Work Text:
Tony sentiu sua boca ficar repentinamente seca, não-não-não, seu pai não poderia estar falando sério, isso era ridículo! Ele nem queria ir áquele maldito baile... droga, droga, droga. Ele tinha que fazer alguma coisa para cancelar-
— Você está lindo, querido... — Sussurrou seu pai, com carinho brilhando em seus olhos, o olhando através do espelho.
— Papai, eu não preciso de acompanhante, eu-
— Seu pai está certo, Tony... você disse que não tinha acompanhante, é seu baile de formatura-
— Mas papai, eu não me importo em ir sozinho... eu sou um Stark, não preciso de companhia. — Tony se esforçou para fazer seus melhores olhinhos pidões e passou o olhar entre ambos os homens que o olhavam com carinho.
— Ugh, não me olhe assim... — Seu pai desviou o olhar — eu já chamei Steve Rogers para te acompanhar, ele estará aqui em breve- — E como se o universo estivesse contra Tony, a campainha foi tocada e seu pai, Howard, saiu antes que Tony pudesse protestar, o deixando apenas com seu pai Jarvis, que o olhava com conhecimento de causa.
— Eu conheço essa carinha, pequeno... você está com cara de quem pretende aprontar. Seu pai frustrou seus planos, não foi? — Tony corou, aquilo era simplesmente ridículo. Como é que seu pai alfa o conhecia melhor que seu pai ômega?
— Não faço idéia do que você está falando, pai... — Ele se virou para se olhar no espelho — eu só acho que Steve Rogers deve ter algo melhor a fazer do que ir ao baile com um ômega tão mais jovem que ele... — Seu pai balançou a cabeça com carinho.
— Não exagere, querido... são apenas dois anos. E você sabe que Steve sempre gostou de você.
— Agora é você quem está exagerando, papai... Steve e eu nem nos falamos!
— Jura? E você já tentou falar com ele? Ele só é tímido. — Seu pai fez sinal para ele se virar e tirou sua gravata, que Tony estava se coçando para fazê-lo. — Você fica melhor sem ela.
— Aí, obrigado! — Tony se virou, quando seu pai terminou de arrumar a gola — Não estou dizendo que Steve é ruim, só não somos amigos... eu sei que éramos próximos quando criança, mas passou e ele tem novos amigos agora e eu tenho os meus. Além do mais, é meu último ano e ele tem mais alguns... não faz sentido querer voltar a uma amizade só por um dia.
— E se você apenas tentasse ser gentíl com ele? Ele será seu acompanhante... — Tony suspirou pela causa perdida e se voltou ao seu pai, sorrindo para ele.
— Eu prometo que serei o mais gentíl possível enquanto estiver com ele. — Tony piscou com olhos inocentes, estendendo o braço para seu pai segurá-lo. — Agora vamos descer que já estamos atrasados. — Ele olhou brevemente o celular e guardou-o no bolso quando seu pai começou a guiá-lo escada abaixo.
Assim que ficou visível, ele viu o olhar de Steve seguindo até ele, foi meio fofo ver o alfa o olhando daquele jeito... ele também ficou orgulhoso, porque realmente se arrumou, simplesmente não foi para o baile. Ele queria chorar por sua má sorte... ou por seu pai gostar tanto daquele alfa em particular, ele tenta fazer eles saírem desde que Tony se apresentou, ele não entende que Tony não faz o tipo de Steve ou o contrário... apesar do Alfa ser realmente fofo.
— Você está muito bonito, Rogers... — Tony elogiou, ao invés de cumprimentá-lo adequadamente, o alfa engoliu em seco.
— Hm... você... você também... lindo. — Tony sorriu, ele fez uma promessa afinal.
— Obrigado... e obrigado por me acompanhar ao baile. — Eles finalmente chegaram até eles — Então... podemos ir?
— Espere... — Pediu seu pai e Tony evitou suspirar — Eu quero tirar uma foto, vocês ficam muito bonitos juntos. — Tony olhou para seu pai, exasperado, que apenas encolheu os ombros.
— Não é sempre que te vemos de terno assim... — Ele concordou — E é seu último ano, logo ficaremos sem você. — Tony suspirou e puxou Steve para o pé da escada.
— Aqui?
— Eu... hm... — Steve começou, envergonhado — Eu trouxe a flor — Ele mostrou uma pulseira de rosa vermelha e Tony arregalou os olhos, ele não esperava isso. Ele não precisava usar uma.
— Oh... você não precisava. — Ele acrescentou em voz alta, surpreso pelo corsage combinar com sua roupa vermelha.
