seus pés, somente o oceano. A pior vez que acordara fora a turbulência. A melhor com certeza fora por conta do almoço e da janta. O voo levaria um total quatorze ou quinze horas se não ocorresse atraso. Então sendo que saiu 08h de sua cidade natal, chegaria em torno das 23h, no horário do Brasil, no aeroporto internacional Adolfo Suárez Madrid-Barajas. E lá estaria Julie esperando.

Não se atrasou muito mais que isto, as 23h20min – no horário do Brasil – o avião pousava na capital da Espanha, até conseguir pegar suas malas, e sair pela porta de desembarque já era mais de meia noite, em Madrid deveria ser em torno de 4h, ela estava exausta, e nessa hora se perguntava como Julie havia a convencido de fazer aquela loucura: “Ah, Álvaro Morte”, pensou.

Como queria ter conseguido viajar em outro horário, porém as passagens compradas de última hora não permitiram um horário melhor. Julie também estava cansada, afinal para ela era madrugada.

Itziar carregava uma pequena bolsa de mão – como uma mochila –, com itens essenciais, uma mala pequena e uma mala maior consigo. Dentre os itens haviam roupas e algumas coisas que Julie havia pedido para Itziar trazer do Brasil, como brigadeiro pronto, por exemplo. Isso não havia lá, pelo menos não com aquele sabor puramente brasileiro. A outra mala, pequena, era preta com duas tiras verticais, rodas e uma alça para poder arrastá–la tinha além de sua câmera – da qual Itziar não se desgrudava por um segundo se quer –, tinha seu notebook, e algumas roupa, além de muitas espumas para não estregar o equipamento. 

– Amiga! – Disse Julie ao ver Itziar sair.

– Jul, querida! – Itziar correu e a abraçou. – Que saudades. Você demorou lá dentro.

– Nem me fala, estava uma confusão. Quase perdi minhas malas de vista enquanto tentava pegar a bagagem maior. Por sorte eu encontrei, imagina se eu perco a minha câmera? Eu morro. – Ela disse aliviada.

– Pensei que ia deixar no Brasil. Seu equipamento é muito caro.

– Deixei a maior parte do meu conjunto de lentes lá, mas essa câmera é quase uma extensão do meu corpo, não tinha como vir sem ela. – Ela disse rindo.

– Bem, vamos?

...

Hola. – Álvaro andava de um lado para outro em seu apartamento. – Finalmente . – Disse com bastante calma e um ar de alívio. – Gracias. – E finalmente pode desligar o telefone.

¿Que pasó, hombre?   – Disse José, o responsável pela agência onde ele trabalhava, e um amigo. Estava jantando na casa de Álvaro.

Finalmente van a traer mi maleta.

¿Que maleta? – Então José puxou de sua memória. – ¿Aquella maleta? – Disse com olhos arregalados.

Sí, aquella. Fue una confusión. La desviaron un par de veces. La última vez acabó en Brasil y ahora por fin llegó en Madrid.

¿Qué hay en esa maleta? – José indagou tomando um gole do uísque que Álvaro lhe havia servido a uns instantes atrás.

No es gran cosa, solo artículos personales. – Álvaro sorriu. 

¿Y por qué tanta importancia?

La aerolínea está haciendo más de esto que yo. Y es su trabajo de todos modos. Dijeron que entregarían la maleta aquí, llamaron para ver si estaba en casa.

Não demorou mais de meia hora para que a mala de Álvaro chegasse, levou-a para seu apartamento e a colocou sobre sua cama. Não se lembrava de ter posto um cadeado na mala. Era uma mala negra, com duas tiras verticais, rodas e uma alça para poder arrastá-la. 

Después veo esto. – Falou para si mesmo.

E voltou a prestar atenção na janta. Tinha muita coisa a conversar com José, e como ele mesmo havia dito não havia nada de tão importante em sua mala. Apenas alguns itens pessoais.

Itziar havia chego no apartamento onde Julie estava morando, e não pode deixar de reparar. Ele era realmente muito bonito e parecia muito aconchegantes. Bem diferente do estilo de decoração que ela costumava usar quando estava no Brasil – bem, isso fazia alguns anos já. Estranhava, também, não estarem em uma casa grande e luxuosa onde disse que vivia com Nicolas.

– Foi você quem saiu de casa? – A voz de Itziar soou um pouco mais surpresa do que queria transparecer.

– Preferi assim, deixei a casa pra ele e que morra! – Disse com um ar divertido na voz. – Era muito grande, difícil de limpar, tinha que ter empregados e tudo mais. Aqui é tudo muito mais cômodo e não preciso ter funcionários. Acredite, é bem mais fácil assim. – Ela disse sinceramente.

– Putz, achei que não ia nem precisar fazer a cama pela manhã. E que ia ter café na cama. – A voz de Itziar saiu manhosa e irônica.

– Achou errado, mocinha. Vá se acomodar. Tem um quarto disponível ao fim do corredor.

Itziar pegou suas malas e as levou para o quarto. Obviamente estava brincando com Julie, e ela sabia melhor que ninguém que Itziar que não se importava de fazer tarefas domésticas, exceto lavar louça. Mas quem em sã consciência gosta de lavar louça, não é? Então com certeza ela faria isto se Itziar passasse a roupa, que para Julie era a pior tarefa.

Itziar foi para o quarto indicado, não queria desfazer as malas naquele momento. Estava muito cansada. Colocou a mochila em um canto, a mala grande perto do guarda roupa. Decidiu que pegaria uma muda de roupa na mala pequena, dormiria e no outro dia organizaria as coisas. Ela pegou a mala preta e a colocou sobre a cama.

– Ah, meu deus! – O grito fora estridente.

– O que houve? – Julie veio correndo.

– Minha mala, está sem... Sem o cadeado. – Itziar estava desesperada.

– Você deve ter se esquecido de colocar o cadeado na mala, Itzi.

– Não, eu nunca esqueço. E se roubaram algo? A minha... – Itziar colocou as mãos na cabeça, ela nem percebia, mas tremia. – Oh meu Deus! 

– Abre a porra da mala e olha antes de ter um infarto. – Julie xingou, parecia tão obvio.

Itziar abriu, e pode gritar novamente. Aquela não era sua mala. Havia roupas de homem lá dentro, e não, sua câmera não estava lá. Foda-se o notebook, tablet ou qualquer outra coisa de valor. Queria sua câmera! Onde estava sua maldita câmera? A queria de volta.

...

– Que merda, Jul. – Itziar estava irritada, deveria ser a centésima vez, sendo otimista, que Julie ouvia esta frase.

– O que foi dessa vez Itzi? – Julie virou os olhos.

– Minha mala. Liguei para o aeroporto. Expliquei que durante a confusão lá no checkout alguém deve ter pego por engano, por que as malas eram iguais…

– E ai? – Julie tinha a estranha sensação de que a continuação daquela história não seria das melhores.

– Disseram que hoje é feriado. Foda-se que é feriado. – Desabafou. – Falaram que somente poderão ver isto amanhã por que a equipe responsável está de folga hoje. Como pode isso? Eles não tem voo hoje?

– Não Itzi. Só que tem corte de pessoal. Menos pessoas vão trabalhar. 

– Jul, eu não dormi direito a noite inteira. Quero minha câmera.

Os olhos de Itziar estavam mareados. Sabendo que Julie não poderia resolver nada, foi para seu quarto. Abriu a mala, e começou a vasculhar os pertences da pessoa.

– Ele também deve estar mexendo na minha câmera. Isso se conseguir abrir o cadeado. – Disse para si mesma.

Eram roupas masculinas, e tinham um cheiro ótimo, um cheiro que poderia tragar durante um dia inteiro. De algum modo, isso a acalmou um pouco. O que era bastante estranho, mas não estava em um momento em que ligaria para o que parecia ou não normal.

Tirando algumas roupas da mala, ficou vislumbrando que tipo de homem a usaria. Era uma ótima distração para não pensar. Será que Álvaro Morte usaria uma daquelas roupas? Ele ficaria bem, com uma das camisetas brancas e a calça jeans. 

Havia um perfume ali dentro também, o mesmo perfume que estava impregnado nas roupas. De algum modo achou que conhecia esse perfume. O inalou mais uma vez com vontade, ela queria se lembrar de onde era esse cheiro, de quem era esse cheiro. Não, não recordou.

Tinha lido em algum livro que a memória olfativa era uma das melhores para recordar momentos importantes e sensações. Aquele perfume lhe trazia uma ótima sensação, a única coisa que se lembrava era de suas mãos tremendo, mas não lembrava o motivo para isso.

Oh céus! Tremiam naquele momento.

Guardou tudo dentro da mala, lá era lugar destas coisas. No dia seguinte as levaria de volta para o aeroporto, e se tivesse sorte traria sua câmera de volta sã e salva. Algo dentro de si dizia que deveria conhecer o dono desta tal mala.

...

Álvaro ao final da noite anterior deixou a mala no chão. O cadeado era de senha, e não se recordava ainda de haver colocado um cadeado em sua mala. De qualquer modo foi dormir. Quando acordou, viu Hank mergulhado em uma poça de saliva.

Oh, Hank, no, no, de nuevo no.

Era a terceira vez nessa semana que Hank acordava assim, estava salivando mais que o normal. Não havia mais cobertores limpos para colocar em sua cama.

Voy a tener que llevarte al veterinario si esto continúa.  

Disse para Hank antes de pegar a guia e a peitoral e colocar no cão. 

Vamos, lo que necesitas es un paseo.

Álvaro então desceu as escadarias. Não descia com Hank de elevador, era bom para o cão fazer exercícios e para ele também. Logo na primeira árvore Hank pode se aliviar. O passeio não durou mais de meia hora.

Ao chegar em casa, Álvaro tirou a guia e peitoral de Hank, e ele por sua vez saiu passeando pela casa e tomou quase um litro de água. Álvaro realmente necessitava de uma namorada, já estava vendo Hank como um filho. Isso sempre havia sido assim na verdade, o diferente, é que agora ele conversava com ele, dividia seus sentimentos com ele, e isso estava começando a soar estranho.

Hank também deveria estar estranhando.

Foi para o quarto e olhou novamente para a mala. Podia quebrar aquele cadeado ali mesmo, um alicate e tudo estaria resolvido. Ou não, talvez tivesse de serrar. Não importa, mas força bruta seria ainda mais fácil que recordar–se da senha que havia colocado no cadeado.

Nem o cadeado havia se lembrado de ter colocado. Mas a mala era a mesma.

Tentou então começar a desvendar o cadeado. Parecia muito mais divertido tentar se lembrar da senha ou adivinhá-la do que destruí-lo. Primeiro tentou as combinações mais óbvias. 1234 não deu certo.  4321 menos. Eram quatro números apenas, isto dava uma possibilidade de que? Umas dez mil combinações? Bem, agora eram apenas nove mil novecentos e noventa e oito.

Quando desistiu, foi para a sala, havia uma partida de baseball. E era feriado. Depois resolveria isto. 

Ah, havia se esquecido. Essa noite iria em uma festa, tinha combinado com alguns amigos. O arrependimento já havia batido àquela altura. Sua vontade mesmo era ficar em casa, mas disseram seus amigos insistiam que ele fosse, que ele precisava socializar, e que, principalmente, precisava conhecer alguma mulher, ainda que fosse casual.

Seus amigos estavam certos. Ele estava se isolando ultimamente.

Notes:

Espero que tenham gostado. Quem quiser acompanhar minhas redes sociais: @unafenixfanfics no instagram e no twitter.

Até a próxima.

Chapter 4

Notes:

Gente, gostaria de contextualizar algumas coisas sobre essa fic. Primeiramente, ela não é uma história nova, escrevi ela há muitos anos, então a escrita dela pode não ser tão boa, ainda sim, eu acho o enredo muito bom, então acredito que vale a pena (vocês vão gostar (espero.
Eu estou revisando ela, tirando os erros de português e dando algumas modificadas, mas não quero mudar demais, porque não quero perder a essência da história original.

Enfim, tinha esqueci de atualizar ela, e essa história quase não tem leitores, maaas, eu espero que quem acompanhe goste de qualquer forma, porque não costumo abandonar histórias. Então vou postar ela até o final.

Chapter Text

– Vamos Itzi! – Julie havia repetido isto insistentemente, e pelo visto não pararia tão cedo, não até convencê-la. Ela sabia ser insistente.

– Estou sem ânimo Finn, depois que recuperar minha câmera, prometo. – Itziar cruzou os dois dedos indicadores e os beijou.

– Itzi, pensa comigo. – Julie sentou-se na cama de Itziar. – Se você for a festa comigo, poderá esquecer um pouquinho da sua câmera e, além disto, o tempo passará mais rápido do que se ficar com o tempo ocioso. Você mesma me disse isso! – Falou animada, mas num tom de quem implorava também. – Dançar, ouvir uma música, desopilar.

Julie tinha o poder de jogar contra Itziar tudo que Itziar falava para ela. Porém estava certa, indo a uma festa além de distrair-se, o tempo correria mais rápido. Além disto, era feriado e Julie estava de folga, a próxima folga dela seria apenas no sábado, ou seja, festa só na sexta-feira. Se era férias, que fossem férias.

– Certo. Vamos. Espero apenas que meus vestidos não tenham ficado junto naquela mala, lá ficava só o que eu tinha de mais precioso. – Itziar bufou.

– Ótimo.

Itziar arrumou-se, por sorte seus vestidos estavam na mala correta, e seus pertences mais íntimos assim como roupas íntimas estavam na mala de mão.  Trocou de roupa escolhendo um belo vestido pretinho básico, um sapato de salto alto, o cabelo metade preso, metade solto, e uma maquiagem leve, porém com um pouco de glitter, específica para a noite.

Julie que estava morena, o que Itziar havia estranhado. Julie sempre havia sido ruiva. Usava um short preto e uma blusa vermelha, ao contrário de Itziar não sabia andar de salto, então utilizava uma sapatilha trançada, e levava os cabelos soltos.

Chegando a festa olhou a multidão. Os espanhóis realmente gostavam de uma festa, e de muita bebida. Por um momento ela se arrependeu amargamente de não ter ficado em casa, curtindo sua tristeza, vendo uma boa série e dormido.

Itziar e Julie aproximaram-se do balcão do bar.

¿Qué querrán las guapas? – Disse o barman vislumbrando as duas de cima a baixo.

Era um homem alto, forte, com um físico bastante atraente. Havia fixado o olhar nas amigas assim que haviam chegado ao local e agora que estavam perto, não se importava de fazer isso escancaradamente, ainda que fosse desconfortável para ambas.

Dos tequilas, porfa. – Disse Julie sem dar muita atenção ao homem que lhes comia com os olhos.

– Tequilas Julie? – Itziar disse com um ar de decepção. Julie sabia que Itziar preferia um uísqui. 

– Sim Itziar, tequilas.

O barman então serviu as duas tequilas ainda mantendo aquele olhar quente sobre as duas. Itziar tomou em um gole. Sentiu descer ardido pela garganta. Era uma sensação boa. Era realmente bom. Entretanto, preferia uísque.

Do outro lado da mesma boate estavam Álvaro Morte e seu grupo de amigos, se é que poderia chamar assim. Vários assuntos já haviam sido citados naquela roda: baseball, futebol, carros, mulheres. Opa, Mulheres! Esse era um bom assunto para abordar antes de Sensations . Alias Sensations parecia ser um tema que eles nunca cansavam.

Álvaro quando aceitou o trabalho nunca havia pensado que seus próprios amigos haviam de ser tão preconceituosos, principalmente por alguns deles também serem do ramo artístico. Mesmo sendo apenas, brincadeiras, poderia ver o fundo de verdade. Eles tinham mais medo que o próprio Álvaro de que ele mudasse de time. Aquele preconceito velado de piadas eram irritantes.

Álvaro tinha certeza do que era e não precisava se reafirmar a ninguém. E as piadas “inofensivas” já começavam a incomodar ele.

Habrían ofrecido sus culos por la mitad de lo que obtuve en caché. – Álvaro disse por fim. Estava no limite da paciência com seus amigos.

Ciertamente no mi querido amigo. – Disse um de seus amigos. – Ni por todo el dinero del mundo tomaría la polla de otro hombre. – Seu tom era irônico.

Estoy harto . – Álvaro bufou e se levantou.

Saiu de perto de seus amigos, estava decidido. Não sairia mais com eles até que tomassem jeito. Suas cabeças eram tão pequenas, que mal caberia um ovo dentro. Imagine um cérebro?

Mesmo com seus amigos gritando que era apenas um brincadeira, e que era para ele voltar para a mesa, ele preferiu se afastar. Eles que pensassem o que quisessem, via aquilo como preconceito, falta de respeito com outras pessoas e com ele, como profissional e pessoa.

Sentou-se no balcão do bar, e ficou imerso em seus pensamentos até notar que há alguns metros de distância, havia uma loira, também sentada ao balcão do bar que havia pedido um uísque. Pelo sotaque era brasileira. Uma das brasileiras mais bonitas que havia visto. Ela não o havia visto, então ele poderia admirar ainda mais sua beleza. Pensou em se aproximar, mas desistiu, e ficou apenas observando de longe: E se fosse uma fã? Estaria ferrado. Enquanto ela não o visse, estava tudo certo.

Estava satisfeito apenas de poder contemplar sua beleza.

Pode ver também outra mulher, dessa vez morena, se aproximar daquela que estava observando. A que chegou depois estava acompanhada, de um rapaz alto, musculoso e bastante atraente. 

– Itzi. – Chamou atenção da amiga. – Estou indo dar uma volta com Daniel. – Apresentou-o de maneira breve e casual. – Em algumas horas estou aqui para irmos para casa, ficará bem sozinha?

– Claro. – Itziar disse se virando para os dois. – Divirta-se Jul. – Piscou para a amiga.

Álvaro não conseguia deixar de observá-la, como se estivesse enfeitiçado, porém enquanto a observava conversar com a amiga, pode notar que o barman havia colocado algo em sua bebida. Havia sido de maneira sutil, e precisou de alguns segundos para processar o que havia acontecido. E ele sabia que devia aviar ela.

A boate estava cheia, ele se levantou rapidamente, e foi em sua direção. Apesar de os sorrisos que deu para a amiga, não pareceu estar satisfeita de ter ficado sozinha naquela festa, e ainda antes de ele poder chegar nela e impedir que bebesse, ela já havia virado o copo e tomado a bebida em um só gole, como se fosse um shot. O homem que havia batizado a bebida, ainda a espreitava.

Merda!

Álvaro teve uma ideia, continuou caminhando em sua direção até chegar perto da mulher, antes que o barman o fizesse. Quando finalmente conseguiu se aproximar, ela já estava completamente zonza. Sua idéia seria pegar ela, tentar encontrar a amiga, e levar as duas para o hotel ou casa, ou qual fosse o lugar que estivesse hospedada.

Ele sabia que turistas poderiam ser presas fáceis, acreditavam que a Europa era um lugar sem criminalidade, baixavam as defesas, e ficavam ainda mais suscetíveis.

