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Rating:
Archive Warning:
Category:
Fandom:
Relationships:
Characters:
Additional Tags:
Language:
Português brasileiro
Series:
Part 1 of Twilight the series
Stats:
Published:
2024-09-20
Updated:
2024-09-27
Words:
2,937
Chapters:
3/?
Comments:
6
Kudos:
6
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1
Hits:
146

Noites frias de verão

Summary:

No reino de Chicago acontecia um casamento que seria comentado por vários anos, um noivo doente, uma jovem apaixonada e um amante desisperado

 

Trabalho revisado

Notes:

(See the end of the work for notes.)

Chapter 1: Doce ilusão

Chapter Text

Doce ilusão

 

5 de junho de 1856 - reino de Chicago


O dia se encontrou como nenhum outro jamais visto, ao longe pôde-se ouvir os passos dos trabalhadores da mansão, corriam para lá e para cá, seus corpos exaustos do trabalho, mesmo em exaustão, seus pensamentos  transbordando de alegria, o fim do dia se aproximava, e com ele o momento que todos aguardavam, “o grande dia!” Assim chamavam todos os moradores do reino, até mesmo as crianças que nessa época do ano, importavam-se apenas com brincadeiras e diversão, se encontravam em êxtase com a chegada do “grande dia!”

O reino de Chicago foi conhecido durante várias décadas por todos como um reino fúnebre e sem vida, durante vários meses não houve diferença de opinião, para todos era apenas mais um reino sem vida ou cor, até que um dia tudo mudou, uma princesa de um reino vizinho foi declarada pelo imperador como futura esposa do príncipe de Chicago, nesse dia, o reino iluminou-se em vida, todos empolgados com o casamento, afinal, não era um morador qualquer que se casaria. As damas mais refinadas já encomendavam seus vestidos nas boutiques mais caras, até as moças mais humildes procuravam as as suas  melhores roupas para a ocasião 

O dia do casamento amanheceu com os mais brilhantes raios de sol, as folhas secas caiam ao redor do castelo, o cheiro de verão pela primeira vez sentido pelos moradores do reino, os mais crentes acreditaram que os deuses estavam contentes naquele dia, por isso um dia tão ensolarado, nem mesmo o calor escaldante do verão, pela primeira vez sentido por aqueles moradores impedem sua alegria. A comoção se intensificou quando a princesa do reino vizinho finalmente foi vista, murmúrios sobre sua grande beleza puderam ser ouvidos por toda  parte, não diferente para com o príncipe do reino, um homem famoso, conhecido por seu jeito reservado e educado com todas as pessoas do reino. A felicidade era vista em seus rostos, essa, intensificada quando foram feitas as juras de amor eterno no altar. Os murmúrios aumentavam cada vez mais, todos comentando sobre o quão felizes eram os agora noivos, não demoraria para que as notícias fossem escritas no jornal e espalhadas para o mundo todo, mas, no meio de todos os burburinhos e fofocas, uma voz soava, baixa e inquieta, se prestasse atenção perceberia um tom diferente, ciúmes? Raiva? Talvez desgosto, não se sabia, ninguém prestou atenção, todos ocupados demais em aproveitar um dia único.

O dia seguinte amanheceu como todos os outros antes do casamento, tristes e sem vida, mesmo no verão, os moradores voltavam às suas vidas monótonas e suas rotinas diárias, todos ocupados demais para lembrar, talvez até você, caro leitor, distraído demais para perceber , o que realmente aconteceu naquela época

Chapter 2: Sonhos de uma criança

Chapter Text

Sonhos de uma criança

 

5 de junho de 1856 - Reino de


Quando criança, ela leu um livro de contos de fadas, lá, Bella se perdeu no mundo encantado dos felizes para sempre, sonhava com um lindo marido, esse que lhe traria a felicidade tão desejada, mesmo com tão pouca idade vestia-se com lindos vestidos brancos, corria pela mansão para fugir das broncas por usar as maquiagens de sua mãe, cansava-se de dançar em seu quarto com seus brinquedos de pelúcia. Na adolescência, Bella já não acreditava tanto nos contos de fadas, mas sonhava com graciosos vestidos de noiva e um marido amoroso, que a ama-se tanto quanto ela possuía amor para dar.