— Eu quis... e mamãe me ajudou a escolher. — Steve, que teve seu surto de crescimento há pouco menos de um ano, ainda parecia inseguro ao falar, como se não tivesse entrado no time de futebol americano e mudado muito.
Nem tudo vem com a aparência, Tony pensou e estendeu o braço para Steve colocar a flor, ignorando as fotos sendo tiradas.
— Mamãe também me fez perguntar se ela poderia ter uma cópia das fotos. — Ele sorriu para Tony e se virou para seus pais, que sorriam para eles.
— É claro, Steve, separaremos cópias para vocês assim que revelá-las.
— É ridículo ter que revelar as fotos, vocês sabem... vocês estão todos velhos.
— Bom, algumas pessoas preferem algo material para guardar de lembrança. — Seu pai, Jarvis, apontou.
— Tudo bem... agora tire logo as fotos. — Tony se aproximou de Steve e sorriu para a foto, ele ignorou o fato de Steve ter demorado a desviar o olhar dele.
— Tudo bem, tudo bem... pronto. Vocês podem ir agora. — Tony resmungou um "Alelúia" exasperado e se apressou a sair. Seu pai, Howard, o puxou quando ele ia passando por ele e depositou um beijo casto em seus cabelos — Você está incrível, Tony... estou orgulhoso. — Ele murmurou em seu cabelos e Tony travou por uns instantes.
— Hm... obrigado, papai. — Ele murmurou, não era comum que seu pai demonstrasse afeto assim na frente de outras pessoas, coisa ômega e tudo mais. Ele não poderia parecer que não é capaz de lidar com uma empresa por ser ômega.
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— Então... vocês precisam de carona? — Perguntou Jarvis, passando o olhar entre ambos e parando em Steve, quando Tony aproveitou para se afastar do pai e fugir para fora da casa.
— Na verdade, mamãe está indo para o plantão e ela não se importa em nos levar... — Steve comentou, enquanto Howard assentia.
— Bom, então nos ligue se precisarem que busquemos vocês. — Steve assentiu, e seguiu Tony — Até mais... prometo cuidar dele.
— Nós acreditamos em você. — Steve sorriu e correu para alcançar Tony, chegando a tempo de abrir a porta para ele.
— Boa noite, querido... — Cumprimentou sua mãe — Você está lindo. Garanto que será o ômega mais lindo do baile. — Tony riu e Steve entrou ao seu lado no carro, deixando sua mãe sozinha na frente.
— Espero, porque esse espartilho está me deixando sem ar... mal posso esperar para tirá-lo. — Sua mãe riu e ligou o carro.
— Você está bem? Não é melhor tirá-lo antes? — Perguntou Steve, confuso. Tony negou, o olhando estranho.
— Seu filho continua fofo como quando éramos crianças... — Ele comentou para sua mãe, se voltando para ele em seguida — A beleza dói, Steve... é o fardo de ficar bonito por algumas horas.
— Eu não acho que você precise se esforçar, você está sempre bonito. — O sorriso de Tony travou e ele abriu a boca, fechando-a novamente quando seu celular apitou. Ele o tirou do bolso tão rápido quanto o colocou novamente.
— Isso... é gentíl. — Ele murmurou, se recostando. Suspirando, enquando fechava os olhos.
Os próximos minutos passaram em silêncio, Tony o tempo todo de olhos fechados... ele olhou brevemente para sua mãe, que sorriu para ele, antes de se voltar para a estrada. Eles não demoraram a chegar, a música podia ser ouvida há algumas ruas do salão do baile.
— Estamos chegando... — Sua mãe avisou e Tony se moveu ao seu lado, parecendo brevemente ansioso. Então Steve foi rápido em pular do carro, mal esperando sua mãe estacionar e segurando a porta aberta para Tony — Boa festa, meninos... divirtam-se com moderação. — Tony riu e acenou para ela.
— Até mais tarde, mãe... e nós iremos, não se preocupe. — Ela acenou e ligou o carro, os deixando para trás. Tony se moveu mais rápido, mas ao invés de ir direto para a festa, ele foi até um banco de concreto e puxou o celular, Steve se aproximou, sem jeito. O fazendo olhá-lo.
— Ah, hm... você pode entrar na frente, eu só... — Ele apertou o celular nas mãos — Só preciso tomar um pouco de ar, tudo bem? Eu já vou. — Steve assentiu.
— Tudo bem, eu vou... já volto para te buscar. — Ele viu como Tony abria a boca e a fechava novamente, acenando em concordância por fim.