Não encontrou a amiga morena dela de modo algum. Então decidiu levar ela para fora da boate, e a colocou em seu carro, porém quando a colocou no banco, já estava quase inconsciente e não falava muita coisa. Precisava arrancar dela onde morava ainda antes de dormir em sono profundo.

Hey, hola … – Disse ao entrar no carro do lado do motorista dando uma leve encostada no rosto dela com tapinhas na tentativa de manter ela acordada. Não deveria nem dirigir, tinha bebido dois copos de uísque. 

– O que? – Disse a mulher sem muita coordenação.

¿Donde vives? ¿Dónde te estás quedando?

– Eu não sei. – Ela estava completamente grogue. Mesmo que soubesse onde morava não poderia se situar no momento.

¿Que voy a hacer ahora? – Disse Álvaro batendo a cabeça no volante.

Álvaro começou a dirigir enquanto pensava no que fazer. Nenhuma idéia parecia boa naquele momento, a mais sensata – e que ainda parecia uma loucura – era levar ela para o seu apartamento, e quando pela manhã o efeito da medicação passasse, ele explicaria tudo que havia acontecido e a levaria para o hotel em que estava hospedada. Claro que isso poderia ser um tiro no pé, mas não sabia mais o que fazer. Sua amiga ficaria um pouco preocupada, mas ainda sim seria melhor que deixar esta bela mulher a mercê de um homem como aquele que a rondava e a intoxicara com algo que ele nem sabia o que era.

Enquanto dirigia para casa, havia um sentimento ambíguo. Sabia que havia feito o que era certo, e salvado ela, mas sabia que poderia sofrer consequências. E se ela pensasse que ele tentou abusar dela? E se ela pensasse que foi ele quem colocou algo na bebida dela?

Agora era tarde. Tentaria explicar tudo para ela depois. No momento, precisava era deixar ela bem e confortável.

Desmaiada, Álvaro a retirou de seu carro que já se encontrava no estacionamento de seu prédio e a levou nos braços até o elevador. Quando finalmente entrou em seu apartamento, a colocou em sua cama. Ele dormiria na sala.

Pode ver seu lindo corpo deitado em sua cama.

Miguel estava certo, as brasileiras tinham algo de especial. Ele sentou-se aos pés de sua cama, e tirou os sapatos dela, com muito respeito e delicadeza. Percebeu que estava suando, e a respiração estava alterada, provavelmente pelo que lhe haviam administrado na bebida. Não sabia se fazia o certo, tudo parecia certo naquele momento, mas sabia que poderia se complicar. Ele tirou com calma o vestido dela, deixando-a apenas de roupa íntima. Sentiu que ficava duro de vê-la assim.

Tentou acalmar seus pensamento, precisava manter o respeito com aquela mulher. Foi até seu armário, e pegou uma camiseta grande que tinha, e vestiu nela. Soltou seus cabelos e a deixou confortável.

Mesmo com aquele camisetão estava divina. Era divina. Sua mente era traiçoeira, e a imagem dela apenas de roupas íntimas invadiu novamente sua mente, o deixando duro novamente. Tratou de arrancar esses pensamentos enquanto amaldiçoava a si mesmo apenas por pensar nisso. Logo essa mulher acordaria, na melhor das hipóteses entenderia que ele não havia feito nada com ela, e por fim seguiria seu caminho. 

Nunca mais a veria. Era isto: nunca mais a veria.

...

Álvaro quase caiu do sofá em que dormia quando ouviu um grito estridente pela manhã. Demorou um par de segundos para que sua alma voltasse para  o corpo, e lembrasse que havia uma mulher deitada em sua cama.

– Onde estou? – Itziar sentou-se na cama apavorada.

Oh céus, que cheiro bom havia naquela cama, poderia diferenciar o cheiro de perfume masculino de longe, havia testosterona naquele quarto sem a menor sombra de duvida. Por alguns segundos ela esqueceu que deveria estar amedrontada, mas assim que voltou a realidade. Só ficou pensando o que fazia ali.

Será que havia bebido tanto que teria esquecido onde estava? Ou com quem esteve? Seu coração estava como se fosse saltar pela boca.

Álvaro então se aproximou do quarto e falou pelo lado de fora, perto da porta. Sabia que se invadisse o quarto com certeza ela ficaria ainda mais assustada.

– C hica, ¿estás bien? – Ele gritou do outro lado da porta.

¿Quién eres tú? ¿Pasamos la noche juntos? – Sua memória estava péssima, e não se lembrava de absolutamente nada.

Bien, sí. Quiero decir. No. – Estava nervoso, respirou profundamente e falando em voz alta, ele começou a explicar. – Ayer en el club un hombre intentó drogarla y secuestrarla, su amiga se había distanciado, así que para ayudarla, la traje aquí, te juro que no te hice nada, solo te vestí cómodamente. Solamente esto.

– Eu? Dopada? ¿Como? ¿Cuando? – Sua cabeça começava a doer, não se lembrava de nada por mais que se esforçasse. De qualquer forma, não se sentia tocada, ou burlada. Seu corpo não estava dolorido ou diferente. Ainda estava desconfiada, mas ele parecia estar dizendo a verdade.

¿Puedo pasar y explicártelo mejor? – Disse Álvaro do outro lado da porta.

Céus, Itziar conhecia aquela voz, de algum lugar, assim como o cheiro. O cheiro lhe era familiar. Seja quem fosse esse homem, ela o conhecia, algo nele era familiar. Ainda sim, talvez pelo efeito da droga que supostamente – no pensamento dela – havia tomado, poderia ter deixado sua mente turva.

¿Donde estoy? – Itziar gritou.

En mi apartamento.

¿Y qué hago en tu cama? – Itziar encontrava-se cada vez mais desesperada.

La dejé allí, no tengo cuarto de invitados, dormí en el sillón. – Ele explicava com extrema paciência do outro lado da porta com tom alto e pausado.

– E por que é tão bondoso? – Gritou.

¿Me dejarás entrar y te explicar que pasó? – Disse por fim.

Sí. Pasa. Pasa. – Itziar suspirou, tinha medo do que fosse ocorrer quando abrisse a porta.

Álvaro então abriu a porta, e Itziar lhe faltou o ar. Pensou por algum momento que fosse desmaiar. Itziar havia passado a noite na cama de Álvaro Morte? Ele havia a salvado? Será que ele a acharia uma louca se fosse correndo para seus braços?

Oh céus, só podia estar delirando, aquilo não era real.

Colocou as mãos na cabeça e fechou os olhos por alguns segundo. Um pouco mais e quando abrisse os olhos tudo estaria normal, o delírio teria terminado. Deveria ser efeito do álcool, beberia sempre para poder ter essa visão, pensou consigo mesma.

Estava sonhando. É claro. Ainda estava sonhando. Não tinha acordado. 

¿Está bien? – Álvaro então se sentou ao seu lado na cama. Hesitou algumas vezes, mas por fim tocou em seu ombro.

Isso era mais real do que Itziar pudera imaginar, e por algum motivo Itziar sentiu seu corpo aquecer-se por inteiro, sentiu-se úmida em seguida, e olhou para Álvaro. Ele realmente estava ali, do seu lado. Tomou fôlego. Itziar controle-se.

– Álvaro Morte? – Itziar disse por fim. Por favor, Itziar controle-se.

Ela precisava se controlar, ou passaria por louca. Ainda assim estava díficil. Estava no apartamento de Alvaro Morte. Dele.

Estoy en desventaja. Tú sabes mi nombre y yo no sé el tuyo. – Álvaro parecia calmo, bem o oposto de Itziar.

Perdón. Sou Itziar. Soy Itziar. – Itziar estava em choque, poderia abraçá-lo, agarrá-lo, pedir um autografo e milhões de fotos. Entretanto ela resolveu que iria manter a calma. Mas até onde conseguiria?

– Brasileira, não? – Ele arriscou um portugês cheio de sotaque.

Sí, y si no te importa. Tu fan también. – Itziar sorriu. Queria abraçá-lo, como queria, então abraçou suas próprias pernas, tentava se conter. Seu coração pulsava forte e a ansiedade tomava conta. Podia sentir o sangue sendo bombeado forte em suas veias. Estava nervosa.

Tentava não externar. Mas estava muito nervosa. 

Oh, gracias. – Ele disse. – Para ser honesto, la fan brasileña más tranquila que he conocido. – Álvaro sorriu com gentileza..

– Se você soubesse a vontade que estou de abraçá-lo. Não diria isto. – Itziar riu desconcertada.

¿Verdad? – Álvaro riu. Ele não gostaria de admitir, mas havia sonhado a noite inteira com aquele corpo, jogado em sua cama. Fazia tempo que não tinha sonhos tão eróticos, mas imaginar-se penetrando profundamente aquele corpo, a dona daqueles olhos castanhos, já o deixava completamente duro. Novamente. Por fim, imploraria por esse abraço.

Que diabos havia naquela mulher? Parecia que estava enfeitiçado por ela e por sua beleza. 

Sí. Pero después de salvarme de lo que sea, creo que te mereces un día libre de una fan loca abrazándote, besándote y diciéndote cuánto te quiere. – Itziar riu, porém continuava nervosa e um pouco abatida provavelmente pelo entorpecente.

Venga. Necesitas comer algo.

Álvaro se levantou e Itziar o seguiu até a vozinha. Foi quando Hank se acordou e correu em direção a Itziar. Álvaro tentou gritar um “ no ”, mas já era tarde demais. Hank já havia pulado em Itziar, derrubando-a no chão e lambia todo seu rosto.

Disculpe señorita Itziar. Él nunca había hecho esto. – Disse ajudando a tirar Hank de cima de Itziar.

– Também é um prazer te conhecer Hank.  – Itziar disse rindo quando finalmente conseguiu tirar a cadela de cima dela e se levantar. – Y tu, me llames solamente de Itziar. Sin señorita, porfa. – Ela tinha o rosto completamente babado. – ¿Dónde está el cuarto de baño?

Álvaro apontou a direção sem falar nada, ainda estava envergonhado pelo comportamento de Hank.

Itziar então foi ao banheiro de Álvaro. Precisava lavar o rosto, Hank havia feito um belo estrago, mas quando olhou para a sua cara, apavorou–se. Estava horrível. Como podia estar na casa de Álvaro com esta cara? Oh meus Deus!

Tire a maquiagem Itziar, arrume esse cabelo, e essa camiseta... Opa, de quem era esta camiseta? De Álvaro é obvio. Não o devolveria nunca. Sorriu consigo mesma. Voltando a cozinha, sentia-se melhor do que antes, pelo menos em relação a sua cara. Seu nervosismo era o mesmo, e seu autocontrole estava completamente no limite.

¿Cómo estás?

Con mi estómago completamente revuelto, todavía no entiendo qué pasó exactamente.  

Álvaro botou o café para passar na máquina, e pegou algumas coisas na geladeira para fazer um sanduíche. Aproveitou enquanto terminava de organizar as coisas para o café da manhã para explicar detalhadamente o que estava o que havia ocorrido.

Tu estaba hablando con su amiga, la de pelo castaño...

¿Pelo castaño? – Lembrou-se de Julie, estava acostumada a chama-la de loira. – Julie.

Estaban en el bar, entonces ella vino a hablar contigo, estaba acompañada. Y detrás había un hombre que le puso algo en el whisky, traté de impedir que se lo bebiera, y cuando lo vi ya era tarde. Como no podías decirme dónde vivías, terminé trayéndote aquí. Lo siento por los inconvenientes ocasionados. Pensé en llevarte a un hospital, pero es extranjera, pensé que podría no ser una buena idea. No que traerte a mi casa fuera la mejor opción, pero. – Ele já não sabia mais como se desculpar com ela.

– Vale, todo bien, me salvaste de quién sabe qué. – Itziar franziu a testa.  – Pero no sé la dirección de la casa de Julie, donde vive. Tendré que llamarla para que me dé la dirección. Debes estar preocupada. – Continuava pensativa, tinha algo nessa história toda que ela não conseguia deixar de notar.

Foda-se a preocupação de Julie. Ela não conseguia pensar em Julie naquele momento, não com Álvaro na sua frente.

¿Todo bien? – Ele notou a expressão pensativa.

Si, ¿cómo te diste cuenta de tantos detalles? ¿Julie acompañada, yo bebiendo whisky y un hombre mirándome?

Álvaro corou. O que diria agora? Só poderia dizer–lhe a verdade.

Admiraba su belleza. – Álvaro finalmente admitiu. – No pude quitarte los ojos de encima en toda la noche. – Então serviu um café para ela, esperando que ela ficasse constrangida ou irritada com tal insinuação.

Chapter 5

Notes:

Boa madrugada (pra quem for ler agora). Tudo bem? Desculpa a demora para publicar esse capítulo, mas vou tentar publicar uma vez por semana. Prometo.

Desfrutem ♥

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Como aquilo havia acontecido mesmo? Onde as coisas mudaram de rumo? “Foda-se”, pensou Itziar que havia gostado muito do rumo que tudo havia levado.

Há mais ou menos duas horas atrás Álvaro Morte estava com ela, tomando um belo gole de café, quando disse que não conseguira tirar os olhos dela durante toda noite, e agora estava deitada sobre sua cama. Céus! Inferno! O que seja, havia sido mágico, era maravilhoso.

Total e completamente consensual e seus corpos pareciam tão conectados que precisaram se grudar, como ímãs. Talvez fosse aí. Quem beijou quem afinal? Álvaro havia aproximado sua boca oitenta por cento e Itziar os  outros vinte, ou havia sido o contrário? Que se dane. Nada disso importava.

O que importava era que os beijos prontamente começaram, e haviam deixado o café de lado e entregaram-se ao beijo por completo. Itziar foi dando passos para trás enquanto Álvaro caminhava de frente a guiando até o quarto. Logo estavam deitados. Logo estavam sem roupas.

Álvaro acariciou toda a sua intimidade sem pressa, apesar da vontade que tinha de penetrá-la logo, começou a estudá-la e ver em que pontos ela sentia mais prazer. Era a primeira vez que Itziar não tinha que se controlar para não gritar o nome de Álvaro na cama, estava com ele de verdade. E fazia questão de dizer seu nome, várias vezes, para provar que aquilo realmente estava acontecendo.

– Álvaro... – Gemeu baixo num misto de tesão e felicidade, quando Álvaro penetrou dois de seus dedos em sua intimidade.

Quando seus dedos foram tirados e este espaço que ficara vazio foi preenchido por seu membro, eles gemeram quase juntos. Ele começou a mover-se sem pressa, enquanto deslizava sua mão pelo corpo de Itziar. Ele estava fervendo, estava mais quente que seu próprio corpo.

Que mulher maravilhosa, Álvaro pensou consigo mesmo antes de chegar ao ápice. Chegaram ao clímax quase ao mesmo tempo.

Depois Álvaro deitou ao lado daquela maravilhosa mulher e a abraçou carinhosamente. E assim estava neste momento, nua, abraçada ao homem que sempre havia desejado. Isso era melhor que qualquer foto ou autografo. Pela primeira vez, um de seus maiores fetiches era realizado. Transar com Álvaro Morte. Não, fazer amor com Álvaro Morte. Ele havia sido tão carinhoso, tão gentil, havia se preocupado tanto com o prazer dela que isto não poderia ser simplesmente uma transa. Havia sido mais que uma foda qualquer, e se comparasse com qualquer outro hoje, com quem já havia feito sexo, mesmo os que já tivera um relacionamento mais duradouro, conseguia entender a diferença. Não era só sexo.

Condón . – Álvaro gritou então depois de alguns minutos que haviam terminado. – Nosotros no usamos condones. – Ele falou assustado.

Como aquilo podia ter acontecido? Será que Álvaro estava tão enfeitiçado por aquela mulher que havia se esquecido de algo tão importante? Maldição.

Ele nunca esquecia. Nunca havia esquecido de usar preservativos com nenhuma mulher.

No hay de qué preocuparse, no tengo enfermedades y no puedo quedar embarazada, porque estoy emb ... – Itziar pensou no que ia falar, e logo tudo aquilo pareceu uma loucura. – Oh meu Deus, meu bebê. – Como não havia pensado nele antes? Para falar a verdade, era a primeira vez que dizia “meu bebê” em relação ao feto que poderia estar carregando dentro do seu ventre.

¿Está embarazada?

Sí... – Pausou. – No... – Pausou novamente. – No lo sé. – Respirou fundo. Não conseguia pensar direito. – Quizá sí, tuve problemas con mi exnovio, mi regla se retrasó, pero el doc dijo que debía esperar un tiempo antes de hacer el examen. – Itziar começou a ficar nervosa. – ¿Qué pasa si la droga que me dieron le hizo daño a mi bebé? – Naquele momento todas as ações e reações que teve, além da felicidade de estar com Álvaro Morte sumiram. Estava completamente preocupada com seu possível bebê.

Não tinha certeza se ele existia. Entretanto, se sentia completamente responsável pelo que pudesse acontecer caso ele existisse.

Itziar, cálmate. El hospital está a unas cuadras. Te llevaré allí y luego te llevaré a casa. ¿Bien? – Disse tentando acalmá-la. Mas por que fazia isto? Não tinha nenhuma responsabilidade com aquela mulher. Sentia-se responsável. Merda de consciência.

Bien.

Foi quando ouviu um grande barulho vindo da cozinha.

Hank! – Álvaro gritou.

Claro, Hank havia feito uma bagunça na cozinha. Puxado tudo que havia em cima da mesa para o chão. Mas afinal quem mandou deixar comida exposta na mesa? Era uma tortura imensa para o pobre cão. Quanto tempo ele deve ter ficado babando em volta da mesa tomando coragem para atacar o que tinha sobre ela? Uma hora a sua força de vontade não fora o suficiente, e uma pequena bronca de seu dono valia a pena. 

Itziar foi atrás de Álvaro e viu a bagunça que Hank havia feito. Caiu na gargalhada.

¿De qué te estas riendo? – Álvaro fitou-a sério.

¡No!...¡Nada! – Itziar conteve então seu riso como pode, e foi até Álvaro ajuda a limpar a cozinha. Hank realmente havia feito um caos ali.

No necesitas ayudarme aquí. Ve a vestirte mientras arreglo todo.

¿Cómo haré esto? Solo tengo el vestido y las sandalias. No tengo más ropa.

Puedes colocar una de mis camisas sobre el vestido si te sientes más cómoda. – Álvaro sorriu para ela.

Itziar então foi para o quarto. Começou a procurar seus sapatos. Estava ansiosa para ir logo ao médico e saber se estava tudo certo com o bebê, e se de fato estava – ou esteve – grávida. Já havia esquecido de outras coisas que eram importantes para ela, como sua câmera, quando, procurando seus sapatos em baixo da cama, viu uma mala, igual a sua e com um cadeado, igual ao seu.  Puxou a mala, sem muitas esperanças, e colocou o código no cadeado. Não conseguiu acreditar quando ele abriu e dentro estava um dos itens mais importantes da sua vida.

– A minha câmera. – Itziar gritou tão alto que provavelmente todo prédio havia ouvido.

Álvaro sem entender foi correndo para o quarto e viu Itziar abraçada na mala, em sua mala. 