Ao chegar de sua maior idade, Bella perdeu as esperanças de um grande amor, a espera a desgastava, o tempo que passou deixou Bella com demasiada angústia, já não mais sabia o que fazer, seus sonhos infantis a muito já esquecidos, apenas se perguntava quanto tempo mais esperaria, todas as suas irmãs já casadas e vivendo em um lindo romance. Até que em uma fria manhã de primavera, descansando em seu quarto Bella recebe uma grande notícia, um casamento, aquele que a tanto tempo esperava, em estado de êxtase a bela dama já não importava-se com as suas etiquetas ou educação, corria pela casa em extrema alegria, espalhava ao vento e as paredes sobre a notícia, Bella não podia importar-se menos se conhecesse ou não o rapaz, de onde era ou como se portava, nada podia retirar seus pensamentos felizes, as esperanças de um grande amor surgiam em seu peito, sua mente bombardeada de emoção, nada sabia sobre a vida ou sobre o amor, apenas o que já havia lido a muito tempo nos contos de fadas, vestido-se rapidamente, a bela dama não esperou nem mesmo um dia, partiu em viagem para o reino de seu futuro marido, não podia esperar mais, queria casar-se no verão, estação do ano que seus pais casaram, defenderam que todo grande amor surgia no verão.

O grande dia do casamento, foi a primeira vez que Bella viu seu esposo, escutou por alto sobre sua personalidade justa e bons modos, nada mais sabia, e nada mais lhe importava, viveria seu grande final feliz, nada poderia estragar sua felicidade, o palácio se encontrava lotado de pessoas, grandes árvores de cerejeira cercavam o local, suas folhas caíam lentamente a cada soprar do vento, fazendo do reino o mais belo que a dama já viu, tudo era lindo e novo, uma beleza jamais vista por Bella que nunca saiu de seu castelo. Ao entrar no salão, o som alto dos sinos poderia ser escutado, a mais bela melodia poderia ser ouvida em conjunto ao sino, fazendo-a se sentir cada vez mais feliz. Bella não podia importar-se menos com as palavras do padre, encantada demais com a beleza de seu marido, a bela dama sempre foi a mais graciosa moça de seu reino, admirada por todos, os homens e até as mesmas mulheres competiam por sua atenção, sabia que era bonita, mas nada a preparou para o jeito reservado de seu marido, a personalidade das pessoas sempre encantou a dama mais do que as aparências, e o príncipe em sua frente cumpriu todos os requisitos de Bella para um bom marido.

Ao final do casamento, a dama decidiu descansar, teria muito tempo para conversar com seu marido, ao passar pelo corredor, ignorava os burburinhos das moças ao seu redor, decidiu que não se importaria com nada além de seu noivo e casamento, afinal era o seu grande dia, seu felizes para sempre, mas, uma voz chamou sua atenção, parecia-lhe familiar, Bella virou-se rapidamente para o lado, curiosa por essa voz de barítono, ao se concentrar, viu que vinha de um homem forte , vestido completamente de preto ao lado de seu marido, conversavam seriamente entre si, o rapaz que aparentava uma idade semelhante a de seu esposo, segurava firmemente sua taça de vinho, como se fosse desmoronar ao soltar-la, Bella poderia jurar que viu lágrimas no rosto do belo rapaz, mas antes que pudesse prestar mais atenção, uma mão calejada e desgastada, provavelmente pelo tempo e trabalho árduo, pousou em seus ombros, a dama com um grande susto virou-se rapidamente para trás, seu coração batia acelerado no peito, como se tivesse sido pega, mas pelo o que ela não sabia dizer, antes que pudesse falar qualquer coisa, o padre sem nenhum pingo de emoção em sua voz, falou primeiro:

– Ainda a tempo de desistir desse casamento, minha jovem, possa ser que à de encontrar o amor que tanto deseja em outro alguém, e não nesse casamento arranjado.

Bella não sabia o que responder, seus pensamentos confusos, seu coração ainda batia rapidamente em seu peito pelo susto tomando, não houve ocorrência ou até mesmo palavras para uma resposta, o padre se virou e rapidamente saiu do local, Bella decidiu que não deveria se importar, afinal era seu dia, seu final feliz, correu para um grande quarto, antes desconhecido, agora seu e de seu marido, a dama não poderia estar mais feliz

Chapter 3: Segredo revelado

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

Segredo revelado


  No dia seguinte, a esperança enchia seu peito, sua mente e corpo cheio de energia e felicidade, Bella esperava ansiosamente acordar ao lado do marido, desejava acordar como as princesas dos contos que lia, ao lado de seu grande amor, mas ao abrir os olhos, todas as suas esperanças se foram, seu marido não descansava ao seu lado como esperado, sem perder as esperanças, a dama aguardou ansiosamente pelo restante do dia, as empregadas, preocupadas que a dama poderia sentir-se sozinha, a levaram para um passeio no jardim da grande mansão, assim passaram-se os dias, repetidamente como um loop temporal, Bella sentiu como se os dias não passassem, em sua mente todos os dias eram iguais, acordava sozinha na grande cama e continuava o dia com passeios pela propriedade, a dama não perderia suas esperanças, não importava o que, nada impediria sua felicidade nem mesmo os murmúrios dos súditos sobre uma possível amante lhe atingiam, sabia que seu marido nunca o faria.