— Okay. — Steve hesitou uns instantes, antes de ir em direção à festa, tentando não pensar que Tony estaria com vergonha de ser visto com ele... ele não era mais tão ruim quanto antes.
Steve sempre foi doente e demorou a se apresentar como um alfa, só o fazendo no ano passado com 16 anos e só há alguns meses teve seu surto de crescimento... ele balançou a cabeça ignorando o pensamento, não. Ele não era mais o mesmo e não é como se Tony se importasse... ele sempre foi gentíl com Steve, às vezes ele fazia brincadeiras que o deixavam com vergonha, mas Tony fazia isso com todos... e não era cruel.
— Steve! — Bucky, seu melhor amigo, se aproximou com uma garota beta nos braços. — Eu pensei que você tinha desistido, quando cheguei e você não estava aqui.
— Mamãe se atrasou um pouco para sair... — Ele deu de ombros e cumprimentou a garota de Bucky.
— Isso é fofo...
— E seu acompanhante? Ele não desistiu, não é? — Bucky ficou sério de repente, Steve negou.
— Não, ele ficou lá fora... tomando ar. Ele reclamou no carro sobre seu espartilho o deixar sem ar. — Bucky, claramente já tendo bebido um pouco, riu.
— Ele falou sobre seu espartilho e você o deixou lá fora sozinho? Volte até ele... deve ser algum tipo de coisa para ficar sozinho com você.
— Bucky! — A garota o repreendeu, corando — Isso não é verdade, depende do seu acompanhante. Talvez ele esteja realmente sem ar, você deveria ir ver como ele está. — Steve assentiu e se virou, ignorando seja lá o que Bucky resmungava.
Ele saiu e agora Tony estava de pé, falando no telefone. Steve parou para apreciar a vista; Tony é realmente o ômega mais bonito da festa, sua cintura bem marcada, — provavelmente pelo espartilho, Steve sabe agora — mas a roupa também faz juz a sua beleza, tanto camisa em cor vinho e colete quanto a calça parecem — com certeza são, afinal ele é Tony Stark — ser feitos sob medida, delineando suas curvas ao ponto de deixar Steve sem fôlego. Tony usou brilho nos lábios e seus cílios parecem ainda maiores e pretos, o deixando extremamente fofo... e sexy.
Steve se aproximou, contornando o banco e deixando Tony saber de sua presença, ele apenas o encarou e sua boca se moveu em algo que Steve imaginou que deveria ser um sorriso, ele parecia triste enquanto levantava um dedo, como se pedisse para Steve esperar.
— Não, tudo bem... — Tony respondeu depois de um tempo, provavelmente à pessoa com quem falava — não é como se fosse algo que pudéssemos controlar. Não, tudo bem... juro. Acontece... eu estou na festa, na verdade, — Ele sorriu para Steve — sim, tenho certeza que sim... Eu também. Tchau. — Ele suspirou e sentou ao lado de Steve, com a tela do celular para cima, dando chance de Steve ler o contato... ou não contato, porque estava escrito "Estranho."
— Você está bem? — Perguntou Steve, ele parecia cansado.
— Estou... desculpe por — Ele gesticulou amplamente — tudo. Você provavelmente queria convidar alguém por si mesmo... alguém da sua idade e que não irá embora da escola nos próximos meses. O baile é sempre a melhor maneira de conseguir se aproximar das pessoas. — Steve encolheu os ombros.
— Não tem nada para se desculpar... eu realmente queria ter convidado alguém por mim mesmo, mas não sei nada sobre a minha idade. — Tony pareceu surpreso
— Mesmo?
— Sim... e eu duvido que se eu tivesse criado coragem para convidar alguém, essa pessoa tivesse aceitado. — Tony bufou.
— Você já se olhou? A não ser que seja alguém que namore, eu duvido que alguém diga não a você... você ficou popular depois que entrou no time de futebol. — Steve torceu o nariz e Tony continuou — E mesmo antes disso, você ainda era fofo... e gentíl.
— Eu vivia doente. — Contrapôs.
— E daí? Ainda bonito. — Steve corou e desviou o olhar.
— Ainda assim, eu duvido que ela tenha aceitado... — Steve arriscou olhá-lo nos olhos — Essa pessoa tem muitos estudantes afim dela... então eu meio que decidi que não queria vir e ver ela com outra pessoa.