¿Qué estás haciendo con mi maleta? – Álvaro indagou um pouco atônito, aquela mulher era estranhamente graciosa.

Esta no es tu maleta, esta maleta es mía. Mi cámara. – Seus olhos brilhavam radiantes. – Mi dulce cámara.

A mala estava aberta. Como Itziar havia conseguido abrir tal cadeado? Logicamente Álvaro associou que essa mala realmente fosse de Itziar. E parecia que havia algo de extrema importância ali dentro para ela.

¿Su maleta? Entonces ¿dónde está la mía?

En casa de Julie, sobre mi cama. Debo de haberme confundido y haber cogido la maleta equivocada. Son idénticos. Confieso que cuando vi una maleta similar a la de mi ídolo en una tienda, tuve que comprarla, y solo contiene mis artículos más valiosos. – Itziar fitou novamente sua câmera. – ¡Mi cámara! ¡Mi hermosa cámara!

Al parecer estas cosas son muy importantes para ti. ¿No? – Álvaro se sentou de lado na cama, vendo Itziar ajoelhada no chão em frente a mala, seu sorriso era encantador, de pura felicidade. Com todo aquele entusiasmo, e pitada de loucura, só podia ser brasileira mesmo.

No tienes idea. Al menos ahora tengo ropa para ir al hospital y mi cámara está de regreso.

Itziar então começou a beijar a caixa da câmera mais uma e outra vez, não podia se conter, era sua vida dentro de uma mala. Podia ser algo material, porém que significava muito. Finalmente seu coração estava completo de novo.

Ya estoy celoso de esta cámara. – Álvaro brincou ao ver Itziar beijando-a tanto.

Itziar sorriu. O que era aquilo? Álvaro estava insinuando que queria seus beijos? Itziar não podia acreditar. Seu dia começava bem, extremamente bem.

Não resistiu em beijá-lo. E Álvaro aceitou com toda vontade. Porém terminaram apenas em beijos. Itziar continuava preocupada com o bebê. Precisava saber se existia, e se ele existia se estava bem. Não admitiria fazer mal a outra vida, uma vida que nasceria de si mesma, por conta de uma grande besteira. 

Rumaram ao hospital.

Tinham combinado. Iriam ao hospital. Voltariam à casa de Álvaro e Itziar pegaria suas coisas e descobriria o endereço de Julie. Ele, por fim, a levaria para casa de Julie.

Álvaro esperou pacientemente até que Itziar saísse do consultório. Havia deixado seus compromissos de lado. Nunca falhava a um, porém naquele dia  seria uma exceção e não se importava. Não tinham o que reclamar dele. Não era nada de muito importante o que faltava, e tudo aquilo que fazia naquele momento, parecia ser muito mais importante.

Itziar saiu com uma expressão decepcionada.

O que será que tinha acontecido? Álvaro se levantou rapidamente quando a viu, estava preocupado. E Itziar ao perceber que ele se aproximava soltou um breve sorriso forçado.

¿Y entonces? – Ela disse enquanto a acompanhava até seu carro, quando percebeu que ela não diria nada se ele não perguntasse.

No estaba embarazada. – Itziar suspirou. – No estaba. – Seus olhos ficaram molhados, mas nenhuma lágrima escorreu.

Lo siento. – Foi o que limitou a dizer, não sabia como consolar ela.

¿Sabes cuál es el peor? Es que no quería este hijo, vendría de un hombre al que no amaba, en un momento terrible, porque no tengo mucho tiempo por el trabajo y todavía estoy decepcionada.

Las mujeres son raras. – Não pode conter um riso baixo – ¿Existe algún riesgo por lo que hicimos hoy?

No. Hablé con el médico y me recetó la pastilla del día después. No tienes nada de qué preocuparte. – Ela entregou uma caixa para ele.

¿Qué es esto? – Ele disse enquanto pegava a caixa na mão.

La caja de la pastilla. Quiero que estés seguro de que lo tomé y que no estou tratando de estafarte con un falso embarazo o que sea . – Ela disse em um tom sério, mas no fundo segurava o riso.

No seas tonta.

Álvaro então abriu a porta do carro para Itziar entrar, mas antes que pudesse, ela sentiu uma tontura e vomitou. O médico havia lhe explicado que ela poderia ficar enjoada por conta da droga que havia tomado no bar. O que ele não havia explicado para ela, é que teria que tomar outra pílula abortiva se por acaso tivesse vômitos ou diarreia por um período de pelo menos duas horas depois da ingestão da mesma.

Itziar então se recompondo entrou no carro, e rumaram até a casa de Álvaro.

Quando chegou a casa dele, se lembrou de algo importante: Estava sem seu celular. Por isso Julie não havia ligado. E agora parando para pensar na loira – mesmo que Álvaro a chame de morena, sempre será loira para Itziar  – ela devia estar morta de preocupação.

Pensou então no seu computador, ele estava na maleta junto com sua câmera. Foi correndo ao quarto de Álvaro e o ligou, conectou na rede wifi dele, e acessou seu software de mensagens. Julie sempre estava conectada as redes sociais pelo celular.

“Aonde você se meteu menina” – Julie lhe enviou assim que Itziar ficou online.

“Tive um pequeno problema ontem na boate e não sabia seu endereço. Não sabia como voltar. Tenho uma carona para me ajudar, pode me passar o endereço. Em casa te explico tudo Julie. Obs.: Estou com minha mala de volta” – Itziar resolveu mandar tudo de uma vez, se não Julie lhe encheria de perguntas.

Julie então mandou seu endereço.

“Como virá?”

“Um amigo vai me levar”

Julie nesse momento podia pensar em todas possibilidades, menos que sua amiga pudesse ter sido dopada, e suas conclusões haviam sido as piores possíveis. Enquanto ela estava morta de preocupação, ela havia encontrado um homem por aí, e esquecido de avisa. Não poderia nem ligar para avisar que estava tudo bem?

E a mala? Agora havia pensado nisso. Como havia conseguido recuperar sua mala?

Tudo começou a se tornar estranho na cabeça de Julia, que ao menos estava aliviada de ter notícias da amiga. Era só esperar que Itziar chegasse e se explicasse. Depois a mataria com certeza.

Não demorou muitos minutos mais e ela mandou para Julie outra mensagem. Julie ao pegar o celular e ver o que Itziar havia mandado não sabia se ria ou se tinha mais vontade de bater na amiga ou se de matá-la.

“Talvez demore um pouco mais que o previsto.”

Notes:

Gente, esse hot foi bem fraco e pequeno, eu sei. Mas prometo que tem alguns que ainda vão compensar bastante. Espero que tenham gostado do capítulo de hoje e até a próxima.

Chapter 6

Notes:

Boa tarde, já quero começar me desculpando. Eu sei que esse capítulo deveria ter saído no domingo, porém eu não consegui revisar ele antes. Confesso que deu um pouco de trabalho revisar esse, mas valeu a pena. Eu tenho tentado dar uma melhorada nos capítulos. Não dá pra mexer muito, mas tenho me dedicado a dar uns ajustes de escrita. Espero que gostem.

Obs: capítulo +18

Desfrutem ♥

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Itziar não sabia exatamente por que havia mandando aquela ultima mensagem para Julie, porém tinha um pressentimento de que não sairia tão rápido da casa de Álvaro. E nem queria.

Sentou-se na cama dele e então pode respirar fundo novamente. O cheiro de Álvaro por todo aquele quarto a embriagava e a sensação era melhor que uma garrafa inteira de uísque. Ao menos embriagava mais. Fechou os olhos.

Álvaro estava no banheiro tomando banho, pediu que Itziar o esperasse e depois a levaria para casa. Foi nesse momento que ela enviou as mensagens para Julie e descobriu o endereço.

Deitou na cama de Álvaro. Seus mamilos estavam duros apenas por conta daquele cheiro. Era maravilhoso, mas também era uma maldição. Começou a tocá-los, por cima de sua blusa, e soltou um leve gemido enquanto pensava no sexo que havia feito com Álvaro. Quando apertou o mamilo com certa força imaginando que era Álvaro quem o fazia, sentiu-se molhar por completo a parte de baixo da roupa íntima. 

Envolvida pelo cheiro dele, e por sua imaginação que era bastante criativa, começava a se sentir muito excitada. Estava tão envolvida em seu próprio toque que nem percebeu quando Álvaro desligou o chuveiro.

Ele ouviu um dos gemidos de Itziar, mal havia saído do box. Curioso pegou a toalha, foi até a porta do banheiro que dava de encontro com o quarto e a abriu.

Itziar não percebeu sua presença, ainda tocava seus seios. Os olhos fechados e sua boca semi aberta deixando escapar sons de prazer.

Álvaro que tinha apenas uma toalha amarrada na cintura ficou observando aquilo em silêncio, até sua respiração era cronometrada para que Itziar não o percebesse. Não queria interrompê-la.

Quando Itziar tomou coragem e desceu a mão por dentro de seu short, Álvaro teve de conter o suspiro. Itziar buscou com os dedos o caminho de sua intimidade, arqueando a coluna e afundando a cabeça na cama. Começou a mover seu próprio clitóris, e soltou um gemido mais alto do que podia perceber.

Álvaro não se aproximou mais, mas também não conseguia tirar os olhos dela. Desprendeu a toalha e deixou cair jogou no chão, e começou a mexer em seu próprio membro enquanto via Itziar se tocar. Podia sentí-lo endurecer na própria mão enquanto movimentava.

 O cheiro de Álvaro pelo quarto era o suficiente para atiçar a imaginação de Itziar. Ainda de olhos fechados ela levou sua mão livre até o short descendo um pouco pelas suas pernas, fazendo que a mão que estava na própria intimidade se movimentasse com mais facilidade e então penetrou um de seus dedos.

Gemeu. E agora havia percebido que tinha gemido alto demais. Ele poderia ter ouvido. Para sua frustração abriu os olhos, e começou a recompor-se. Precisava arrumar sua roupa antes que ele voltasse.

Era tarde demais. Quando olhou para o lado, viu Álvaro com a mão em seu próprio membro, estimulando e vendo aquela cena com um olhar quente, muito quente. Estava fixado nela.

Itziar corou, mas seu olhar se tornou malicioso. Álvaro realmente se excitava apenas em olhá-la? Isso era muito bom para o ego de uma mulher que havia sido rechaçada tantas vezes. Ele era o homem que sempre desejou, que estava em seus sonhos mais eróticos, e agora, ele estava ali, louco para agarrá-la e penetrá-la.

A passos lentos e firmes em direção a cama, ele não tirava seus olhos daquela linda mulher. E ao contrário da primeira vez queria que esta fosse bem lenta, queria aproveitar cada centímetro de seu corpo, iria usá-lo e prová-lo de todas as maneiras.

Não queria admitir, mas tinha medo que depois que a levasse para a casa da amiga, nunca mais a visse novamente.

Álvaro então aproximou a boca do ouvido de Itziar e de modo bastante malicioso perguntou a ela:

¿Te gusta mandar o que te manden?

Aquela pergunta era capciosa, e ela tinha de pensar bem nas consequências disso antes de responder. Só que acabou ficando muda, e ele queria uma resposta rápida.

Tardó demasiado en responder, jovencita. Yo estoy a cargo y tendrás que hacer todo lo que te diga . – Álvaro ainda sussurrava em seu ouvido.

Itziar sorriu maliciosa. Seu olhar já concordava com o que ele queria.

Álvaro queria ver aquele corpo que estava em sua cama de todos os jeitos, de todos os modos e todos os lados, porém não tinham nenhuma intimidade e tinha medo de fazer a Itziar algo que ela não gostasse. Então pensou em não exagerar. 

Sua mente pensava nas coisas mais pervertidas possíveis do que fazer com ela. Ainda sim, precisava ir com certa cautela.

Começou com os pés, Itziar usava a mesma sandália da noite anterior, pois em sua mala não havia sapatos. Ele deslizou as mãos pelos seus tornozelos, até a seu calcanhar e começou a tirar elas sem pressa. Enquanto ele fazia, ela apenas o admirava, vendo aquele corpo nu, ainda úmido pelo banho.  Ela estava cada vez mais quente e cada vez mais excitada.

Álvaro a torturava com a espera, recém havia lhe tirado uma das sandálias. Pegou seu pé e começou a massageá-lo firme, apertando sua sola, depois o levantou até a altura de sua cabeça e lhe depositou um beijo na sola. Em seguida começou a tirar a sandália do outro pé, sem nenhuma pressa, como se fosse o mesmo ritual. Porém ao invés do beijo, no final deu uma leve mordida.

Ela o observava atentamente, calada, e até suas mãos tocando tão carinhosamente seus pés a deixava excitada. Álvaro sabia exatamente onde apertar. Foi então que ele começou a subir pelo seu corpo. Itziar teve de prender o fôlego.

Chegou até seu short, ele já estava um pouco baixo, o que era um lembrete dela há poucos minutos atrás se masturbando. Queria ver aquilo novamente, e o veria, mandaria que Itziar o fizesse novamente. Mas primeiro havia que se livrar daquele short. Começou a tirá-lo e junto foi puxando sua roupa íntima. A deixando totalmente nua da cintura para baixo. Ainda tinha que tirar sua blusa, entretanto isso o faria depois.

Deitou-se ao lado dela, para sua frustração. E encostou seu membro duro na perna de Itziar fazendo que soltasse um gemido. Estava duro, completamente duro por ela. E Itziar necessitava sentir, mas dentro de si. Não seria fácil ou rápido, pois Álvaro ainda a exploraria cada parte do seu corpo antes de fazer o que ela tanto desejava, e ele sabia que ela desejava, estava em seus olhos e também em cada suspiro de frustração quando ele demonstrava que ainda não o faria. Ele também desejava.

Colocou sua mão então sobre o seio de Itziar, repousou ali sem fazer nada. Itziar queria que ele o apertasse e que brincasse com ele, porém não fez. Aproximou sua boca do ouvido dela:

Toma tu mano, colócala en tu coño y haz lo que estabas haciendo antes. – Disse sussurrante, porém com tom autoritário.

Ela não pode negar, mas o fato de ter usado um termo tão chulo em relação a sua intimidade que deveria ter deixado irritada ou constrangida a deixou mais excitada, ainda mais saindo dos lábios de Álvaro Morte. Álvaro Morte, ainda não podia acreditar.

Obedecendo, ela levou sua mão a sua intimidade e afastou um pouco suas pernas, abrindo, assim podendo movimentar seus dedos com mais facilidade.

Así es… Buena chica. – Ele mantinha o tom autoritário e sexy. – Ahora mientras masajeas tu clítoris, imagina mi lengua allí, dando ligeras chupadas, varios besos y mi lengua jugando ligeramente con ella.

Itziar tinha uma boa imaginação, já havia imaginado ele fazendo isso com ela diversas vezes, ouvir a voz dele dizendo aquilo apenas a deixava com ainda mais tesão. Não pode conter o gemido ao ouví-lo. Continuava mexendo em sua intimidade assim como Álvaro mandava.

Así… – Ele dizia em um tom de elogio. – Ahora pasarás tu dedo por la entrada de su coño, mojarás tu dedo en su líquido y volverás a tocar su clítoris apretando ligeramente. – Itziar o fez, estava adorando ser conduzida por ele. – Sabes lo que es esto, es mi saliva corriendo por todo tu maravilloso coño, delicioso coño. – Álvaro repetia varias vezes a palavra, havia visto o quanto Itziar tinha ficado excitada, e seus gemidos eram apenas provas de que ela realmente imaginava o que ele havia mandado.

Álvaro então tirou a mão que repousava sobre o seio de Itziar e colocou em sua boca molhando-os com saliva e se ajeitou na cama, porém ainda deitado com seu rosto perto dela. Estava confabulando maldades em sua cabeça. Maravilhosas maldades.

Ahora imagina Itziar que lo que pasa por tu clítoris ya no es mi lengua, sino la cabeza de mi polla. – Itziar soltou um gemido apenas de imaginar. – ¿Te mueres por que te penetre? ¿Sí? Profundo, muy profundo.

... – Forçou a palavra em meio a seus gemidos.

Pegando ela de surpresa, Álvaro então penetrou dois de seus dedos de uma só vez dentro da intimidade de Itziar. O gemido de Itziar saiu alto e estridente que não fez nenhuma questao de conter, ele teve de abafá-lo com um beijo para que os vizinhos não ouvissem.

Ele movimentou os dedos diversas vezes lá dentro, e Itziar então tirou a mão do clitóris.

No le dije que se los quitara. – Falou autoritário, ainda mexendo os dedos.

Yo no ... – Não conseguiu completar a frase, assim como não conseguia mais coordenar seus movimentos. 

Haz-lo . – Ordenou.

Itziar então juntando toda a concentração que podia, levou novamente a mão até o clitóris e quando pousou seu dedo sobre ele, tentando movimentá-lo, Álvaro movimentou seu dedo ainda mais rápido. Novamente o gemido teve se ser abafado com um beijo.

Quando já não podia mais aguentar pensando que chegaria ao ápice, Álvaro simplesmente parou tudo tirando o dedo. O olhar de Itziar novamente era de frustração. Álvaro levantou e saiu do seu lado, se ajeitando entre as pernas dela.

Quítate la camisa. – Foi a única coisa que disse antes de levar sua boca a intimidade dela e começar a chupá-la com vontade. 

Itziar não conseguia se concentrar em tirar a própria blusa enquanto ele movimentava a língua quente em sua intimidade. E ele parecia se divertir com aquela brincadeira maliciosa. Ele ficava muito excitado com aquela mulher fervorosa e completamente entregue na sua cama. O efeito que tinha sobre ela nunca havia tido sobre qualquer outra mulher. 

Novamente, perto de ela chegar ao ápice. Ele parou.

Dije que se la quitara. – Disse sério.

Está jugando conmigo.  – Ela tinha uma mistura de frustração e malicia, aquele jogo também a excitava.

Quítate la.

Logo que ele ordenou, ela agarrou a própria blusa para tirar e antes que conseguisse subir a peça até o final do seu corpo, Álvaro levou a boca novamente a intimidade dela e chupou seu clitóris com vontade e pressa. Ela então arqueou as costas para trás não conseguindo completar a tarefa novamente.

Depois de muito trabalho e concentração e quase a rasgando, Itziar conseguiu livrar-se da blusa, e todo seu corpo estava nu, exceto seus seios que eram tapados pelo sutiã. Álvaro ainda lhe chupava, e sempre quando Itziar estava a ponto de atingir o clímax, ele parava tudo, fazendo com que ela ainda se sentisse mais excitada, e com mais vontade de tê-lo dentro de si.

Ele então subiu ainda mais por seu corpo, colocou suas mãos por baixo das costas dela e desprendeu a última peça que faltava, ajudando ela a se livrar dele.. Finalmente estava nua. Completamente nua e em sua cama. Isso fez se sentir ainda mais duro, nunca havia se posto tão duro e excitado apenas de ver uma mulher. Deitou seu corpo por cima do dela e podia sentir todo o calor de seu corpo.