Durante vários dias a dama viveu seus dias de forma monótona, poderia se acostumar em amanhecer sem seu marido, mas diferente de todos os outros vários dias após seu casamento, Bella acordou com um forte cheiro de sangue, não esteve em seu período fértil e não sabia o que poderia ser, ao abrir os olhos, notou uma pétala branca, manchada de um vermelho carmim ao lado da cama que pertencia ao seu marido, em estado de choque e desespero, a dama gritou para as empregadas da mansão, a casa entrou desesperada, rapidamente fofocas sobre o casamento da dama aumentavam cada vez mais, Bella já não sabia se eram verdades ou não, tudo estava confuso e a única explicação de seu marido foi um pedido para que ela não se importasse com os acontecimentos da casa ou a saúde do seu esposo. Bella lembra bem desse dia, o único dia em que seu esposo olhou diretamente em seus olhos e em um breve momento teve uma curta conversa com a mesma. Após esse dia desesperador, Bella encontrou cada vez mais pétalas brancas manchadas de sangue, nunca as tinha notado, mas por algum motivo, sentiu que sempre estiveram ali, nada diria, decidiu respeitar o pedido de seu marido.

Em 6 de setembro, último mês de verão, a dama já não sabia o que sentia, sua mente cansada e abatida, olhos fundos de noites mal dormidas, o tempo escuro do reino nunca mudava, assim como o dia do seu casamento, Bella não tinha mais esperanças de mudanças, nada esperou de seu marido, sem passeios ou escrever no seu diário, a dama resolveu que encontraria seu marido e colocaria um fim em tudo isso, decidida mas sem esperanças de grandes mudanças, Bella foi ao escritório de seu marido, ao chegar no local esperava ver seu marido trabalhando como sempre fazia todos os dias desde o seu casamento, mas não o encontrou, decidida a voltar no próximo dia, um envelope em branco já aberto, sem selo do reino ou destinatário, em cima de vários outros envelopes de aparência semelhante, chamaram sua atenção, Bella nunca deixou-se levar pela curiosidade, mas movida por algo maior, que nem a mesmas sabia, adentrou o escritório, receosa, não sabia o que seu marido diria se descobrisse, mas uma voz, no fundo de sua mente a dizia que de nada importava, seu marido não poderia importar-se menos com o que faz sua esposa, levada pela pouca emoção que sentiu em meses morando na mansão, Bella abriu o envelope, na carta apenas uma frase fez-se presente “encontre-me onde o amor começou”

Um sentimento de traição invadiu a dama, a raiva corria por seu sangue, já não havia esperanças de um final feliz com seu marido, mas nada lhe preparou para uma amante, em extrema angústia Bella chorou, todas as lágrimas que desejava chorar desde o primeiro dia, sem saber o que fazer a dama correu, decidiu que uma conversa com seu marido não teria o fim que esperava, não suportaria uma traição, mesmo que isso lhe custasse um futuro casamento, mesmo que as fofocas já não fossem mais pequenas suposições, mesmo que depois sua imagem já não fosse mais bem vista aos olhos da sociedade.

O local dito na carta nada condizia com sua descrição, não havia beleza no local, apenas uma grande casa, velha e abandonada, ao se aproximar do local, Bella escutou vozes, essas de estranho modo, já conhecidas pela dama, nada fazia sentido na conversa entre as duas pessoas a sua frente, as emoções que sentia espalharam-se pelo ar, sua respiração ofegante, diante da visão que tinha, já não sabia de mais nada, de repente o ar fez falta em seus pulmões, não conseguiu respirar, o choque maior do que qualquer um já sentido, um grito se fez presente, Bella não sabia se vinha dela ou do homem à sua frente, nada a preparou para o que via, nenhum conto de fadas descrevia tal cena, de repente Bella vê que contos de fadas são apenas o que dizem ser, contos, a realidade batia com força em seu coração, finalmente quando sentiu o ar entrar em seus pulmões, Bella deixou-se falar, mas nada saia, o que poderia fazer? Já não tinha mais volta, já não havia solução, seu marido jazia morto em sua frente, morto por seu suposto melhor amigo, que agora com um rosto de desespero, disse palavras que a mente de Bella não se permitiu escutar, e antes que percebesse, caiu morto no chão, ao lado de seu marido. O mundo da dama caiu, viver sozinho na grande mansão como diariamente vivia já não a afetava mais, sua mente preenchida em pensamentos vorazes que a consumiam cada vez mais, “o que seu marido estaria fazendo no local?” “O que o melhor amigo do marido queria dizer em suas palavras?” Bella não sabia de mais nada.