— É assim mesmo? — Tony cantarolou, se levantando enquanto estendia a mão — Então, já que você está preso comigo essa noite, vamos mostrar a essa pessoa o que ela está perdendo... você é incrível, Steve. — Steve encarou sua mão por uns instantes antes de pegá-la e se levantar, enquanto Tony o puxava em direção à festa — Você ainda terá mais uns dois bailes para ir até acabar a escola, então poderá ter mais de um par... — Steve não comentou que o único par que ele queria era o próprio Tony, é claro — Mas hoje, eu prometo ser a melhor companhia que alguém poderia ter... — Ele o puxou para tirar fotos, como a festa já havia começado há um bom tempo, não havia ninguém ali, mas Tony fez o fotógrafo fotografá-los — Vamos tomar uma bebida, depois vamos dançar... você dança, Steve?
— Não muito bem...
— Tenho certeza que ninguém irá se importar, ouvi dizer que tem bebida sendo contrabandeada em algum lugar... eu preciso de um pouco.
— Como...? — Tony riu alto e continuou o puxando para o fundo da festa.
— Eu ajudei... — Tony o puxou para uma sala que incrivelmente, estava aberta. Tony o puxou para dentro e encostou a porta atrás deles, com uma rápida olhada ao redor, ele se aproximou de um mesa — Vem, me ajuda a subir — Ele esticou a mão para Steve pegar e de alguma forma que Steve mal percebeu que ele era, ele foi ágil em subir na mesa e conseguir bater no teto... parecia oco — Eu... — ele ofegou — eu não esperava realmente tomar isso hoje, eu e uns caras escondemos há algum tempo, eu esparava que eles encontrassem antes. — Steve tentou não olhar, enquanto Tony se esticava e sua roupa subia, mostrando uma pequena parte de seu abdômen e a calça parecia ainda mais apertada na bunda.
Steve balançou a cabeça, culpando os hormônios adolescentes.
— Aqui... — Ele entregou uma mochila preta que tilintava com garrafas de vidro — Coloque no chão para você poder me pegar. — Steve seguiu as ordens antes mesmo de seu cérebro processar o que foi dito.
— Espera- — Mas Tony já tinha pulado da mesa, Steve mal conseguindo o pegar, enquando seus corpos batiam e quando ele percebeu, Tony já estava em seus braços, ofegando. Tony riu e puxou o ar com força... Steve quis beijá-lo naquele momento.
— Droga... essa coisa realmente me deixou sem fôlego, eu sei que não sou um atleta, mas isso foi ridículo até para mim. Maldito espartilho. — Ele puxou o ar novamente, mas não fez nada para se mover, Steve demorou a perceber que o segurava no lugar. — Obrigado. — Ele murmurou e Steve finalmente o soltou, Tony se abaixando para pegar a mochila e colocando-o na mesa, a abrindo — Olha, agora você sabe meu esconderijo... aproveite pelos próximos anos. — Steve meio que se sentiu mal quando soube que Tony tinha sido aceito na faculdade antes dele... mas logo depois se convenceu que mesmo que fizessem juntos, ele nunca entraria em qualquer universidade que Tony escolhesss para si.
— Você está feliz? — Ele não sabe de onde veio isso, apenas saiu enquanto Tony virava a garrafa de uma vez, tomando uns goles. Ele parou.
— O quê?
— É seu último ano, está feliz em finalmente... você sabe.
— Ah! — Tony sorriu amplo — Com certeza, você sabe que é difícil deles aceitarem que ômegas entrem nas universidades... até uns anos atrás, não podíamos nem estudar! É ridículo, francamente. — Tony tomou mais um gole e estendeu a garrafa para Steve — Você quer? — Steve pensou em negar, ele não gostava muito de beber, mas não queria estragar a felicidade de Tony, então assentiu. Ele não tomaria muito, no entanto, e se manteria sóbrio para cuidar do ômega. Tony continuou o olhando enquanto voltava a falar — Era para mim ter entrado no ano passado, eu fui aceito aos quinze e tinha uma vaga desde sempre... mas então alfas começaram a reclamar que um ômega poderia distraí-los e todas aquelas merdas alfas.... — Ele piscou — Eu te distraio, Steve? — Ele pegou a garrafa de Steve novamente.
— Sim... — Steve respondeu estupidamente — Quero dizer, não... não. Definitivamente, não. Esses alfas são uns idiotas, é horrível você não poder estudar porque eles não sabem se controlar. — Tony concordou com um sorriso e Steve piscou para a garrafa agora vazia. Tony tomava muito rápido.
— Sim! — Tony concordou — Mas papai deu um jeito, o que é muito bom... vem, agora nós podemos dançar. — Ele saiu na frente, antes de se virar, como se tivesse percebido que Steve estava apenas o seguindo — O que você acha? Você pode dizer não, sabe...