Itziar já não estava em chamas, já não era lava, ela estava tão quente que poderia queimar o sol. Ele então roçou seu corpo no dela, lentamente e por uma par de vezes, Itziar soltava suspiros e gemidos baixos apenas de sentir seu corpo no dele. Álvaro também não conseguira segurar alguns de seus suspiros de prazer.

Ele então ainda por cima dela, baixou a cabeça e pode abocanhar um de seus seios. O chupou com vontade. Pegou a mão dela e levou ao outro seio, demonstrando que queria que ela se tocasse enquanto ele a chupava.

Assim que o mamilo de Itziar ficou ainda mais duro e mais exposto, Álvaro tirou sua boca, e levou seu dedo, contornando seu mamilo almas vezes. Levou novamente a língua e o circulou também, exatamente com a ponta da língua. 

Os olhos de dela estavam fechados. Firmemente fechados.

¡Abre los ojos, quiero que me mires! – Disse com o mesmo tom autoritário de antes.

Obedeceu, porém percebeu que nem seus olhos ela controlava mais. Teve de se esforçar para conseguir mantê-los fixos em Álvaro.

Ele então trocou de seio. E desta vez não abocanhou apenas o mamilo, mas toda a pele que pode. Itziar gemeu. Gemia quase que constantemente, e seu corpo já não a obedecia, estava estremecido. Ela o abraçou e e apertou suas costas cravando as unhas. Já se encontrava tão excitada que poderia chegar ao clímax somente com aqueles carinhos nos seios. Isso não aconteceu, Álvaro parou novamente. 

Montou sobre ela, a deixando no meio de suas pernas, estava a mais ou menos na altura de seus seios. Sem largar todo seu peso, apoiou-se contra seu corpo, e repousou seu membro rígido sobre a depressão de seus seios.

O que Álvaro iria aprontar agora? Foi a única coisa que pensou, e essa apreensão a deixava mais excitada, estava quase acreditando que Álvaro a deixara em um estado que chegaria ao clímax somente com seus pensamentos.

Ele então apertou os seios de Itziar contra seu membro, fazendo–o que ficasse apertado ali, ele começou a movimentar seu membro. Álvaro que gemeu alto agora, apenas de ver e sentir seu membro ali encostando aos seios dela.

Céus! O que essa mulher fazia com ele? O fazia ter ideias e pensamentos que jamais havia tido. Estava voltando louco, e fazendo-a que se sentir ainda mais.

Itziar gemeu ao sentir a fricção do membro dele entre seus seios. Isso era extremamente prazeroso para ambos. Enquanto segurava os seios com as mãos e movimentava seu quadril para fazer o movimento com seu membro, ele elevou seus polegares e começou a brincar novamente com os mamilos dela.

– Álvaro...  – Gemeu o nome dele afundando a cabeça no colchão.

Álvaro sentiu um prazer enorme de ver seu nome saindo dos gemidos de Itziar. Céus, que mulher maravilhosa que tinha consigo naquele momento. Parando, Álvaro conseguiu mover um pouco mais para frente. Cuidando para não esmagar os preciosos seios de Itziar, colocou seu membro em frente a boca dela

Chúpame. – Ordenou feroz.

Itziar não duvidou e agarrou seu membro com a boca, chupando com vontade, suas mãos se pousaram em lugares diferentes, uma sobre as maravilhosas coxas do senhor Morte e outra sobre seu membro, ajudando a movimentá–lo na boca.

Gemeu alto. Não podia conter seus gemidos. Ela fazia aquilo com maestria. Quando sentiu então ela chupar a ponta de seu membro, não aguentava mais. Tinha de penetrá-la e tinha que fazer isso agora.

Ele se esqueceu de tudo, inclusive da proteção. De novo. Ficando entre as pernas dela, ele a penetrou sem cuidado algum, com fugacidade, com extrema vontade. Ela o recebeu com um gemido. Havia tanto tesão ali que ele não conseguia nem pensar ou se controlar. Depois de perceber a violência com que Itziar recebeu seu membro, voltou a se por novamente no controle.

Perdon. ¿Te lastimé?

– Não. – Respondeu em português mesmo, pois foi a única coisa que conseguiu dizer.

Álvaro começou a se movimentar dentro dela. 

Itziar já não podia mais se controlar e Álvaro sabia que o sexo não iria durar tanto quantos as preliminares, estavam tão excitados que tinha que se controlar para conseguir demorar mais dentro dela.

Os gemidos eram todos abafados por beijos, eles não paravam de se beijar. O movimento dele era alterando em rápidos e lentos, mas constante, sem parar. Ela tinha as mãos novamente apoiadas nas costas dele, e a excitação fazia suas mãos o apertarem, provavelmente ele já estivesse vermelho com a marca de suas unhas que cravava quando ele estocava forte e fundo.

Quando Álvaro percebeu que não iria poder mais segurar, parou de movimentar, deixando seu membro parado dentro dela. E continuou a beijando. Sabia que isso não funcionaria por muito tempo mais, mas não queria que terminasse.

Ao perceber que se acalmara um pouco, voltou a movimentar. Movimentou rápido, tão rápido que Itziar não pode conter mais, havia chegado ao clímax, e sua vulva inchou tanto que apertou forte, muito forte, seu membro. Não poderia se segurar mais.

Acelerou os movimentos tudo que pode, e com um gemido breve e alto despejou tudo dentro dela, aliviado.

Foi nesse momento que ele se deu conta que não havia usado preservativos novamente. Mas não ia falar disso, não agora. Tinha de aproveitar essa sensação maravilhosa que estava sentido antes que esta mulher fosse embora de sua vida. Sentiu-se triste com a possibilidade.

No nos protegemos. – Itziar foi quem disse, enquanto deitava a cabeça sobre seu peitoral nu, assim que ele rolou para seu lado na cama.

Me sentiría muy frustrado si entrara en su cuerpo con látex entre nosotros después de probarlo completamente desnudo. – Depositou então um beijo na testa de Itziar.

Tengo que ir a lo de Julie. – Sussurrou com um ar triste. – Realmente no quería.

No necesitas irte ahora, mi pequeña, primero descansa. – Álvaro lhe deu outro beijo e a deixou ainda mais aconchegada em si envolvendo ela em seus braços.

“Minha pequena”, Álvaro havia a chamado de “minha pequena”. Estava nas nuvens, sempre pensara o que ocorreria se tivesse alguns minutos ou algumas horas a sós com seu ídolo. Ela tinha de admitir que isto era melhor que todos os sonhos e planos que já tinha traçado em sua vida.

Estava maravilhada. E infelizmente apaixonada. Não podia se apaixonar por ele, talvez daqui algumas horas estivesse na casa de Julie e não o veria nunca mais, teria de se contentar apenas com as lembranças.

Seu coração doía.

Notes:

E aí, o que acharam? Eu to adorando o fato de que eles não ligam a mínima por estarem usando camisinha ou não. Depois SE vem filho, eles ficam naquelas: "mas como foi que isso aconteceu?"

Será que eles vão seguir se vendo ou vão perder contato? Façam suas apostas.

Chapter 7

Notes:

Oii, acharam que não ia ter hoje? Apesar de recém ter postado o capítulo atrasado, achei que seria interessante manter a agenda e postar hoje de novo, e assim ficamos em dia com os capítulos. Espero que gostem do capítulo de hoje.

Desfrutem ♥

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

A campainha tocou. Julie foi correndo atender. Lá estava a senhora “sumida”, a dona “logo estarei aí”. Julie podia fuzilá-la somente com o olhar, e era exatamente isto mesmo que estava fazendo. Itziar por outro lado tinha um sorriso tão grande nos lábios, e uma felicidade que mal cabia dentro de si, não havia nenhum olhar reprobatório que pudesse estragar o que ela sentia naquele momento. Entrou e estava acompanhada de sua mala.

– Onde a senhorita estava, Itziar Ituño? – Julie tinha uma expressão séria e preocupada.

– No céu. – Respondeu enquanto não tirava Álvaro Morte da cabeça.

– Você sabe o quanto é difícil a vida aqui para os turistas? Podia ter morrido.

– É realmente poderia, Julie, se não estivesse por perto aquele maravilhoso herói dos olhos castanhos, cabelo macio, braços musculosos – Suspirou. – O homem mais lindo do mundo. – Suspirou novamente.

– Pensei que o homem mais lindo do mundo para você fosse Álvaro Morte. – Seguia séria. Itziar não respondeu, se manteve calada, apenas sorriu. – Agora como assim herói? Pode me explicar?

– Quando você me apresentou o tal rapaz com quem ia dar uma volta, um homem colocou um boa noite cinderela na minha bebida, ou algo do tipo. E o meu herói – ela falou essa parte cantarolando –  viu o que havia acontecido, me pegou e te procurou. Quando não te achou, me levou para sua casa, e dormi na sua cama.

– Ele se aproveitou de você? – Julia estava bastante preocupada, principalmente pelo fato de Itziar ainda parecer estar nas nuvens.

– Não. Pelo contrário, dormiu na sala e me deixou ocupando a cama dele. – Sorriu. – O que te posso dizer é que eu me aproveitei dele. – Não parava de suspirar com as lembranças.

– E esse maravilhoso homem tem nome? – Julie revirou os olhos.

– Não poderia te dizer. Você não iria acreditar se eu te contasse. – Ela deixou Julie na sala e começou a andar em direção ao quarto com sua mala.

– Ei, volte aqui. E me conte: Como achou essa mala? – Julie viu que ela carregava, e sabia que não era a outra, pois ainda estava no quarto.

– Essa é a parte mais louca disso tudo. Eu peguei a mala dele por engano, e enviaram para ele a minha. – Itziar suspirou novamente. – Minha câmera de volta e o homem mais perfeito do mundo, no mesmo dia. Jul, é um sonho?

Julie, ainda um pouco irritada com Itziar, foi até ela e beliscou o ombro da amiga fazendo a amiga dar um grito.

– Não, não é. – Respondeu rindo.

– Idiota! 

– E por que ele não subiu? Por que não veio buscar a mala dele?

– Ele estava com pressa, deixaremos isto para outra ocasião, ele já sabe meu número e onde me encontrar. – Ela finalmente conseguiu chegar até o quarto.

Ao trancar a porta pode se encostar a mesma e derreter até o chão em um longo suspiro. Que homem! Que fogo! Que homem! Jamais poderia imaginar que tudo que havia sonhado um dia pudesse acontecer. 

Depois de outro suspiro, se levantou e foi até sua cama, sentando-se nela. A mala de Álvaro ainda estava sobre ela. A abriu. Podia sentir seu cheiro na roupa que estava na mala, mas também estava impregnada em sua pele.

Algumas dúvidas permeavam sua mente: Será que havia significado alguma coisa para ele? Será que seria só uma aventura passageira? Será que se repetiria? Não importava muito. Quer dizer, ao menos suas das três perguntas. Pois ela ainda queria que ocorresse pelo menos mais uma vez. Só não poderia pensar em paixão naquele momento.

Mexendo nas coisas dele, logo reconheceu entre os pertences uma camiseta verde. Segurando ela, tinha certeza que já a havia visto.

Pegou sua câmera na mala, uma tarefa difícil, já que estava enrolada em isopores, plásticos e tudo que fosse possível para não estragar na viagem. Valeu a pena, mesmo com todos os traslados errados, estava intacta. Agora indo a parte que interessava, ligando a câmera, e acessando o cartão de memória, colocou na primeira foto de sua câmera, sempre deixava aquela foto em sua câmera, a foto que tirou com Álvaro quando ele foi ao Brasil. Estava certa! Era aquela blusa que usava, a mesma.

Respirou fundo.

Poderia contar a Julie agora! Ela acreditaria.

Agora? Não! Depois, ainda curtia o momento. Inspirava seu cheiro junto com o ar, e ao expirar não queria soltar esse aroma incrível de Álvaro Morte. Quando parou para pensar, se lembrou das outras fãs. Elas a odiariam, isso era um fato.

Assim como odiavam a Blanca, e todas as outras que não fossem Virgínia. Uma namorada de Álvaro que havia morrido a alguns anos. Blanca? Será que Blanca seria um problema? Álvaro havia terminado com ela fazia meses, mas haviam saído alguns boatos que se encontraram algumas vezes depois do término.

O que está pensando Itziar? Está se achando muito especial se acha que ficará com ele novamente. – Pensou triste.

Ainda sim tinha esta mala para entregar, e seria ali que ela saberia se aconteceria mais alguma coisa. Ansiava muito para que ocorresse. Ele era tudo que ela havia fantasiado e imaginado todos aqueles anos.

Respirou fundo. Não podia pensar nisso, a deixava nervosa e ansiosa. Preferia pensar no ocorrido e em como tudo havia sido mágico.

...

Julie demorou a acreditar em tudo que a amiga contou. Porém a blusa havia a convencido, e outra: Por que a amiga inventaria isto? Não precisava mentir para ela.

– Foi tudo tão perfeito. – Itziar concluiu com um longo suspiro.

Não conseguia pensar nele sem suspirar.

– Então seu  herói é Álvaro Morte? 

– Sim. – Os olhos de Itziar brilhavam, era tanta sinceridade e felicidade naquele olhar que realmente só podiam ser causados por Álvaro Morte. Se havia alguma sombra de duvida se desvanecia naquele olhar.

– Amiga, eu tenho que te confessar que se não fosse você me contando assim eu nunca acreditaria. O destino conspirou mesmo não.

– Fato. – Ela abraçou a amiga com muita animação.

– E agora?

– Agora o que?

– Tudo vai terminar assim? Você vai ficar mais um mês aqui e vai pro Brasil, e ele também vai continuar a trabalhar, como se nada tivesse acontecido? Foi só sexo e deu?

– Na verdade não sei. – O brilho dos olhos de Itziar se apagou. – Eu sou apenas uma fã, um bom divertimento, ele salvou minha vida, me deu um sexo sem igual, acho que não posso fazer nenhum tipo de cobrança. E no mais ele não me fez promessa alguma. – Itziar desviou o olhar.

– Deste ponto de vista você tem até um pouco de razão. Só que o destino conspirou tanto para vocês amiga que acho que a coisa não termina por aí não. – Julie piscou.

– Não me iluda. Confesso que amava aquele homem de um jeito único antes de conhecer ele e depois de fazer amor com ele, eu bem, me encontro completamente apaixonada. É doido né? Só que é obvio que ele não me irá querer, não dessa forma, ele tem a mulher que quiser nas mãos e ainda tem... 

– Tem?

– Você não conhece bem o Álvaro, mas eu conheço e ele não é do tipo mais fiel do mundo. – Ela  sorriu de canto, um sorriso triste. – Enfim, todos os relacionamentos dele terminaram por conta de traição da parte dele. Comigo não seria diferente. 

– Por que não?

– Por que se com aquelas modelos chiques, bonitas e ricas ele não conseguiu manter a fidelidade. Imagina com uma fã, brasileira, de classe média, e que nem tem um corpo como o delas?  – Lembrar disso a deixou triste, era como um choque de realidade. – Jul, vamos cortar esse assunto?

– Tudo bem se é assim que você pensa. Só que talvez você tenha algo que elas não têm. – Julie disse já se levantando e saindo do quarto de Itziar.

– O que?  – Disse chamando a atenção da amiga.

– Você é alegre, divertida, meio doida as vezes. Mas muito sincera e parceira. – Ela sorriu para a amiga que ainda tinha um olhar triste. – Duvido ele encontrar qualquer mulher que tenha a sua doçura. – Piscou.

– Ele tem algo pior. – Itziar baixou o olhar. – Ele é fatal. – Respirou fundo deixando ela sair. 

Notes:

E aí, o que acharam do capítulo de hoje? IMAGINA IMAGINA você assim com o Álvaro ou outro fav seu... Eu acho que ia pro céu e nem voltava... Arrasta pra cima que se diz? hahaha.

Chapter 8

Notes:

Desculpa a demora para postar, mas está aí o de hoje. Espero que gostem. Desfrutem ♥

Chapter Text

Álvaro Morte não conseguiu trabalhar muito neste dia, parecia distraído, e na verdade estava. O diretor havia lhe chamado algumas vezes a atenção.

¿Tienes algún problema, Morte? – Havia um misto de suavidade e indignação na pergunta.

¿Tu crees? – Álvaro sorriu cínico.

Parece que si. Y parece que es un problema llamado mujeres. – Ele disse sorrindo.

A única coisa que o animava é que depois desta semana teria uma semana inteira de folga, longe de câmeras, filmagens, sets e tudo mais. Fazia tempo que precisava, aliás, implorava por um pouco de folga, por férias. Ainda que fossem alguns poucos dias. Pensava que poderia compartilhar momentos com Hank, e quem sabe com Itziar também.

No fim do dia, ele já não aguentava mais. Não aguentava mais trabalhar. E não aguentava a saudades também. Tinha a desculpa da mala, que havia deixado na casa de Itziar de propósito. Queria ter algo para poder chamá-la. Antes de fazê–lo, no entanto, resolveu dar uma boa pesquisada na internet. Precisava saber um pouco mais sobre ela.

Sua sorte é que Itziar Ituño não era um nome tão comum. 

Logo encontrou suas redes sociais. Não havia muitas informações sobre ela, nada mais do que ela postava em seu perfil. E pode ter certeza de quão fã ele era, tinha até um fã clube dedicado a ele, isso de verdade o assustou mais do que pensava, principalmente quando reconheceu o fã clube, ele seguia e já havia até respondido algumas mensagens.

Por um momento ele pensou que ela poderia ter exposto ele. Ter dito coisas sobre o que havia acontecido. Porém, felizmente, pode respirar aliviado quando percebeu que ela não havia postado nada, absolutamente nada de sua vida pessoal ali, nem mesmo sobre os momentos que tiveram juntos.

Entretanto, não pode deixar de pensar sobre isso.

Será que Itziar manteria tudo em segredo? Será que logo isto estaria em todo lugar e sua vida íntima seria revelada ao mundo inteiro? Havia se entregado a Itziar de uma forma que não havia se entregado a nenhuma outra mulher. Não que ele não tivesse estado tão intimamente com outras, mas ele não havia medido consequências com ela. Nenhuma. Tinha feito de tudo para que ela se sentisse totalmente a vontade e com tanto prazer que se derretesse em seus braços. Ele conseguiu. E de algum modo estranho se apaixonou.

Não! Não poderia estar apaixonado. Não por uma fã.

Era muito prematuro. Devia estar louco só de pensar nisso.

Precisava falar com alguém. Dentre seus amigos, apenas um era confiável: Dante. Era o único amigo que tinha, no ramo artístico, que considerava totalmente confiável. Apesar disso, fazia muito tempo que não se falavam. Não eram exatamente próximos, de conviverem sempre, porém era para Dante que ele ligaria se um dia cometesse um crime e precisasse de um cumplice. Pensou realmente em ligar para ele, e pedir um conselho. Chegou a pegar o telefone na mão.

Mas o número que digitou em seu celular não foi o de Dante. O número que digitou foi o de Itziar.

Itziar pegou o celular, tocava uma música que Álvaro havia gravado, não que fosse excelente cantor,  mas havia gravado essa música para um projeto. O número aparecia como privado. Quem seria? 