Em 10 de setembro de 1856, Bella despertou com fortes raios de sol em seu rosto, seu corpo frágil, cansado por noites de sono mal dormidas, não comia ou bebia, a exaustão percorria seu corpo, mesmo as cartas de suas irmãs já não a animavam mais, não havia motivos para sorrir, seu sonho de casar-se e viver seu conto de fadas, agora totalmente destruído, seu marido já não estava entre os vivos, e com ele levou toda a sua sanidade, a dama não ousou sair do quarto até o dia do funeral de seu suposto “príncipe encantado”, nada falou durante a cerimônia, o que diria? O desgosto em sua mente falou mais alto, quando Bella finalmente deu-se conta do que realmente seu marido sentia, já era tarde, não existiam motivos para contestar, ou alguém para sentir raiva, a dama estava perdida, o único desejo em sua mente totalmente destruído por um falso amor. O dia foi marcado por fortes raios de sol, aquela manhã de verão parecia mais viva que todas as outras, os céus pareciam alegres, e Bella pensou na ironia do destino, riu sozinha no canto da parede, nesse ponto, a sanidade da dama já não se fazia presente.

Enquanto caminhava pela mansão, Bella escutava os murmúrios dos súditos do reino, palavras cortantes sobre uma amante e o motivo da morte conjunta de seu marido e o melhor amigo do mesmo, Bella ria internamente da ingenuidade  dos súditos, ingenuidade que ela mesma possuiu  fortemente durante os meses de casamento. Uma mão tocou seu ombro, nesse ponto, a dama já não se assustava com o toque em seu ombro, já sabia que era o padre da região, Bella suspeitava dele, o senhor de idade parecia saber de coisas que a dama nunca suspeitaria, quando voltou a realidade, novamente não houve tempo de falar ou pensar, o padre já desabava sobre a dama verdades que ela nunca quis aceitar

- Em nossa última conversa, fiz uma última pergunta e um último aviso, nada mais posso fazer por você nessas noites frias de verão, sinto muito bela dama.

Ao final de suas palavras, como se nada tivesse acontecido aqui, o padre Carlisle deu início ao funeral, agia como se apenas fosse mais um dia normal, Bella nunca entendeu o senhor de idade, nunca se esforçou, mas quando a jovem finalmente juntou as peças, suas palavras fizeram sentido, as cartas no escritório do marido, as pétalas brancas no chão, o rosto do melhor amigo de seu marido e as lápides juntas lado a lado, exigência do padre no dia anterior, Bella então juntou as peças do quebra cabeça que foi seu casamento, seu marido morreria de todas as formas, morreria de amor, um tipo de amor nunca visto pela dama, Bella nunca foi alguém preconceituosa, sabia que a homossexualidade sempre existiu, mas outros ao seu redor, fechados para as mudanças do mundo, nunca aceitariam tal amor, a jovem riu, riu como uma louca no meio da multidão, olhares tortos foram lançados a ela, “como pode rir no funeral de seu marido?”, “está louca, divertindo-se em tal ocasião!” Ninguém entendeu sua risada, nem mesmo a jovem saberia explicar suas ações, não precisa de explicações, não mais, finalmente Bella entendeu, seu marido se foi, ao lado do seu grande amor, talvez na esperança de se encontrarem no céu e festejarem seu amor com os deuses, talvez apenas desistiram de tanto esperar, Bella não sabia, não precisava saber.

 

Distantes de todas aquelas pessoas, duas pessoas caminhavam tranquilamente entre as árvores, não havia motivos para continuar presentes no local, de mãos dadas, sorriam um para outro, não tinham um local para ir, nem planos de como viver, apenas sabiam que ajudariam um ao outro, vestidos de preto da cabeça aos pés, apenas um borrão poderia ser visto ao longe, as grandes árvores escondiam seus corpos corpulentos, mas nada esconderia a felicidade que as pessoas encapuzadas sentiam, sua viagem não precisa de pressa, agora seria apenas eles e a natureza, assim como sempre sonharam.

Notes:

Não é o fim

Notes:

Trabalho revisado

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