— Eu quero... eu adoraria dançar com você. — Tony segurou sua mão e o guiou de volta à festa, sorrindo o tempo todo.
Os próximos minutos... horas... passaram como um borrão na mente de Steve. Não que ele estivesse bêbado, mas em algum momento a bebida pareceu fazer efeito em Tony e o ômega começou a dançar de maneira muito... o cérebro de Alfa idiota de Steve pareceu entrar em curto-circuito enquanto Tony começava a rebolar e se esfregar nele. Steve tentando o tempo todo manter suas mãos em lugares decentes em Tony, mas o ômega se movia de um jeito que era impossível.
Em algum momento foi anunciado que era a última música lenta da noite e que logo iriam embora... claro, adolescentes não podiam ficar até altas horas da madrugada.
Tony se virou de frente para ele e com um sorriso travesso passou os braços em volta de seu pescoço.
Tony sempre chamou a atenção de todos, ele era lindo e cativante em todos os sentidos e Steve sempre o observou... ele não imaginou que um dia teria sua atenção apenas para ele.
— Tente não pisar no meu pé, alfa... — Steve travou com o tom malicioso de Tony, que bufou com isso, pegando ambas as mãos de Steve e colocando em sua cintura — É só uma dança, está tudo bem... — Internamente, as luzes que sinalizavam perigo piscavam em sua mente... não era só uma dança, Tony estava tão perto que Steve conseguia sentir seu hálito em sua pele e o cheiro da bebida... Steve não se importou, Tony era quente em seus braços e estava tão perto, confiando tão bem nele e seu cheiro... ah.
Então Steve se lembrou de quando chegaram, Tony parecendo ansioso e a ligação que o deixou triste... seja lá quem for, Steve decidiu que não gostava dele.
— Quem é estranho? — Ele perguntou, antes que pudesse se conter. Tony parou.
— O quê?
— No seu celular... antes, estava escrito "estranho". — Tony piscou, atordoado, antes de sorrir.
— Ah! Não é ninguém, alguém ligou errado... mas se sentiu culpado, eu disse que tudo bem, mas ele insistiu em pedir desculpas.
— Ah... eu pensei... você parecia triste.
— Eu não estou triste agora... estou me divertindo muito agora. — Tony o olhou com olhos confusos e expectantes — Você não? — Ele imaginou que talvez Tony já esteja um pouco bêbado, ele realmente tomou muito rápido.
— Estou... muito! Você é tão lindo que me divertiria apenas te olhando.
— Você é um doce, Steve... — Ele beijou sua bochecha. — Vou sentir saudades de você.
— Mesmo? — Tony assentiu e Steve não pôde deixar de olhar os lábios do menor. — Eu.... eu posso fazer uma coisa? Você ainda vai voltar nas férias, certo? — ele assentiu novamente — Mas eu queria ter algo para lembrar de você, caso não te veja mais.
— Claro, o que é? — Ele pareceu tão inocente com aqueles grandes olhos castanhos, que Steve quase se sentiu um canalha fazendo aquilo. Quase, porque ele ainda tinha um ato de coragem, então...
Ele o beijou.
Ele ainda estava de olhos abertos quando viu os olhos de Tony se arregalarem, antes de se fecharem e ele retribuir o beijo... tinha gosto de Vodca e era o primeiro beijo de Steve, mas não parecia ser o de Tony. O ômega apertou os braços ao redor de seu pescoço e o puxou um pouco para baixo, Steve percebeu que Tony estava na ponta dos pés e fez o que o ômega queria. Ele tinha os lábios macios e apesar da bebida, parecia ter algo doce em sua língua enquanto ela explorava a boca de Steve com calma... com toda certeza, Steve jamais se esqueceria daquele beijo.
Tony se afastou quando o ar passou a faltar, ofegante e sorrindo para Steve.
— Essa é uma boa forma de se despedir. — Ele sussurrou, antes de dar um selinho em Steve e apoiar a cabeça em seu peito, ele continuou balançando, ignorando o fato de estar tocando uma música de dançar separado.
Steve não se importou, é claro... ele não pretendia aparecer na festa, mesmo que Bucky tivesse insistido, mas então o Sr. Stark ligou para sua mãe e... bem, Steve não poderia ter escolhido alternativa melhor do que essa.
Apesar de que ficar em casa parecesse uma ótima maneira de passar a noite, jamais poderia ser melhor do que essa... do que ter o ômega que amou desde que descobriu o que era amar em seus braços enquanto dançam.