Olhou para o horário e eram apenas oito horas da noite.

Atendeu finalmente.

– Alô. – Colocou o celular encostado no ouvido.

Hola. ¿Itzi? – Perguntou Álvaro, era primeira vez que ele a chamava assim, sentiu suas pernas bambas. Sentou–se na cama. – Itzi, ¿estás ahí?

Sí. Estoy. – Disse esclarecendo a garganta. – To- .. ¿Todo bien, Álvaro? – Itziar ainda estava surpresa com a ligação.

Para ser honesto, todo está mucho mejor ahora. – Itziar sentiu seu coração disparar, como uma adolescente apaixonada. – Quería saber si podría recoger mi maleta ahora, y si.. – Álvaro respirou fundo. – Si no quieres aprovecha para conocer un poco de la ciudad. Te puedo llevar.  

Por supuesto que puedes venir a buscarlo ahora. Y de hecho me encantaría. – Itziar respondeu.

Perfecto. ¿Puedo pasar en una hora? – Álvaro perguntou ao consultar o relógio de pulso.

Por supuesto. – O corpo de Itziar vibrava de felicidade. E ela nem podia controlar isso.

Entonces en una hora. Oh, no olvides llevar tu cámara. Adiós.

Bien . – Itziar disse mesmo sem entender. – Adiós – Desligou o telefone, se jogando na cama.

Itziar então correu para a sala, Julie havia chegado a pouco tempo do trabalho e não estava bem humorada, no entanto a amiga, estava completamente feliz. Não se importava nem um pouco com mau humor da amiga, nada poderia estragar aquele momento.

– O que aconteceu Itziar? Até parece que ganhou na loteria. – Disse com desdém.

– Melhor! Álvaro me chamou para sair hoje a noite! Ele disse que estaria aqui em uma hora. – Ela então prestou atenção no que disse. – Uma hora? Não irá dar tempo de me arrumar. – Gritou como uma adolescente.

– Dá sim amiga. Vai para o banho que eu vou escolher uma roupa para você, por que se tiver de escolher roupa não irá nem no ano que vem. – Ela falou soltando um sorriso, era difícil não se contagiar com a felicidade da amiga.

– Obrigado Jul! – Itziar disse pegando toalhas e correndo para o banheiro.

Ela não tomou um banho demorado. Não sabia se Álvaro fazia o tipo pontual, ou se atrasaria. Era algo novo que descobriria sobre ele, e isso a deixava eufórica. Saber mais sobre ele.

Quando estava pronta, ela se olhou no espalho um par de vezes, muito ansiosa, pensando sobre o que ele acharia dela e se estava realmente bem daquela forma. O que desviou sua atenção foi seu celular tocando. Novamente um número privado. Provavelmente Álvaro. Atendeu assim que chamou pela segunda vez.

Hola. – Disse ela, na realidade queria dizer “ Hola Álvaro ”, mas e se não fosse?

Hola Itzi. – Era a voz de Álvaro. – ¿Está lista? Te estoy esperando.

Estoy bajando. – Disse Itziar com um sorriso de orelha a orelha, que quando percebeu, apenas agradeceu por Álvaro não poder ver.

Te espero. – Álvaro também estava ansioso, alias nunca havia estado tão ansioso em sua vida. Quem era aquela mulher tão doce? E o que estava fazendo com sua vida? Porque ele estava deixando ela entrar tão profundamente e tão rapidamente?

Itziar desceu, e quando Álvaro fitou-a ficou de queixo caído. Surpreso. Itziar estava divina, era um anjo que havia caído em sua vida. Com um vestido preto básico, um salto alto, seu cabelo solto e poca maquiagem, havia causado um efeito em Álvaro Morte tão grande que sentiu que havia de ter se vestido melhor. Não que não estivesse muito bem arrumado de jeans, tênis e uma camisa. Mas deveria estar de smoking para acompanhar uma mulher tão bela quanto aquela.

Álvaro esclareceu a garganta, mas na verdade precisava de litros de água para hidratar sua garganta seca. 

Em uma mão Itziar carregava a mala de Álvaro, que faltava uma blusa, verde, uma que fez questão de guardar entre suas coisas – ele não sentiria falta, foi o que ela pensou quando pegou. – e na outra, a mochila de sua câmera, que até então não havia entendido para que Álvaro tinha pedido que trouxesse.

Deja que te ayude. – Disse Álvaro aproximando-se e pegando a mala. Ele a levou até o carro e a colocou  no porta malas.

Após Álvaro abriu a porta do carona e fez sinal para que Itziar entrasse, estava agindo como um verdadeiro cavalheiro. Itziar entrou, deixando a câmera sobre seu colo e colocou o sinto de segurança enquanto Álvaro fazia a volta e entrava em seu carro no lado do motorista, colocando também o sinto de segurança.

Todavia no entiendo. – Disse Itziar apontando para a câmera. – ¿Por qué me pediste que la trajera?  

Álvaro ligou o carro, mas não pode deixar de olhar novamente Itziar, tinha um sorriso no rosto. Aquela mulher era realmente encantadora.

Eres turista y fotógrafo, te llevaré a los atractivos turísticos de España, sé que es de noche, pero creo que disfrutarás tomando fotos de los lugares.

Itziar sorriu e desviou o olhar corada. Como podia ter imaginado algo diferente disso? Achou melhor olhar para a janela.

Solo una pregunta. ¿No tienes miedo de los paparazzi? Sé cuánto te gusta mantener tu vida personal, realmente personal. – Disse voltando a olhar para ele.

Simplemente parecerás una amigo. Es sólo que nosotros no nos besamos. – Álvaro sorriu começando a dirigir.

¿Y quién dijo que te besaría? – Itziar disse em um ar desafiador.

¿Y quién dijo que te dije eso a ti? – Ele respondeu com o mesmo tom de voz. Fazendo-a corar rapidamente. Ele queria beijá-la?

Tentava se conter com essas pequenas ações de Álvaro. Não queria parecer uma fã boba, mas isso era realmente muito difícil.

Madrid era realmente linda, e embora a maioria dos pontos turísticos ficassem fechados a noite, Álvaro estava certo, o que não faltavam eram lugares maravilhosos para tirar fotos. Várias recordações que Itziar com certeza levaria consigo quando voltasse ao Brasil. Dentre elas, o sabor dos beijos dele. Ela mentiu quando disse que não queria beijá-lo, a realidade é que teve que segurar sua vontade várias vezes. O que ela não sabia, é que Álvaro se sentia da mesma forma.

Eles então pararam em uma cafeteria, para comer um lanche e tomar um café. Sentaram-se na rua, embora teria sido muito melhor se tivessem sentado dentro do local. Ali havia um fotografo que estava dando cliques sobre os dois a cada segundo sem que eles percebessem.

Entonces Itzi. – Fitou-a após um gole de café. – Imagino que sabes mucho sobre mí, pero tu aún eres un misterio para mi.

Verdad. Sé más sobre ti de lo que crees, pero no quiero asustarte.  – Itziar sorriu corando.  – Además, créeme, tu vida es mucho más interesante que la mía.  – Ela piscou.

No dudo que lo sepas: ustedes fans están locos. Por otro lado, no estoy de acuerdo con que tu vida sea tan poco interesante, realmente me interesa saber más sobre ti.

¿Me estás diciendo loca? – Itziar fingiu-se ofendida.

Sí. – Álvaro riu. – Ahora no te salgas del tema.

¿Que quieres saber?   – Itziar tomou um gole de café enquanto esperava a resposta.

Todo. – Álvaro disse obvio. A expressão de Itziar com essa resposta, no entanto, fez com que ele tivesse de ser um pouco mais específico. – Ok. – Se deu por vencido. – ¿De qué exactamente tomas fotografías profesionalmente?

De hombres. – Itziar foi direta e dessa vez foi Álvaro quem ruborizou, arrancando um riso de  Itziar, antes de prosseguir. – Generalmente asociado con productos, a veces solo productos, a veces solo hombres. Esporádicamente de animales. Pero prefiero fotografiar hombres. – Ela deu os ombros. – Me gusta mucho y mi trabajo es muy reconocido, tanto que los artistas iban a la ciudad donde vivía para fotografiarlos o pagarme el viaje. Después de un tiempo me vi obligado a mudarme a São Paulo y ahora vivo entre São Paulo y Río de Janeiro. – Sorriu.

¿Y fue eso lo que llevó a la ruptura? ¿Ese chico del que creías que estabas embarazada?

Itziar desviou o olhar e soltou um leve sorriso ao lembrar qual era o real motivo do fim do namoro

No, esa relación terminó por otra razón. Uno que realmente no te interesa saber.

Ah, estoy intersado. Muy interesado. – Álvaro sorriu. Ao perceber a expressão divertida de Itziar sabia que havia algo inusitado nessa história e estava disposto a descobrir. Era um homem curioso.

Realmente no quieres saberlo. – Itziar desviou o olhar, e o café que já se encontrava morno, ela virou como se tragasse uma bebida.

Yo decido lo que quiero o no. ¡Vamos dime! – Álvaro não falava autoritário, o contrário, tentava convencê-la e encorajá-la.

Lo llamé Álvaro cuando teníamos sexo. – Itziar falou extremamente rápido e com tom de voz baixo, tão baixo que ele quase nem escutou.

Álvaro ruborizou novamente, estava pasmo. Itziar teve que se levantar as pressas e ajudou dando alguns tapas em suas costas: Álvaro havia se engasgado.

¡Álvaro! ¡Álvaro! ¿Estás bien?

Finalmente conseguindo desengasgar, ele tomou fôlego.

Estoy bien, estoy bien. – Ele respirou fundo, acalmando Itziar que voltou a se sentar.

Lo siento, no debería haber hablado. Dijo que no le gustaría saberlo. – Itziar corou se lembrando do que acabava de falar. Com isto havia acabado de admitir que sempre havia tido desejos eróticos com Álvaro? Não que nenhuma fã já não tivesse tido, mas era uma louca de ter confessado isto para ele.

Esta todo bien. Me tomó por sorpresa.

Quem ficou surpresa após isso foi Itziar, que mesmo depois do que ela contou, Álvaro a convidou para ir novamente ao seu apartamento. Por um momento pensou que não deveria aceitar, mas porque não? E logo estavam lá.

Álvaro, no entanto, havia tido de dar voltas e voltas de carro para despistar o fotografo que os seguiam.

Fotógrafos, la escoria de la sociedad. – Álvaro bufou.

– Hey. – Itziar falou indigna.

No me refiero a tu estilo de trabajo Itzi. Lo siento. – Álvaro falou sem jeito. – Estoy hablando de los paparazzi. Parece que no hay nada más que hacer en sus vidas que molestarnos. Nos cansan. – Álvaro estava visivelmente aborrecido com a situação.

Havia conseguido despistá-los, e agora abria a porta do apartamento. Hank deveria ter recebido Álvaro, mas foi direto para Itziar.

– Oi Hank, meu amorzinho. – Itziar falou em português mesmo, afagando Hank entre as orelhas com uma mão, na outra estava sua câmera, que havia se recusado a deixar no carro.

Hank, desagradecido. – Álvaro bufou ao ver que o cão o ignorou.

Eles entraram e trancaram a porta. Itziar largou sua câmera em um armário alto, longe de onde Hank alcançasse.

– ¿Estás listo para ver tu cara en todas las portadas mañana?

No te preocupes Álvaro, sé respetarte a ti y a tu privacidad también. Solo diré que soy fan y que tomamos un café juntos y luego me dejó en mi hotel. Nunca abriría su vida personal.

Gracias, Itzi. – Álvaro sorriu–lhe. – ¿Puedo ver cómo quedaron las fotos? – Esta era uma clara tentativa de mudança de assunto.

Sí.

Álvaro então pegou a mochila da câmera, e a tirou de dentro. Ligou-a e começou a passar as fotos. Não pode conter o riso ao perceber que Itziar prestava atenção em seus movimentos, mas não por ele, e sim pelo dispositivo que tinha em suas mãos. Parecia uma mãe cuidando um estranho com seu filho no colo.

Fotografias muy bien. Realmente tiene el don. – Álvaro sorriu.

Como lo has hecho tú para actuar. Seguirás siendo un gran director, Álvaro. No tengo dudas. – Itziar retribuiu o sorriso.

Ela sabia realmente tudo sobre ele, sabia que ele adorava atuar, mas sonhava em parar de atuar e ser um diretor de sucesso. Também sabia que quando criança ele sonhava em ser piloto de avião e adorava viajar. Ela conhecia todos aqueles pequenos detalhes que um fã conheceria, e agora também conhecia alguns detalhes dele que somente se sabia quando havia intimidade.

Espero que tengas razón. – Álvaro tentava se concentrar nas fotos, mas Itziar estava muito perto.

Sólo prométeme una cosa.

¿Qué?

Obtendrá su licencia de piloto y no renunciará a su sueño de infancia. Si tenemos los medios, tenemos que alimentar a nuestros niños interiores. – Itziar sorriu, e apenas depois percebeu que isso era algo pessoal, embora todas as fãs soubessem.

Álvaro por um momento se assustou, logo depois se lembrou de que Itziar deveria saber de muito mais coisas que ele imaginava, e que deveria se acostumar com isto.

Te prometo. – Álvaro sorriu.

Ele ainda passava as fotos, e haviam terminado as fotos de Madrid, e começado as fotos de seu trabalho. Ela realmente fotografava homens e fotografava muito bem. Porém quando passou as fotos, viu uma foto em que havia uma pessoa conhecida, alias, muito conhecida: Era ele. E estava abraçado com Itziar que tinha pelo menos um cinco anos a menos. Realmente fazia em torno de cinco anos ou mais que não ia ao Brasil.

Itzi, ¿ya nos conocíamos? – Ele mostrou a foto para Itziar.

Sí. ¿Crees que irías a Brasil y yo no me tomaría una foto contigo? Le tengo un cariño muy especial a esta foto, aunque tu no recuerde este día.

Álvaro realmente não se lembrava. E não podia entender o amor de fã. Era irracional, incondicional, e não lhe pedia nada em troca, absolutamente nada além de sua existência e talvez nem isto, pois se um dia morresse ainda seriam fãs e ainda amariam. Álvaro sacudiu a cabeça tentando se livrar destes pensamentos.

¿Por qué, Itzi?

¿Por qué qué?

¿Por qué ser mi fan? No entiendo. Una persona que no conoces, que no sabe que existes y que lo haces todo. Siguen la vida, su carrera, ven películas y a veces viajan sólo para hacerse una foto conmigo, se enfrentan a colas y al sol. Algunas de las personas más locas incluso se tatúan. – Itziar nesse momento ruborizou, mas tentou esconder isto. – Y no entiendo por qué es así.

¿Nunca has sido fan de nadie?

No de esta manera.

– No hay explicación, por eso tenemos el nombre de fan. Y estoy feliz de ser actualmente un poco más que eso, aunque no dure para siempre. – Itziar sorriu.

Álvaro então largou a câmera e se aproximou de Itziar segurando-a pela cintura e trazendo-a mais para perto de si. Começou a beijar seu pescoço e a envolvê-la em seus braços, e começou a afastar seus cabelos para beijar sua nuca.

Álvaro no. – Itziar travou sua mão quando afastou seus cabelos. – Sólo la boca, no está preparada para tanta información. Es mucho para una noche.

Álvaro não a entendeu, porém levou seus lábios ao dela e começou a beijá-la com intensidade. Itziar abriu sua boca recebendo muito bem a língua que queria explorá-la por completo. O beijo foi longo, calmo, e acendeu a chama de ambos. Estavam quentes e seus corpos começaram a grudar-se. Deveria haver um ímã que os puxassem com tanta intensidade um para o outro. Ao fim do beijo, tiveram de retomar o fôlego.

Álvaro então levou sua boca ao ouvido de Itziar e sussurrou no mesmo: – Prometo que estoy listo para cualquier cosa. Para revelarte por completa.

Itziar sorriu para Álvaro e levou as mãos puxando o cabelo para o lado, deixando parte de sua nuca descoberta e mostrou para Álvaro.

Talvez ela estivesse certa, e ele não estivesse pronto para tudo. E talvez entendesse por que Itziar fez questão de esconder.

Um flash back veio em sua mente, e não era uma lembrança antiga. Na realidade era uma lembrança de poucos segundos atrás. 

¿Por qué ser mi fan? No entiendo. Una persona que no conoces, que no sabe que existes y que lo haces todo. Siguen la vida, su carrera, ven películas y a veces viajan sólo para hacerse una foto conmigo, se enfrentan a colas y al sol. Algunas de las personas más locas incluso se tatúan. – Itziar nesse momento ruborizou, mas tentou esconder isto. – Y no entiendo por qué es así.”

Ao acordar de seu devaneio, Álvaros se manteve firme, não deixando transparecer sua expressão de surpresa ao ver aquela pequena tatuagem que ficava escondida entre sua orelha e seus cabelos: AM.

Tentando manter-se centrado, ele depositou um beijo sobre a tatuagem, que provocou um arrepio nela. Ela era pequena, discreta, poderia ser pior.

¿Qué es esto? – Disse sussurrando em seu ouvido, não com tom surpreso, mas com tom malicioso.

¿Para otros hombres? Siempre inventé alguna excusa o significado. ¿Para mi? – Itziar então se virou para ele. – Álvaro Morte.

Novamente se fez um beijo, um beijo um pouco mais quente que o anterior, um pouco mais rápido e ainda mais intenso.

Chapter 9

Notes:

Oi pessoinhas, minha vida segue corrida. E eu estou publicando TDTF porque ela é uma adaptação, e ela acaba sendo mais rápida de escrever. Se alguém aqui lê Disfraz, saiba que eu não abandonei (e nem vou), apenas não tive tempo de escrever um capítulo descente, mas logo estarei de volta lá. A mesma coisa serve para os comentários, não tive tempo de responder, mas por favor, COMENTEM. Eu prometo que logo que as coisas acalmarem, eu vou voltar a responder todos os comentários, eles são realmente muito importantes pra mim.

No mais, espero que gostem do capítulo de hoje. Desfrutem ♥

Chapter Text

Quando se deram por conta já estavam deitados na cama novamente, e as roupas atiradas ao chão. Toda a extensão do corpo de Itziar estava sendo beijado por Álvaro, porém desta vez ela se ajeitou por cima dele.

O fez chupar um seio de cada vez, deixando seus mamilos duros e expostos, arrancando dela fortes gemidos, e depois se deitou por cima dele fazendo movimentos roçando seus corpos que levavam seus seios a friccionarem contra sua pele por várias vezes.

Álvaro gemeu.

Que mulher quente que estava em sua cama. Nunca havia estado tão a vontade e tão íntimo com qualquer mulher que não fosse Itziar.

Ela sentou-se sobre as pernas de Álvaro agarrou o membro de uma só vez e começou a movimentar sua mão, arrancando um gemido alto dele, com a outra mão levou a seus testículos acariciando-os de leve, e fazendo todo o corpo dele estremecer.

Itzi ... – Gemeu.

Assim que ficou tão duro quanto pode, e já não aguentava sentir somente a mão de Itziar, ele precisava dela em cima dele, cavalgando sobre ele.  Itziar deitou sobre seu corpo, e subiu roçando seu corpo no dele até chegar em seu ouvido.

¿Dónde tiene condones? – Itziar sussurrou.

No Itzi. – Disse com pesar. – No puedo ni quiero usarlo contigo. – Suplicou, ele usaria se ela pedisse novamente, mas já haviam feito tantas vezes sem. – Después arreglaremos nuestros descuidos, ahora mismo solo necesito sentirme dentro de ti, totalmente dentro de ti. A menos que le des importancia.

Itziar o obedeceu, na verdade ela tinha exatamente o mesmo sentimento por ele. Claro que sabia que esses descuidos poderiam gerar consequências, mas não queria pensar nisso, não naquele momento. Então com cuidado sentou-se sobre seu membro encaixando-o perfeitamente, e pouco a pouco penetrando fundo em sua intimidade.

Ambos gemeram quando entrou tudo que lhe cabia.

Começando a se movimentar ela levou suas mãos ao peito de Álvaro para se apoiar e poder fazer mais rápido. Conforme movimentava seus seios também se mexiam graciosamente e Álvaro não conseguiu se conter em agarrá-los. Itziar fechou um pouco as mãos arranhando um pouco seu tórax.

Depois de alguns minutos, cansada de se movimentar, Itziar começou a diminuir os movimentos e fazê-los mais fracos e lentos. Foi nesse momento Álvaro agradeceu por dormir em uma cama de casal king, pois pode girar seus corpos por completo, ficando por cima de Itziar, sem desencaixar, segurando-a firme pela cintura, e continuando os movimentos com estocadas rápidas.

Itziar chegou a clímax primeiro.

– Álvaro. – Disse em um gemido alto e claro que o excitou ainda mais.

Já não aguentando e necessitando aliviar-se, Álvaro então a penetrou cada vez mais rápido fazendo com que chegasse ao clímax poucos momentos depois.

Exaustos, Álvaro rolou para o lado e se deitou na cama, e puxou Itziar para que deitasse a seu lado, com sua cabeça sobre seu peito.

Eres magnífica en la cama, ¿lo sabías? – Álvaro disse com um sorriso satisfeito nos lábios.

¿Dice eso a todas? – Itziar sorriu, dando um beijo sobre o peitoral de Álvaro.

De hecho, es la primera vez que me siento así. Sinceramente. – Depositou um beijo na cabeça entre os cabelos. – Ya tu, debes haber escuchado esto muchas veces.

De hecho, no. – Itziar sorriu. – Es el primero en decirme esto, normalmente me siento un fracaso en la cama.

¿Cómo puedes decir esto? Nunca había estado con una mujer tan perfecta, tan caliente, tan sensual, y tan, tan, que ningún otro adjetivo me corresponde explicar. – Disse indignado. Itziar devia estar mentindo, como um homem não adoraria transar com aquela mulher? Bem, ele não queria transar, ele queria lhe fazer amor, de domingo a domingo, da uma a uma. 

Quizás seas el único que piensa de esa manera. ¿Eran tan malas las demás? – Disse em tom de brincadeira quando se referiu as possíveis outras mulheres na sua vida.

No hay muchas otras, la mayoría de las veces casos rápidos...

Así como yo . – Itziar teve de completar a frase.

Álvaro engoliu seco. O que lhe diria agora? Diria que está apaixonado? Que não gostaria que ela voltasse ao Brasil? Que era capaz de casar-se com ela se assim desejasse. Céus Álvaro, era a primeira vez que amava depois de Virginia. Que amava de verdade. 

Estaré libre durante una semana, – disse ele não tendo coragem de falar exatamente o que pensava – desde el próximo viernes hasta el otro lunes. Quería compartir algunos momentos contigo. – “Y demostrarle que no es sólo una aventura lo que está sucediendo entre nosotros” , pensou, mas não disse.

Tengo poco menos de cuatro semanas aquí y me encantaría compartirlas todas contigo. – Itziar sorriu.

¿Es tiempo suficiente para convencerla de que no regrese a Brasil?

Itziar levantou a cabeça de seu peitoral e fitou-o no rosto. Álvaro estava pedindo para que ela ficasse? Itziar devia estar louca, ouvindo coisas ou aquilo era mesmo real? Por um momento quis acreditar que o que ele dizia era sério, mas claro que não passava de uma brincadeira.

Aunque quisiera, tengo mucho trabajo allí, no puedo dejarlo todo y cambiar de país, de continente. Somos adultos, Álvaro, y sabemos que eso no es posible en absoluto. – Sorriu triste com o canto do lábio.

Lo sé, pero todavía tengo cuatro semanas para cambiar de opinión. – Brincou, mas no fundo era totalmente verdade, apenas faltava algo para poder dizer que aquilo era o que mais queria na vida, ficar ao lado dela.

Itziar apenas sorriu e de um beijo leve nos lábios dele. Depois adormeceram juntos, abraçados.Álvaro se acordou somente no outro dia.

Julie deveria estar preocupada, mas na verdade não estava, não depois de ver os jornais, coisa que Álvaro ainda não havia feito. Abriu a porta do apartamento, a faxineira do condomínio sempre deixava o jornal sob o capacho que ficava em frente a porta. Hoje não havia nada. 

Viu então Lisandra passando.

– Hey. – Álvaro a fitou. – ¿Dónde está mi periódico?

Buenos días a usted también. – Lisandra tentou mudar de assunto.

Buenos días. Perdón por mis malos modales. – Sorriu. – Sin embargo, me sorprendió no ver mi periódico aquí, siempre eres tan puntual.

Pensé que preferirías no ver el periódico hoy. – Carregava o jornal de Álvaro em baixo do braço.

Álvaro apenas esticou a mão, fazendo sinal para que ela o alcançasse.

Bajo tu propio riesgo. – Ela lhe entregou o jornal. Álvaro estava na capa e Itziar também.

¡Joder! – Álvaro gritou.

Le dije que no mirara, que estaría de mal humor.

Gracias Lisandra, pero esto me habría enterado en un momento u otro. – Ofereceu um grande sorriso tentando se desculpar de como havia a tratado, de ter levantado a voz.

Pero no es bueno estresarse antes del desayuno. – Lisandra piscou. Logo se despediram e Álvaro fechou a porta. 

Café da manhã? Que grande ideia Lisandra havia dado. Prepararia um belo café da manhã e levaria na cama para Itziar, e somente após mostraria jornal. Quando estava tudo pronto, colocou sobre uma bandeja e foi até o quarto esperando encontrar Itziar dormindo.

Ao contrário, Itziar estava acordada. Tinha dado falta de alguém na cama, era muito espaço para dormir e depois de tatear algumas vezes seus olhos se abriram. Álvaro não estava, sobrou apenas respirar fundo e sentir o doce aroma dele, após então se lembrar da maravilhosa noite de amor que tiveram. Como Álvaro ainda demorava, pegou o celular e acessou a internet.

Sua cara estava pálida quando Álvaro chegou com a bandeja.

Buen día. – Álvaro disse ao vê–la mexendo no celular. – ¿Como esta? ¿Dormiste bien? – Ele parecia animado, Itziar tinha certeza que ainda não havia visto os jornais, se não sua expressão estaria  um pouco pior.

– Bom dia. – Disse em português, sabia que ele entenderia. Tinha a voz animada, e se ajeutou na cama enquanto ele colocava a bandeja sobre seu colo. – ¿Viste algún periódico hoy? ¿Noticias? ¿Blog? ¿Sitio de chismes? O que sea. – Perguntou meio desconfiada.

Lo vi y nos vemos hermosos en la portada. – Álvaro mantinha–se com rosto alegre, Lisandra estava certa, não podia deixar algo assim estragar seu dia ainda antes do café da manhã. – Pero hablaremos de esto más tarde.

– Ok.– Itziar então começou a comer.

O café da manhã transcorreu bem e eles como o prometido não tocaram do assunto nos jornais, mas nenhum dos dois podia negar que pensaram nisso o tempo todo. Álvaro tinha medo de como isso recairia sobre ele e sobre Itziar. Ela aparecia como sua possível nova namorada, já sabiam até que ela era brasileira e uma fã. E as outras fãs? Elas iriam querer a cabeça de Itziar, por inveja, por despeito, ou simplesmente por fazerem isso com todas as namoradas que ele já havia tido. Nunca havia se importado com isso, mas agora se importava. Itziar não tinha pensamentos muito diferentes dos dele, os medos eram os mesmos.

¿Entonces? ¿Qué haremos? – Olhou ele com expressão séria assim que terminou de tomar o café da manhã. Não conseguia adiar esse assunto nem mais um segundo.

No lo sé, Itzi. Todo el mundo sabe que eres mi fan, tan pronto como salgas por esa puerta sabrán que pasaste la noche conmigo. – Álvaro respirou fundo. – Debe haber paparazzi incluso en helicópteros aquí en la ventana para saber si estás aquí.

Itziar riu do exagero de Álvaro, mas entendia o que ele queria dizer. Ele era uma figura pública muito conhecida e reconhecida em seu país e no mundo em geral. Todos iriam querer saber a verdade, todos iriam querer ser os primeiros a divulgar a fofoca em primeira mão. Ainda sim, não pode deixar de achar graça do quão exagerado ele podia ser.

Deja de tener manía de persecución. No debe haber nadie en las ventanas. – Itziar gargalhava. Logo se recompondo. – Ahora realmente tenemos que pensar en una buena excusa.

¿Qué quieres hacer, Itzi? – Fitou sério.

Yo no sé. Tú eres quién está acostumbrado a esto. Debería ser el dueño de las ideas.

Por mí mandaría a todos a la mierda y me iría contigo en mis brazos. Porque por lo que a mí respecta, este mes nos van a fotografiar mucho – Álvaro sorriu.

Itziar sorriu de volta. Era uma loucura tudo isto, mas uma loucura que ela estava adorando viver. Se realmente fizessem isso, se realmente saíssem juntos e ignorassem os fotógrafos e os paparazzis de modo geral, eles confirmariam o affair dos dois, e isso geraria muitas fofocas. Itziar, mesmo sendo um caso passageiro, se tornaria uma pessoa pública – ainda que fosse por um tempo. Mas ela estava disposta a isso, por ele.

¿Estás tu seguro de eso?

Sólo estoy esperando tu confirmación.

Bien. Tienes mi confirmación.

Álvaro sorriu. Estava cada vez mais encantado por aquela mulher. Será que seria a primeira mulher em sua vida em que amaria depois de Virgínia? Não poderia comparar os sentimentos, mas Itziar era por quem havia sentido algo mais próximo do que sentira por sua namorada tão amada, por quem se sentia viúvo sem mesmo haver casado. Porém Itziar era inalcançável, logo estaria de volta a sua vida no Brasil e ele a milhares de distância dela.

¿Y cuándo nos enfrentaremos a los leones? – A pergunta de Itziar interrompeu os pensamentos de Álvaro, fazendo-o voltar a aproveitar o agora.

Seguramente no lo será en este momento.

Disse Álvaro malicioso, se jogando na cama e movendo para cima dela. Fariam amor uma ou várias vezes antes de enfrentar os tais leões. Queria aproveitar todo aquele delicioso corpo, e foi assim que o fez, algumas vezes antes de cansar completamente e pedir clemência. Teria de dormir várias horas antes de pensar em entrar naquele maravilhoso corpo novamente. Dormiram tão profundamente, tomados pelo cansaço que todo aquele exercício e calor lhe proporcionaram, que até esqueceram–se de almoçar. Quando acordaram, já passavam das três horas da tarde.

Chapter 10

Notes:

Mais um capítulo de TDTF, espero que gostem. Desfrutem <3

Chapter Text

Quando acordaram, decidiram enfrentar de frente os leões: Iriam almoçar fora. Foi uma ideia dada por Itziar e muito bem aceita por Álvaro.

“Será que isto já chegou ao Brasil?”. Itziar pensou. Não que ela não tivesse noção de que as fãs brasileiras já soubessem, mas ela pensava em uma escala maior, como sites de fofocas brasileiros, bem como programas na televisão aberta do país. Tudo que não queria era seu rosto estampado em todas nos sites de fofocas. Só achava que a mídia espanhola podia ser ruim, quem não conhecia a mídia brasileira.

Conozco un restaurante fantástico, apuesto a que te encantará. – Álvaro disse entusiasmado, sabendo que seria uma batalha chegar lá com toda a imprensa em cima.

Excelente. ¿Puedo ducharme primero? – Perguntou sorrindo.

Por supuesto. – Falou devolvendo o sorriso.

Álvaro buscou uma toalha para Itziar. Logo percebeu que iria ter que vestir a mesma roupa, já que não havia levado nenhuma outra muda para trocar.

– Hey. – Álvaro chamou sua atenção.

¿Qué?

Esto se te cayó de la maleta, no lo sé, pero creo que sería útil. – Estava com uma peça de roupa íntima na mão, não poderia negar que vinha a calhar, porém Itziar corou. Como poderia ter esquecido isso na casa de Álvaro?

Mal sabia Itziar que isso havia ficado com Álvaro como souvenir, e que ele apenas havia devolvido porque sabia que ela se sentiria melhor trocando a roupa.

– Obrigada. Gracias. – Disse pegando a peça e a tolha das mãos dele e indo para o banheiro.

Itziar ligou o chuveiro, esperou que a água esquentasse enquanto se despia. Não costumava trancar a porta do banheiro, afinal tinha o costume de morar sozinha, e nem percebeu quando apenas encostou a porta sem trancar. Além desta, tinha outra mania, uma que Álvaro iria descobrir em poucos minutos: Itziar cantava no banho.

“Al momento de ser realista nunca me considere una especialista, y sin embargo algo en mi cambio. Se exactamente como sucedió” . Itziar havia começado a cantar, sem ao menos perceber, era algo que fazia por instinto.

“Mi corazon palpitaba cada vez que se hombre se me acercaba y con el tiempo me empezo a gustar. Debo decir que no me fue tan mal” . E foi neste momento que Álvaro começou a se aproximar da porta para ouvir ela cantar.

Álvaro decidiu se encostas na porta e foi quando percebeu que ela não estava trancada, ainda sem abrir, ouviu Itziar cantar mais um pouco, e sem resistir, acabou abrindo a porta. Não podia ver seu corpo nu por conta do vidro fosco que o deixava apenas semitransparente, porém suas curvas ainda eram plenamente visíveis e adorava ver. Admirava sua silhueta.

Itziar parecia empolgada depois de acabar de cantar o refrão,  e enquanto cantava a parte seguinte da musica, com vontade, parecia que ela tinha um significado mais profundo para ela:

“Yo nunca fui muy afortunada mis anteriores novios no me cuidaban, me maltrataban y me hacian llorar y nadie me venia a consolar. Ahora estoy como loca pensando que voy a comerle la boca. Quiero besarlo hasta sentir dolor y someterlo a nuestro hermoso amor”.

Quando se viu, percebeu a presença de Álvaro, se sobressaltou, se calando imediatamente. Seu banho já estava quase no fim, e desligou o chuveiro em seguida.

¿Por qué paraste? Tu voz es linda.

Gracias. – Itziar disse sem graça puxando a toalha para dentro do box e enrolando em seu corpo.

De verdad. ¿Nunca has pensado en cantar profesionalmente?

No, ni siquiera quiero. No nací para la fama . Aunque sé que estoy a punto de enfrentar algo peor que eso. – Riu nervosa.

Todavía hay tiempo para volver atrás.

Nunca. – Sua voz era firme.

Após se secar e vestir, Itziar colocou um óculos escuros de Álvaro e um boné para poder esconder um pouco seu rosto. Álvaro estava de rosto limpo, como se fosse dar a cara a tapa.

¿Estás lista? – Álvaro sorriu a encorajando, antes de sair do apartamento, abrindo a porta para Itziar sair primeiro.

Sí. – Ela mantinha aquela expressão ansiosa. 

Saíram e antes de fechar a porta Álvaro recomendou a Hank que se comportasse. Desceram de elevador. Foram até a garagem e entraram no carro de Álvaro. Ele colocou a chave na ignição e ambos respiraram profundamente.

Ligou o carro e abriu a garagem para sair. Havia uma pequena multidão na porta, todos relacionados a programas de fofocas, sites e páginas relacionados a esse tema, todos procurando um espaço para falar e fotografar a dupla dentro do carro.

Ao constatarem que havia mesmo uma mulher com ele, ficaram ainda mais alvoroçados. Quando finalmente se livraram e conseguiram seguir caminho foram até um restaurante que Álvaro gostava, e que iria preservá-los, o único problema seria o trajeto do carro até o restaurante, no mais, lá dentro estariam a salvo e poderiam conversar com toda a privacidade e tranquilidade que mereciam.

Nem todos os artistas sofriam tamanha perseguição na Espanha, o maior problema é que Álvaro estava no auge, não apenas na fama nacional, mas a nível mundial, e naquele momento uma foto ou uma exclusiva com ele, valia muito dinheiro, o que causava uma grande balbúrdia na mídia espanhola. Todos queriam ter a oportunidade de conseguir algo diferente e exclusivo.

Llegamos. – Disse Álvaro estacionando o carro.

Ele então olhou para a loira, estava completamente tenso.

¿Que pasó?

Ahora tienes que estar más preparada que antes, no tendrás un escudo de hojalata que para defenderte y sabes que nos siguieron hasta aquí, ¿no?

Estoy lista. – Disse tranquila. – No necesitas preocuparte por mí. – Ela se preocupava sozinha, por que na verdade não estava preparada e nem tranquila, mas respirou fundo e iria enfrentar mais isto.

Desceram do carro. Itziar tirou o boné, mas se manteve com o óculos escuro. Álvaro a abraçou de lado no intuito de protegê–la e saíram do estacionamento. Ele estava tenso, sabia o quanto a imprensa sabia ser maldosa, sabiam ser agressivos, e também sabiam ofender.

Não poderia imaginar ninguém tocando um dedo nela ou soltando alguma indireta. Ele sempre havia tratado a imprensa o melhor possível, mas por um momento sentiu que por Itziar poderia destruir a todos, ninguém tinha o direito de magoar ou machucar ela. Ele não deixaria, não enquanto estivesse sob seus olhos.

Por que se enganar mais? Ele a amava e com as lembranças do seu passado, ele também temia por ela.

E foi tudo como Álvaro previu, não tinha tantos jornalistas como em sua casa, porém os que tinham eram da pior espécime. Ele não poderia responder a altura, o trabalho não deixava, mas tinha de proteger Itziar.

Se arrependeu por sair sem seguranças, mas agiu como um para Itziar, a abraçou para que a proximidade não a machucasse, e foi levando os jornalistas consigo até a porta do restaurante.

– Itziar, cuéntame ¿cómo es estar tan cerca de tu ídolo?

– ¿Ya estás saliendo?

– ¿Es sólo un caso pasajero?

– Álvaro, habías dicho que nunca estarías con una fan. ¿Cambió de opinión?

– ¿Ese fue con el que engañaste tu ex?

–¿Cuánto tiempo tardará en engañar a Itziar también?

De todas as perguntas a última foi a que mais doeu em Itziar, ela tentou não pensar nisso, porém o trajeto do carro ao restaurante parecia uma maratona de mil quilômetros a qual nunca iria chegar. Álvaro se manteve firme, com Itziar em seus braços, protegendo-a e sem dar uma resposta se quer. Itziar sentiu algo na cabeça, porém no momento nem prestou atenção pela agitação que ocorria.

Não conseguiam chegar ao restaurante, porém apareceram dois homens enormes que conseguiram afastar a imprensa e liberar o caminho para que Álvaro e Itziar pudessem finalmente chegar ao restaurante.

Almorzar nunca había sido tan difícil. – Foi a única coisa que Itziar disse até sentar.

O gerente do restaurante logo se aproximou.

Disculpe Sr. Morte, si hubiera sabido que la prensa sería así, le habría proporcionado algunos guardias de seguridad antes. ¿Te sientes bien?

¡Hora Pablo! No es tu culpa. Ni siquiera sabía que serían así. Lo que un brasileño no provoca, ¿no? – Disse em tom zombeteiro, olhando para a mulher que o acompanhava.

Porém Itziar se mantinha séria, tinha um leve incomodo.

¿Estás bien, Itzi? – Álvaro que havia se sentado a mesa, levantou novamente.

– É só um incômodo. – Itziar não soube se expressar em espanhol. Levou a mão a cabeça e pode sentir algo viscoso na ponta de seus dedos, algo como molhado, quando tirou a mão, pode ver que estavam sujos de sangue, não muito, mas o suficiente para preocupar Álvaro.

¿Qué te hicieron? – Ele foi ao lado dela, enquanto Pablo ainda os observava. Ele mexeu nos cabelos dela e conseguiu afastar alguns fios deixando exposto o machucado. – Parece superficial, pero sería bueno limpiarlo.

Tengo un kit de primeros auxilios. – Interferiu Pablo. – Esto nunca puede faltar en una cocina. – Disse cortês. – Voy a recoger.

Assim que Pablo se afastou para buscar o kit de primeiros socorros, Álvaro voltou a olhar o machucado, viu pela janela fumê os jornalistas ali fora, e por um segundo pensou em ir lá e matar um por um. 

Ele parecia calmo, não queria preocupar Itziar, mas por dentro ele sentia uma raiva crescente. Já não bastava o que havia acontecido com Virgínia? Nunca deixaria machucarem Itziar, isto não aconteceria de novo.

Álvaro havia pegou seu celular, e pedindo permissão, tirou uma foto do machucado de Itziar antes de limpar a ferida, em seguida publicou nos seus stories a foto, com a seguinte legenda: “ ¿No aprendieron en la primera vez?

Álvaro, ¿por qué te enojaste tanto?   

Nesse momento eles almoçavam. Itziar esperou um pouco para tocar no assunto. Álvaro já havia perguntado para ela várias vezes como se sentia, e ela tentava acalmar ele. No entanto, ele parecia ter perdido a fome.

Tu sabes. Simplemente no quiero que te pase lo mismo.

¿Estás hablando de Virginia?

Álvaro se calou. E Itziar sabia o motivo, e se sentiu de alguma forma importante por ter sido comparada a Virgínia. De todas as mulheres as quais Álvaro tinha ficado, se havia uma que ela tinha certeza que ele havia amado era Virgínia. Ainda sim, ela sabia que havia passado dos limites citando o nome dela, não demorou para perceber que não devia ter feito isso.

No hace falta que hablemos de eso, Álvaro. – Levou sua mão até a dele segurando firme.

– Sabes lo que pasó, todo el mundo lo sabe. – Suspirou profundamente. – Aunque los medios intentaron ocultarlo. Que fue su culpa.

Itziar realmente sabia, qualquer fã dele sabia. A mídia tentou abafar o caso e fingir que as coisas não haviam ocorrido da forma que realmente havia ocorrido. Álvaro havia pedido Virgínia em casamento, ele a amava, amava como jamais havia amado alguém, não precisaram mais que um ano de relacionamento para ele ter certeza que queria ela para vida toda. Logo, ela que passou de anônima para noiva de celebridade começou a ser perseguida. Em um destes dias, ela tentou despistar de um carro que a perseguia, passou por um farol, diante de um cruzamento e um carro de porte maior acertou o lado do motorista em cheio.

Tiraram fotos de Virgínia morta, mesmo antes de prestar socorro ou ligarem para a emergência. Álvaro ficou sabendo da morte pelo noticiário. As fotos foram espalhadas em todos os locais possíveis, televisão, internet, jornais. Ele nunca conseguiu fazer com que essas fotos parassem de ser espalhadas e os próprios fãs na época, inclusive Itziar, faziam mutirões para denunciar páginas que vinculassem e divulgassem essas imagens.

Ele estava arrasado, e sempre que tentava fugir se deparava com a foto de sua mulher tão amada morta.

Os jornalistas não tiveram pena dele, enquanto o assunto sobre a morte dela era o auge, não pararam de perseguí-lo para saber como ele se sentia, como estava tudo. Ele não queria falar com ninguém, não queria nem falar com a própria família.

Quando ele faltou ao enterro então, foi notícia em todos os meios de comunicação. Ele não faltou por que não a amasse, porém a amava tanto que não poderia ver ela ali, em um caixão, sem vida, sabendo que não poderia compartilhar nunca mais de uma vida com ela. Seu sorriso, seu carinho, suas noites de amor. E tudo piorou quando soube que ela estava grávida, talvez nem ela soubesse. Se tivesse sabido, talvez não tivesse se arriscado tanto. Porém disso Itziar não sabia, Álvaro conseguiu esconder a gravidez da imprensa.

Ele havia descoberto essa informação durante a necropsia da esposa, pois tentou de todas as maneiras processar os responsáveis pela perseguição de Virgínia. Porém mesmo com os melhores advogados, ele nunca conseguiu justiça para ela.

Álvaro sacudiu a cabeça e respirou pesadamente, querendo livrar-se destas lembranças. Itziar percebeu os olhos de Álvaro mareados, e nem ele havia percebido isso, percebeu somente quando uma lágrima caiu.

- ¿Esta todo bien?

– Esta sí.

“Nunca dejaría que te hicieran a ti lo que le hicieron a Virginia, nunca” , jurou a si mesmo em pensamento.

O almoço transcorreu bem, logo os assuntos que incomodavam Álvaro como Virgínia e a imprensa deu lugar a assuntos mais divertidos que o distraíram. Com isso ele começou a comer. Pode rir por muitas vezes durante a ótima conversa que tinha com Itziar. Ela era inteligente, decidida e muito independente, bem o contrário do tipo de mulher que havia se acostumar a sair nos últimos tempos. Mesmo que inconscientemente a comparou com Virgínia um par de vezes. Talvez por que seu sentimento por ela fosse ficando tão forte que já pudesse ser comparado ao que sentia por Virgínia. Não! Não podia pensar nisso, logo ela estaria muito longe. Doía pensar isso, mas ela já havia demonstrado várias vezes sua vontade de voltar ao Brasil, não estava nos planos dela mudar de país, e nem nos dele.

Entonces, ¿qué más sabes sobre mí? – Ele riu enquanto enrolava para comer, estava satisfeito já, mas queria prolongar mais a conversa que estava muito mais interessante do que sair novamente a rua com aqueles loucos famintos por uma nova notícia.

No querrás saberlo. No quiero asustarte. – Piscou.

Ya nada me asusta, ¿recuerdas? – Ele piscou de volta. – Dime .

Bueno, sé que en realidad se llama Álvaro Antonio García Pérez, nació el 23 de febrero de 1975, que soñaba con ser piloto, que empezó su carrera en el año 2002, y que su carrera despegó en el año 2017. Yo también Se sabe que ama el fútbol, que tiene dos hermanos, que vivió con su madre y su hermano en Algeciras durante su infancia, que tiene dos tatuajes y uno de ellos es de Virginia. En fin, sé mucho, lo saben todos los fans que siguen tu carrera.

Ustedes dan miedo. – Confessou.

¿Por qué sabemos de ti y te tatuamos en la piel?

Sí. – Afirmou com convicção.

No sabías todo sobre Virginia, ¿no te tatuaste eso en la piel? El amor es amor, Álvaro, no importa el tipo. El sentimiento es igual de fuerte. ¿Sabes cuántas morirían si estuvieran en mi lugar? Quiero decir, después de The Sense, no sólo cuántas, sino cuántos sería el término más apropiado.

Álvaro não pode segurar a gargalhada, chamando atenção dos demais clientes do restaurante.

Lo entiendo, creo, pero esto sigue siendo confuso. – Disse sem convicção – ¿Y tu?

Y yo, ¿qué – Itziar não havia entendido a pergunta.

¿Cambiarías lugares con alguno de ellos?

Eso depende. Si todavía estuviera al nivel de un fan que fue a conocer al ídolo, le pidió un autógrafo y se tomó una foto, seguro. Sería realmente genial si todos los fans tuvieran esta oportunidad, no tienes idea de lo único que es eso. – Sorriu. – Pero ya estamos en otro nivel que ya ha traspasado la frontera entre fans e ídolos, y no, no me gustaría ver a ningún otro fan contigo, no con toda esta intimidad. – Piscou.

¿Veo un pequeño indicio de celos ahí? – Sorriu malicioso.

Ve como mejor te parezca. – Piscou novamente. – ¿Y por qué te quedaste con una fan?

Cuando te ayudé en el bar no sabía que eras fan. Sólo sabía que era brasileña. Te confieso que no la llevé directo a un hospital porque tenía miedo de que alguien lo viera y terminara en los medios y todas las demás razones ya te las expliqué, sería algo malo para ti y para mí también. Pero, después, entonces ya no importaba si era mi fan o no...

Álvaro se calou e Itziar olhou como se pedisse para ele continuar. Ele não continuou.

¿Por qué?

No sé si debo.

Álvaro, ya. Te abrí toda mi vida y sigues desviándote del tema cuando se trata de ti. Por favor. – O tom de Itziar tinha uma leve indignação. – Dime, ¿por qué ya no importaba?

Porque eras hermosa y me robaste el corazón en aquél momento. Tuve que contenerme para no tenerte en mis brazos cuando estaba drogada, y incluso más tarde, cuando me iba a dormir a la sala, me soñaba encima de tu cuerpo. No pude, estabas durmiendo. Cuando se despertó por la mañana y dijo que era mi fan, pensé en dejarlo todo…

¿Y por qué no dejo?¿Qué cambió?

¿Qué opinas, Itziar? Te he deseado desde que te vi allí en el bar. Necesitaba su cuerpo y su alma, confieso que fui feliz cuando lo conseguí. – Respirou fundo, não sabia se deveria dizer isso, mas disse. E agora iria até o final.  – ¿Necesito sólo una cosa más?

¿De que?

De tu corazón.

Itziar podia beijá-lo naquele momento e dizer que seu coração era dele, sempre havia sido. Porém estava louca. Voltaria para o Brasil em algumas semanas. Todo esse sonho logo acabaria. E daí voltava a pensar “seu coração”, ele queria seu coração. Já era dele, e com mais certeza do que nunca tinha sabia que sempre havia sido dele. Ela sempre havia esperado por esse momento. Sua cabeça dava outra volta, pois pensava que poderia sofrer. Álvaro já havia traído tantas vezes. Mas ela o amava. Merda!

Sua mente estava muito confusa.

Respirou fundo. A este momento já haviam terminado de comer, aliás, já havia terminado há uma meia hora.

Ya es tuyo. – Sorriu. – Pero… – Baixou o olhar.

Álvaro ficou radiante. Itziar também o amava, também tinha suas confusões internas, mas estava decidido, ou pelo menos mais decidido do que Itziar.

¿Pero?

Pero has estado con tantas mujeres, y lo que es peor, has engañado a tantas. También tiene la distancia, realmente tengo que volver a Brasil. Mi vi esta allá. – Respirou pesadamente, tão pesadamente que sentiu seus pulmões encherem até não caber mais ar. Soltou o ar sem pressa. – No me quiero ilusionar y después caer.

Hey… – Disse sussurrante pegando sua mão. – Conoces toda mi vida, me seguiste durante años como fan, tienes mis iniciales tatuadas en la piel y ¿no puedes confiar en mí? – Fitou-a nos olhos.

Itziar respondeu apenas com um sorriso aberto.

Chapter 11

Notes:

Desfrutem <3

Chapter Text

Sair do restaurante foi uma luta ainda maior, mesmo com a foto do machucado de Itziar divulgado no twitter, parecia que não havia servido de nada, ao invés disto piorou. Por sorte haviam se precavido e aceitado os seguranças do restaurante para entrar no carro.

De dirigirem em direção ao apartamento de Julie. Os paparazzi eram realmente horríveis, mas quando Itziar acessou seu twitter e o twitter de seu fã clube para Álvaro, tudo estava pior. Recebeu os piores xingamentos possíveis, e isso se estendia as demais redes sociais. O assédio era gigante. Tentou não se abater: Em vão.

Quando chegaram na casa de Julia, aquilo que parecia ruim, parecer ficar ainda pior. Itziar convidou Álvaro para subir com ela, porém quando abriu a porta viu Nicolas lá, conversando com sua amiga, e a conversa não parecia ser muito agradável. Estava mais para uma discussão.

– Já trouxe até essa ai para dentro de casa? – Nicolas pareceu surpreso em ver Itziar e não foi uma boa surpresa.

– Nicolas. – Julie já havia perdido a cabeça. – Vá embora, é a última vez que te mando ir.  – Respirou fundo. – Saia da minha casa agora. – Ordenou firme.

– Estou indo, e espero que Itziar vá também. – Olhou para amiga de sua ex com desprezo.

Itziar poderia ter respondido, mas preferiu não aumentar mais aquela discussão.

– Itziar é minha convidada e está hospedada aqui. – Julie respirou pesadamente. – E quer saber de uma coisa, esta casa é minha. – Enfatizou o “minha”. – Comprada com o meu dinheiro, e você não tem o direito de invadir e nem decidir quem entra e quem sai. Agora eu tenho. – Disse em tom de ordem. – Você tem dois segundos para sumir daqui, ou te tirarei a força. – Gritou.

Nicolas percebendo que não teria mais conversa resolveu sair. E finalmente o clima amenizou.

– Peço desculpa a vocês. – Se retratou com Itziar e Álvaro. – Nicolas é insuportável.

No necesitas disculparte. – Sorriu Álvaro.

Entonces, ¿quieres algo? ¿Un cafe? ¿Un té?

– Uma fuga de paparazzi tem aí Jul? – Itziar disse tentando se distrair, e esquecer tanto da saída conturbada como da discussão que acabava de presenciar..

– Verdade. – Lembrou. – Como está a cabeça?

– Melhor... Quer dizer, como você sabe? – Itziar sabia que Julie não seguia Álvaro no twitter, e por um segundo teve medo da resposta.

– Está em todos os sites de notícias e até pareceu em um canal de fofoca. Seu machucado é o machucado mais famoso dos últimos tempos. – Riu.

– Que ótimo. – Disse irônica.

Oye lo siento. – Álvaro acariciou o rosto de Itziar.

No es tu culpa . – Ela depositou um breve beijo na boca de Álvaro.

Eles continuaram conversando, uma mistura de portguês e espanhol, tentando se distrair do mundo fora daquele apartamento. Desligaram a televisão quando começaram os programas de fofoca, e não olharam mais seus telefones. Álvaro e Itziar eram os alvos das fofocas em todos os meios de comunicação. 

Pero, ¿por qué a tu marido no le gusta Itziar? – Álvaro estava sentado ao balcão americano que dividia a sala da cozinha. Ao seu lado estava Itziar e a sua frente, do outro lado do balcão, na área que pertencia a cozinha, estava Julie.

Mi ex-marido. – Julie enfatizou.

Ah, perdón. Su ex-marido. – Corrigiu um pouco constrangido.

No hay problema. – Julie sorriu amenizando o clima. – Nicolas siempre ha sido un idiota, tan infantil que no puede olvidar cosas que sucedieron en nuestra adolescencia. .

No es que no merezca algo de su odio. – Itziar riu.

– Ah, e como merece. – Julie concordou rindo cumplice.

Álvaro fitou as duas sem entender nada.

¿Como puedo explicar? – Itziar fitou como uma criança travessa. – Cuando estábamos en la escuela secundaria descubrí que Nicolas estaba andando con Julie, pero él era el tipo de chico medio donjuán. Igual que tú. – Piscou. – Y no quería saber de estar con sola una. Entonces, cuando engañó a Julie y la dejó llorando, le hice… No sé… ¿Como se dice?... Una broma. Creo yo.

No soy donjuán. – Álvaro riu.

Sí, eres. – Afirmou.

¿Que hiciste?

Descubrí que Julie le gustaba mucho y la hice salir con un chico que a Nicolas no le gustaba nada. Cuando descubrió que yo era quien fomentaba esta supuesta relación, no quiso volver a saber de mí nunca más. Siempre que estoy cerca, piensa que quiero separarlo de Julie. Un niño. Pero se lo mereció.

Que locura. – Álvaro fitou surpreso, mas achava graça.

Sí, esta chica está muy loca. Y muy decidida. – Piscou.

– E ele acha que a culpa da separação de vocês sou eu novamente?

– Claro. Ou se não achava, agora acha. – Julie franziu o cenhor. – O problema pode ser com qualquer pessoa, menos com ele. Se ele soubesse que foi você que me convenceu de que ele realmente me amava e que é culpa sua se ficamos juntos e nos casamos.

– Não faço questão que ele saiba. – Deu de ombros – Mas como está com tudo isso amiga?

– Não sei. Acredito que uma hora ou outra iremos morar juntos novamente. 

As duas começaram a conversar quase se esquecendo da presença de Álvaro ali, que fitava ambas, e que estava entediado com as conversas sobre relacionamentos de Julie, e os problemas de Nicolas. Porém começou a interessar-se quando os assuntos foram voltados para Itziar e seus relacionamentos.

– E seu chefe?

– Está sobrevivendo sem mim. – Então olhou para Álvaro. – Será que ele já sabe sobre nós? – Arregalou os olhos.

¿Esto te causaría algún problema?

No.. No.. – Ela respondeu o acalmando.

Pero se reiría mucho. – Julie fitou ambos. – No conoces a su jefe, es muy gracioso.

Si ve mis fotos con Álvaro se volverá loco pensando que no volveré a Brasil y dejaré su compañía. – Riu.

¿Y quién dijo que vas a volver a Brasil? – Ele perguntou desafiador, fitando-a fixamente nos olhos.

– Ai.. Ai… Acho que estou sobrando. – Julie murmurou baixo e retirou–se a passos leves.

¿Y quién dijo que no volveré a Brasil?

O que estava fazendo? Álvaro estava realmente pedindo para que ela ficasse, estava mais claro que cristal. E ela estava fazendo jogo duro com ele? Qualquer outra fã teria enlouquecido com esse pedido desses. Mas o que deixava Itziar tão insegura?

O fato de a imprensa ficar em cima e poder matá-la? O fato de Álvaro nunca ter ficado tanto tempo fixo com uma mulher? Talvez fosse a junção de tudo. E se ela largasse tudo que tinha no Brasil, o ótimo emprego, os poucos amigos, e quando desse alguns meses aqui ela não passasse de mais um caso dele e tivesse de reconstruir tudo do zero e ainda ter um coração  partido?

Te convenceré de que te quedes. – Álvaro piscou.

¿Por qué no te mudas a Brasil? – Itziar fitou desafiadora.

Monedas devaluadas, los paparazzi aquí son como santos comparados con los de allá, fans locos y no hablo muy bien portugués para poder trabajar allí.

Los modelos fotográficos no necesitan hablar portugués.

Itziar, vas a volver loco mi mundo, ¿sabes?

Es lo que espero.

O que fazer com aquela mulher? Itziar era encantadora, fugaz e ele a queria mais que a si mesmo. Como provar a ela? Sabia que pedir para ela se mudar para a Espanha era uma loucura, geraria toda uma reestruturação em sua vida. Troca de casa, emprego, troca de toda uma vida que era cotidiana e acostumada.

Nem em um ano faria aquela mulher tão decidida mudar de ideia. E quando pensava pelo lado dela sabia que tinha suas razões, ele não conseguiria mudar de vida assim, ir para o Brasil, abandonar seu emprego, suas coisas no seu país, ir para um local onde o ambiente é diferente, onde a língua é diferente, cheio de fãs prestes a arrancar seus cabelos.

Itziar não tinha os fãs. E ela poderia fotografar pela Europa.

Álvaro tinha fãs enlouquecidas. E não poderia atuar no Brasil.

Mas como convencê–la de que se ela não ficasse seu mundo acabaria? De que ele nunca a trairia? De que queria casar e ter filhos com ela. Seria uma tarefa complicada, porém que estava extremamente disposto a fazer.

Chapter 12: AVISO IMPORTANTE - LEIAM

Chapter Text

Olá pessoal, eu vim aqui dar um aviso que achei que não precisaria e torcia por isso. 

Para quem não sabe eu moro no Rio Grande do Sul, estado que está sendo fortemente atingido por enchentes e alagamentos. EU ESTOU BEM. Moro fora da zona de risco e desocupação, e a não ser que piore muito mais do que o previsto, realmente seria muito difícil onde eu moro ser afetado pelas águas.

Entretanto, por conta do tamanho desse desastre, já estamos sem água, e poderemos ficar sem luz e internet a qualquer momento. Os estragos aqui estão grandes e infelizmente tem pessoas perdendo todos seus bens materiais e, o pior, muita gente perdendo a vida. 

Vou ficar algum tempo sem publicar, não apenas pela possível falta de luz e internet, mas também porque é impossível conseguir escrever qualquer coisa nessa situação, vendo pessoas que eu conheço, pessoas que eu amo, perdendo suas casas. É um cenário que jamais imaginei que passaríamos.

Queria apenas que soubessem, que mesmo que eu sumir um tempo, eu vou voltar, porque eu sempre finalizo minhas histórias, e que vou estar bem. Estou me cuidando, e ajudando dentro do que consigo. Espero de verdade que isso passe o mais rápido possível.

Apesar de não ser o intuito dessa postagem, se vocês quiserem ajudar (doar algum valor ou itens de necessidade), me chamem no twitter @unafenix_que envio formas de ajudar as pessoas que precisam, pontos de coleta, etc. Eu não preciso de nada pra mim no momento, porque, felizmente está tudo bem por aqui.

Obrigada pela compreensão e espero poder voltar a publicar histórias em breve,

Fénix

 

Chapter 13

Notes:

Acabei ficando mais tempo afastada dessa história do que gostaria, mas vou voltar a publicar ela mesmo que seja uma vez na semana. Espero que vocês ainda estejam ansiosos para saber como seguirá essa história.
Outra pequena mudança que fiz - a pedido de alguns leitores - foi adicionar uma descrição na narração que indique o que eles conversaram em espanhol, como nem todos leitores entendem, eu acabei adicionando para ajudar no entendimento da história. Sinto muito se ficar repetitivo para quem entender as duas línguas, mas tentei colocar de uma forma que não arrastesse a narrativa.

Obrigada por terem esperado tanto. E desfrutem desse novo capítulo.

Chapter Text

– Fiquei feliz que tenha conhecido Álvaro.  – Julie sorriu, e Itziar sentia-se aliviada de poder falar português novamente, amava falar espanhol, mas falar sua língua era algo que a deixava muito mais segura.

– Sério? – Itziar perguntou confidente.

– Sim, até por que assim você não fica tão chateada comigo. – Julie esboçou um bico.

– Ué, por que ficaria chateada com você dona Julie Finn Kancepolsky?

– Por que a partir da próxima semana voltarei a me chamar Finn somente. Pelo visto é definitivo. E isso acarretará alguns tempos ocupada, não terei tanto tempo para você como havia planejado.

– Não Finn. Queria sair contigo, foi pra isso que vim pra Espanha. – Itziar disse manhosa.

– Por mim e pelo seu galã né? – Ela soltou um riso nasalado. – Vai ter bastante tempo pra ficar com seu galã, aliás, aposto que a primeira vez que o viu quase desmaiou.

– Julie você já se imaginou acordar de ressaca, seminua, vestindo uma roupa do seu ídolo, na casa do seu ídolo e depois ter o melhor sexo da sua vida com seu ídolo? – Respirou fundo.

– Não. Ferddie já morreu e era gay, seria algo impossível my love

– Mas para mim não. – Itziar jogou-se no sofá aproveitando o momento de êxtase. – É tudo tão real, e ele quer que eu fique aqui. Acredita?

– E você vai?

– Finn, nós duas somos adultas, está tudo ótimo, é um grande sonho, mas você sabe...

– Seu trabalho... Sua vida... Seu país...

– Exatamente. Vai ser um sonho difícil de acordar, mas terei de fazer isso. – Respirou profundamente. – Porém, enquanto estiver aqui, quero sonhar e muito.  – Levantou e se direcionou para seu quarto.

– Ei, o que vai fazer?

– Ver Sensations. – Disse em um tom altamente malicioso.

– Não te contenta somente com o que acontece ao vivo e precisa ver ele se esfregando com outro homem? – Julie caiu na gargalhada.

– De verdade Álvaro Morte por Álvaro Morte é o suficiente, porém se posso me divertir longe dele, por que não? Tem homens que tem tesão de ver duas mulheres juntas, por que eu não poderia ter tesão assistindo dois homens... E outra, não é qualquer homem... É o...

– Álvaro Morte. – Disseram uníssonas.

– Não posso negar, ele é um pedaço, alias... É um inteiro. – Julie abanou-se. – Que tal assistir no telão da sala?

– O especial somente com cenas Morte?

– Uau, sua paranoica. Não posso perder isso. – Piscou.

– O Álvaro esqueceu o casaco dele aqui. – Julie vi a peça sobre a cadeira que estava perto do balcão americano, e o pegou já alcançando para a amiga.

– Eu entrego amanhã quando for ver ele. – Pegou o casaco que Julie alcançou e o abraçou. O cheiro de Álvaro estava em todo aquele casaco e a envolveu de uma maneira que a tirou do ar por alguns segundos.

– Ei, Itzi. Vamos ver? Posso apertar o play? Ou vai ficar o resto do dia farejando o casaco do Álvaro?

– Deixa de ser boba Jul. Vamos. 

Ambas foram para o sofá e apertaram o play. Realmente aquele especial Álvaro Morte em Sensations que Itziar tinha montado a partir da série era muito boa. Deixava a história sem nexo, mas quem diria que as duas estavam pensando no nexo da história?

Itziar já havia visto isso uma milhão de vezes, mas agora a sensação era diferente. Depois de ter estado com ele, e abraçada em um casaco com seu cheiro, sentiu-se molhada desde a primeira cena e se Julie não estivesse a seu lado naquele momento com certeza já haveria se tocado. Seu pensamento ia longe entre aquilo que assistia e as lembranças de estar na cama com ele.

A campainha tocou, arrancando elas daquele momento.

– Quem será? Ninguém interfonou? – Julie fitou.

– Não sei.

– Será que é Nicolas? – Julie já ficou irritada.

– Deixa que eu atendo. Você fica aí sentada assistindo.

E Julie assistia com muita atenção, tanta que deixou Itziar enciumada por algum momento. Pensando nesse ponto de vista, quantas fãs faziam isto? Se deu conta que havia liberado essa versão editada em suas redes sociais de fã para muitos. Agora ela sentia um leve arrependimento.

Bem, ela sabia que era a única que realmente fazia ao vivo. Ao menos no momento.

A campainha tocou novamente, e ela estava pronta para atender e expulsar o Nicolas, quando abriu e deu de cara com Álvaro Morte.

– Álvaro?  – Itziar sussurrou.

Julie, demonstrando o tamanho de sua amizade, resolveu brincar com a amiga. Ao ouvir que era Álvaro que havia chegado, provavelmente pelo casaco que havia esquecido, foi para seu quarto, apertou o play novamente e aumentou o volume. A televisão era moderna, e só funcionava com o controle ou com os botões atrás da televisão que eram de difícil acesso já que ela estava pendurada na parede.

Sí... me olvidé el abrigo. – Ele olhou o casaco nos braços de Itziar, ela o segurava com tanto carinho que comoveu Álvaro, que logo reconheceu sua voz vindo da televisão. – ¿Estás viendo algo en la tele?

– Ehr... – O que iria dizer agora? – Nada. Julie, o Álvaro tá aqui. – Gritou, pensando que a amiga desligaria a televisão.

Julie no seu quarto caia na gargalhada, queria ver como  a amiga se livraria de tal situação. Ela já estava visivelmente constrangida.

– Finn?

Itziar foi até a sala, e viu que Julie não estava lá. O som estava alto e não tinha como tirar. Se havia, não havia pensado em nada. Para piorar Álvaro havia vindo atrás e olhou para a televisão. 

¿Los mejores momentos de Álvaro Morte en Sensations? – Álvaro encarou Itziar.

Itziar corou. O que iria falar para ele agora?

Podría decirte mil cosas . – Itziar respirou pensando em onde iria esconder sua cara, nessa hora adoraria ser um avestruz para enfiá-la embaixo da terra. – Pero ahora solo quiero matar a Julie Finn.

A ideia então veio, era só puxar o pen drive da televisão, e tudo pararia. 

“Burra”. Pensou dela mesma ao perceber que podia ter sido um pouco mais esperta, e pensado nisso antes que Álvaro tivesse pego ela no flagra. Ela virou-se para ir até o quarto de Julie, que o havia deixado trancado enquanto ria feito uma louca.

– Você e Nicolas se merecem. – Esbravejou.

Hey, Itzi. – Álvaro puxou pelo braço, pegando o pen drive da mão dela. – Ven conmigo. – Ele piscou.

¿Donde?

A mi apartamento. – Ele sorriu malicioso. – Tengo un televisor muy grande. ¿Te acuerdas? Podemos ver el resto juntos. – Piscou.

Se Itziar antes se sentia corada, agora tinha certeza que estava vermelha feito um pimentão. Álvaro era um ousado e Itziar podia negar externamente, mas dentro de si, havia amado a ideia. Ir terminar de ver aquele vídeo com ele em seu apartamento em uma televisão grande, era uma oportunidade que não deixaria passar.

Álvaro não esperou que Itziar respondesse, pelo contrário, puxou-a para fora fechando o apartamento de Julie Finlay. A levou até o carro no colo, e ela apenas ria do modo dele. E dali foram diretamente para seu apartamento.

Ou melhor, deram algumas voltas. Estavam sendo novamente seguidos.

Depois de desistir de fazer o paparazzi perde-los de vista, entrou do mesmo modo no estacionamento de seu apartamento e subiu para o mesmo. Trancando a porta e fechando as cortinas ele falou de modo maldoso:

Ahora eres mía.  

Toda suya. – Ele riu.

Exactamente. Y empezaremos así. – Afastou-se dela e plugou o pen drive na televisão, já iria explicar os passos que tinha  em mente. – Veamos el vídeo y quiero que hagas exactamente lo que quieres hacer. – Ele piscou.

¿Estás realizando fetiches ahora? – Itziar riu, sabia exatamente o que ele queria, queria que ela se soltasse no sofá dele e se tocasse para que ele pudesse vê-la excitada.

Si así lo ves... creo que estoy cumpliendo mi propio fetiche, ¿o crees que nunca he fantaseado con lo que haría una fan al ver una de mis escenas? – Piscou.

Ela nunca havia pensado por esse lado, será que ele também fantasiava ver o que uma fã fazia enquanto o assistia? Gostava da idéia.

Prepárese, Senhor Morte. – O sorriso de Itziar era malicioso.

Nací preparado.

Ele ligou a televisão e colocou play, Itziar começara novamente a ver os melhores momentos de Álvaro em Sensations, e se antes logo com a primeira cena Itziar sentiu-se úmida apenas ao sentir seu cheiro, agora foi apenas o fato de ele se sentar a seu lado e sentir sua pele. Aquela bolha de perfume a envolveu completamente e o toque de sua pele a seu lado, a deixava maluca, juntando isso ao que passava na televisão podia sentir sua roupa íntima encharcada.

Álvaro nem se moveu, fingia prestar atenção na televisão, mas na realidade prestava atenção em Itziar. O suficiente para sentir ela quente, quase suando e seu corpo exalava tesão, podia sentir o cheiro de Itziar mudar diante do modo que estava. Ela olhava fixamente para a televisão.

Logo começou a desabotoar o short e Álvaro soltou um leve gemido que Itziar fingiu não ouvir. Em seguida por cima da roupa íntima começou a tocar-se enquanto assistia, pode soltar um gemido forte e arquear a cabeça para trás. Álvaro sentiu vontade de fazer o mesmo, já estava ereto, mas continuou prestando atenção em Itziar.

Depois ela colocou sua roupa íntima de lado, e tocou seu dedo diretamente em sua pele, sobre o clitóris. Novamente gemeu, enquanto Álvaro tentava se controlar. A outra mão levou ao seio, por cima da blusa e começou a estimular o próprio mamilo. Sem dar a mínima atenção a Álvaro e olhando apenas a cena que passava na televisão gemeu seu nome:

– Hm, Morte...

Ele quase pulou para cima dela nesse momento, mas se conteve. Suspirou frustrado quando ela parou de se estimular, mas entendeu que ela começava a se despir, tirando o que restava de suas roupas e ficando completamente nua em questão de um minuto, ainda sem nem olhar para ele, dando toda sua atenção ao que passava na televisão.

Álvaro suava frio.

Deitando no sofá, deixou sua cabeça sobre o encosto, e as pernas abertas virada para Álvaro, ele poderia ver exatamente todos os movimentos que iria fazer com seus dedos. A cabeça ainda era voltada para a televisão, a mão voltou para o seio, agora nu, poderia estimular o mamilo, ambos estavam duros, e um simples apertão lhe acarretava um intenso arrepio.

A outra mão também voltou a seu lugar, em seu clitóris. Ele via como estava molhada, o liquido escorria por toda sua intimidade, e o membro de Álvaro já incomodava dentro da cueca, procurando liberdade. Ele continuou encarando o que Itziar fazia.

Olhando para a televisão e vendo uma das cenas mais quentes de Álvaro com outro homem, ela penetrou dois dedos com tudo em sua intimidade, arrancando um pequeno grito de tesão.

– Hm... Álvaro... Assim mesmo... – Disse com tom baixo, mas Álvaro ouviu cada palavra. 

Por quanto tempo mais suportaria?

Seu membro não muito. Foi obrigado a abrir o zíper da calça jeans, pois o incomodo era enorme, seu membro saltou enorme para fora, porém ainda preso pela cueca. 

Itziar tirou os dedos de dentro de sua intimidade arrastando-o por todo seu corpo, melando o mesmo com o próprio líquido. Inclusive – e principalmente – seus mamilos, que Álvaro estava louco para chupar. Ao penetrar os dedos novamente na própria intimidade, ela gritou novamente o nome de Álvaro.

– Mais Álvaro, mais... – Ela fechou os olhos e Álvaro podia perceber que ela realmente imaginava que isso acontecia, não era apenas uma provocação, Itziar se entregou completamente àquela fantasia. Ela ainda olhava para a tela quando conseguia manter os olhos abertos, mas o fato de saber que ele a observava a deixava ainda com mais excitação. – Isso Morte, assim mesmo. – Soltou um leve gritinho de prazer.

Álvaro sabia que ela estava prestes a chegar ao ápice, e tinha dúvidas se iria deixar que ela fizesse isso sozinha. 

Foi uma decisão difícil deixar que Itziar chegasse ao clímax sozinha, mas nunca havia ficado tão excitado ao ver uma mulher se tocar. Já havia visto isso algumas poucas vezes, mas nunca com tamanha perfeição, com tamanha entrega.

Ela não havia feito isto por ele, ela havia feito isto pelo próprio prazer. E isso que tornara tão especial. Álvaro então livrou-se de suas roupas, deitou Itziar no chão da sala, ela ainda estava bamba pelo prazer de poucos segundos atrás.

¿Crees que puedes hacerlo de nuevo? – Álvaro disse malicioso roçando seu membro na entrada de Itziar.

– Álvaro... – Itziar disse em um suspiro. 

Álvaro abocanhou seu seio, e o chupou calmamente, fazendo isso depois com o outro. Lambeu todo o corpo de Itziar sem pressa, dando um tempo então para ela descansar e voltar a se excitar.

Ela não necessitava de preliminares. Seu corpo ela uma chama forte que atraia o dele, que estava quente, seu membro ereto e pedindo por ela. Não importava quantas mulheres estivessem em sua frente e nem o quão bonitas fossem, nenhuma se compararia com Itziar, nenhum ele desejava mais que Itziar.

Itziar, me vuelves loco.

Beijou seus lábios finalmente, e roçou seu corpo no dela.

– Ah, Álvaro... – Gemeu.

Ele roçou seu membro novamente, porém sua intimidade estava tão lubrificada que por descuido roçou em seu orifício anal, e o mais surpreendente é que arrancou um gemido alto de Itziar.

¿Ya lo has hecho? – Perguntou surpreso.

Itziar negou com a cabeça, não havia forças para falar, a única coisa que saia de sua boca eram gemidos altos.

Ele penetrou somente parte da cabeça de seu membro no ânus de Itziar, arrancando um gemido mais alto, porém sentiu todo seu corpo contrair. Com medo de estragar o momento, ele retirou o membro em seguida penetrando em sua intimidade e começando movimentos intensos.

Demorando o máximo que pode para que Itziar chegasse ao clímax novamente, eles chegaram ao ápice praticamente juntos. Gemendo alto o nome um do outro. Depois se deitaram no chão da sala, sobre o maravilhoso e confortável tapete onde transaram e se abraçaram. Itziar parecia exausta, precisava descansar.

Hank se aproximou do casal apaixonado e deitou sobre o sofá, analisando os dois dormindo no chão. Eles riram por alguns segundos, comentando que Hank deveria estar pensando sobre os papéis invertidos, e logo depois adormeceram.